O racismo institucional em toda a sociedade, inclusive dentro dos partidos políticos, deve ser combatido, de forma efetiva, para que aumente a representatividade dos negros na política brasileira. A avaliação é de professores, pesquisadores e autoridades que se reuniram, no fim de semana, realizado pela Fundação Astrojildo Pereira (FAP), em parceria com o Coletivo Igualdade (PPS), no Hotel Portobello Ondina Praia.
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Dentre os inúmeros temas que o evento abordou, tanto em âmbito político e social, Ivanir fez uma brevíssima ponderação sobre três aspectos, em âmbitos gerais se mostram cada vez mais atuais e seus debates cruciais para a promoção do respeito, da igualdade e da equidade no nosso pais. São eles; a ‘defesa dos direitos da infância e adolescência, o extermino dos jovens negros e o crescimento da intolerância religiosa’, principalmente contras as religiões de matrizes africanas, e a relevância desses temas está exclusivamente ligada à formação social do Brasil.
Com um histórico representativo e atuante aqui no Rio, Ivanir dos Santos se destaca como profundo conhecedor desse assunto.
“Ao pontuarmos em um evento que precisamos construir estratégias em defesa dos direitos da infância e adolescência, contra o extermino dos jovens negros e contra crescimento da intolerância religiosa, evidenciamos para a nossa sociedade que temos problemas reais e concretos. Problemas esses que não foram totalmente “solucionados” com o fim da abolição do trabalho escravo, a construção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e nem tão pouco com a inclusão de penalidades para as práticas de crimes dos religiosos. Vamos rememorar? Um brevíssima passeio sobre a história social nosso país nos faz perceber que a sociedade brasileira, branca e elitista, sempre colocou a “questão negra”, seja ela também religiosa, como um problema de saúde e segurança pública. E não podemos nos esquecer que primeira saída após a abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, foi a tentativa de embranquecer a sociedade através da política de branqueamento social, pois acreditava-se que o negro era a degeneração social e, quanto mais indivíduo brancos a sociedade tivesse, ou produzisse, menos degenerada seria a sociedade brasileira”
contextualiza Ivanir.
“Assim, a imigração branca europeia passou a ser dos subterfúgios para clarear a sociedade brasileira de forma direta. Em âmbitos religiosos o branqueamento já acontecia por meio dos processos de catequização e batismos dos negros e negras que aportavam no Brasil na condição de escravos. E aqui podemos identificar os processos de limpeza social, ou higienização, como extermínio, desaparecimento ou encarceramento forçado de jovens negros e negras, principalmente na década de 1990. E também não podemos deixar de pontuar os inúmeros casos de intolerância religiosa que desde o período colonial já assolava as ‘comunidades’ tradicionais de matrizes africanas. Assim, ao pontuarmos a ‘defesa dos direitos da infância e adolescência, o extermino dos jovens negros e o crescimento da intolerância religiosa’, ascendemos e reascendemos questões e bates de ordem não apenas políticas, mas também sócias e religiosas que estão intimamente ligadas ao racismo estrutural e estruturante em nossa sociedade”
completa ainda.
Presentes ainda a secretária de Reparação Municipal de Salvador, professora doutora Ivete Sacramento – professor de Relações Internacionais e Ciência Política da Universidade Católica de Brasília (UCB), Creomar Souza e o presidente estadual do PPS na Bahia – Joceval Rodrigues.
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– Rozangela Silva –
Assessoria de imprensa