A Unidos de Bangu acaba de anunciar o enredo para o Carnaval 2019: “Do ventre da terra, raízes para o mundo”, que será desenvolvido pelos carnavalesco Alex de Oliveira & Edson Pereira. Além do tema, a vermelho e branco divulgou também a logo e a sinopse do enredo para que os compositores possam iniciar a criação de suas obras.
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O tema é uma mensagem contra a fome e a miséria do nosso país, sendo um alerta social às autoridades governamentais.
A escola, que quer entrar forte na Marquês de Sapucaí no desfile do próximo ano com os Deuses à frente, contará a história das raízes que alimentam o posso povo e até hoje estão presentes à mesa de nossa gente, sua plantação e germinação, como explixa a sinopse escrita pelos autores Alex Oliveira, Edson Pereira, Clark Mangabeira e Victor Marques.
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Os compositores deverão entregar os sambas que participarão das eliminatórias até dia 29 de junho, às 22 horas, na sede da escola, na Piscina do Bangu, situada na Rua Francisco Real 1.445, no bairro de Bangu.
Os interessados poderão tirar suas dúvidas com a direção de Carnaval pelo e-mail: jefersonub19@gmail.com ou pelo e-mail da assessoria de imprensa: comunicacao.unidosdebangu@gmail.com, ou pelo telefone (21) 98359-0231.
SINOPSE: GRES UNIDOS DE BANGU
CARNAVAL 2019
DO VENTRE DA TERRA, RAÍZES PARA O MUNDO.
Autores: Alex Oliveira, Edson Pereira, Clark Mangabeira e Victor Marques
Abrem-se os caminhos para a mais antiga da Zona Oeste,
nos quais, passo ante passo, a comunidade enaltece,
com a força, o suor e o sangue vermelho do Pavilhão,
as histórias de vitórias e devoção!
E nesse caminhar engajado e emocionado,
grita, Bangu, bem alto!
Ferve a Sapucaí hoje e sempre!
Entra forte na avenida com os Deuses à frente,
pois grandes raízes têm as mais fortes sementes!
O tapete da vitória, assim, se estende, e
com lágrimas de alegria,
louros e glória a toda tua gente!
Tapete estendido para a estória então,
Vêm os deuses coroar dando, à grande raiz, a criação!
Inti, o Deus Sol que tudo abrange, a ela concedeu energia!
Pacha Mama, com as mãos dedicadas à semeação,
ofereceu, à raiz, a força da vida:
nutriu-lhe de nutrição,
predestinou-a à satisfação.
Do alto da Cordilheira ao sul do mundo,
a qual tocava os céus,
desciam as raízes que, incessantes, alimentariam nobres reis e o povaréu!
Era a predestinação:
matar a fome nos quatro cantos de forma simples,
sem coroação,
mas carregado, o tubérculo, de força, sublime realização.
Sorrindo-lhe a bem-aventurança divina,
atravessou o mar com espanhóis para aportar na Europa.
Esparramou-se nos solos da terra de lá,
ofertando-se a raiz dos Incas ao antigo continente,
requinte de bondade andina com os esfomeados, coitados!
Boa fartura no lugar das revezes,
e a beleza das flores do tubérculo na lapela dos reis que a olhavam de soslaio.
Pois, sem lugar na Bíblia, primeiro causou dúvida e espanto;
o medo, a fome, contudo, suplantando!
Na dor das barrigas vazias, venceu, o tubérculo, o cansaço:
reis ordenaram sua plantação,
papas comiam-no, pela saúde, em oração,
e, enfim, a aceitação:
eis a raiz de um Novo em um Velho Mundo,
os pilares de toda refeição,
a base alimentar!
O mundo sonhando sem a dor da fome!
A raiz, potente, fazendo seu nome.
Sem interromper as teias do destino,
surgiram novos caminhos!
À época da vinda da Família Real,
aportou, a raiz, nesta terra indígena postulada por Cabral.
E, aqui, os deuses do alto da Cordilheira reviram seus irmãos da Floresta:
Sumé, sábio, recebeu a raiz parecida com a já conhecida por matar a fome dos seus,
Jetica, mais doce do que a nova trazida,
e a fartura das duas raízes, comungadas:
roças firmes para ambas em juntas moradas.
Velho e Novo mundos (re)unidos em plantação!
Pelas bandas de cá, as raízes estiveram e chegaram com a imigração.
O nobre feito de matar fome de um mundo inteiro dada
às mãos do trabalhador brasileiro,
aos seus pés rachados na terra dura sem esmero,
às enxadas firmes para manter a vida da raiz, para nós e por ela!
A força que vem do tubérculo usado para plantar ele próprio,
batendo forte, pelo sustento, o rijo ferro na mãe-terra!
Comam, pois, mundo inteiro!
Brasil, vocação para celeiro!
Finaliza, portanto, Bangu, teu canto
nesta festa animada,
saudando aquilo que, quando nasce, comem todos, e, dela, não sobra nada;
confraternizando com aquilo que, quando nasce, espalha rama pelo chão!
Eis, aqui hoje, querido pavilhão, a raiz que, convenhamos, precisa ser nomeada?
Pelo sim, pelo não,
está aí a homenagem:
um grande salve
à guerreira batata.
GRES UNIDOS DE BANGU
Carnavalesco: Alex Oliveira & Edson Pereira
Assistente: Flávio Magalhães
Pesquisa e Texto: Clark Mangabeira e Victor Marques