O mês de novembro é alusivo à consciência negra, e mesmo com todas as campanhas anti racismo nesse ano, ainda permeado pela pandemia provocado pela COVID-19, ainda assim, proliferam casos carregados com conotações, e até explícitos de discriminação racial.
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O último, envolve Mônica Rosa, de 50 anos e o sobrinho Felipe Rosa, com 22 anos, na domingo (25 de outubro), por volta da 17h50. Mônica, que é integrante do MNE RJ- Movimento Negro Evangélico, estava com seu sobrinho na loja da Starbucks do Barra Shopping, quando foram surpreendidos por um cliente da loja que, alegando que Felipe havia rido dele, passou a ameaçá-los e proferir insultos racistas. O homem dizia que iria matar Felipe e xingava constantemente Mônica, com frases ofensivas do tipo: “preta suja”, “p**”, “você cala a sua boca se não eu vou quebrar você também”, entre outros.
E não foi só isso, foi dito ainda: “Que ali não era o lugar deles e que deviam voltar para o subúrbio”, em suposição que eles eram suburbanos. “Não aguento mais essas pessoas da periferia aqui, eu moro em um condomínio de luxo aqui na Barra, vocês estão pensando o quê? Que sou a Giovanna Ewbank?” – em uma clara comparação ao fato da atriz ter adotado crianças negras. O facínora era branco, alto (com entorno de 1,90) e forte, veio em direção do Felipe aos gritos, fazendo várias ameaças e dizendo que “iria partir a cara dele com socos”.
Felipe, faz pré vestibular para o curso de medicina e Mônica, professora – Bacharel em História e Pós-graduação em História do Brasil (UFF), dá aula para ensino fundamental e ensino médio. Moram em Duque de Caxias e não vêem problema algum em serem da Baixada Fluminense. E um outro dado que faz muita diferença: eles têm orgulho da sua negritude e identificaram na hora o racismo que estavam sofrendo não apenas por parte do agressor mas pelos outros clientes do shopping, mesmo com todos os gritos de socorro da tia, tentando salvar o sobrinho do ataque. Ou seja, independente da cor ou origem de morada, há alguma justificativa para uma situação dessa? Uma pessoa age com uma atitude segregacionista e ninguém questiona! Virou normal?
Atitudes como essas, proferidas por um racista e preconceituoso não pode ser corroborada por outros. Os funcionários da loja, aturdidos ou não, nada fizeram para ajudar e nem os seguranças do shopping, mesmo com o “surto” do agressor, as outras pessoas em volta ficaram apenas assistindo. Só depois de um tempo uma pessoa os ajudou a sair da loja, já que estavam no interior e ficaram encurralados. Tão quanto o verbalizado por esse agressor, a falta de um posicionamento é grave também.
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Por fim, o dito o “cidadão do bem” pronunciou que era da academia Grace Barra, militar e saiu tranquilamente sem ser importunado.
“Ele externalizou todo preconceito dele. E o que mais me deixa chocada foi que os seguranças do Barra Shopping olhavam pra aquilo tudo e não fizeram nada. Eu gritava igual uma louca, desesperada porque ele queria matar o meu sobrinho. Foi aglomerando tanta gente, todo mundo olhando e as pessoas não faziam nada, muitas ficaram com medo, porque o cara era muito forte, ele era grande”, alega Mônica.
Outro momento de grande estarrecimento pontuado por Mônica, foi a forma que foram retirados da loja, saíram escoltados por outras pessoas, mas mesmo assim se sentiram mal, como se eles estivessem feito algo errado.
Tia e sobrinho fizeram B.O. na 16 DP (Barra da Tijuca), no mesmo dia e o inquérito está em andamento. Acionaram a Advogada Cirleide Bonfim, que entrará com processo de Injúria Racial, no Fórum da Barra da Tijuca, ainda essa semana. A advogada irá requerer em caráter liminar o acesso às imagens do agressor.
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“É inadmissível esse tipo de comportamento, provoca danos irreversíveis, é preciso agir com rigor e combater. Não é de hoje que sofremos ataques deliberados de racista, com provocações e atos insanos. Que as autoridades tomem providências o quanto antes”, atesta o Prof. Babalawô Ivanir dos Santos – Pós- doutorando em História Comparada pela UFRJ (PPGHC/UFRJ).
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-Rozangela Silva-
Assessoria de Imprensa