Segundo dia de desfiles das escolas da Série A na Sapucaí, que teve início na noite deste sábado(10) e terminou na madrugada de domingo(11). Com a apresentação da Alegria da Zona Sul, Acadêmicos de Santa Cruz, Acadêmicos da Rocinha, Cubango, Inocentes de Belford Roxo e Unidos de Padre Miguel fechando o carnaval da série A de 2018.
GRES Alegria da Zona Sul
“Salvador, então africanizada
Negra herança, raiz do meu chão
Lutar, para sempre lutar”
A escola da Alegria da zona Sul levou para a Avenida a história da grande heroína Luiza Mahin, escrava que teve toda a sua vida envolvida na “Revolta dos Males” depois que ela foi trazida da África.
Trazendo um grito de intolerância para a avenida, a vermelho e branca levou as influências religiosas e as mazelas vividas pelos negros à época da escravidão, com ala dedicada, por exemplo, à invasão muçulmana que escravizou pessoas de diversas tribos africanas.
A escola terminou seu desfile lembrando do batismo cristão aos negros trazidos como escravos, enquanto outra ala representou os mercadores de escravos.
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GRES Acadêmicos de Santa Cruz
“Seca danada como essa ninguém viu
Vamo simbora que asa branca já partiu”
Falando de “Esperança e Fé “, a escola levou para a Avenida todo misticismo em suas fantasias e alegorias que se traduzissem em exemplos concretos de esperança, sorte e fé. No carro abre alas tínhamos uma grande “Esperança” e a comissão de frente que lembrou da caixa de Pandora e seus males que na verdade a ser aberta saia uma faixa trazendo a esperança. Com alas com trevos de quatro folhas, ferradura, amuleto de figa e búzios. O Verdadeiro Luxo do verde da Esperança!
Clica no link para ver as fotos: Acadêmicos de Santa Cruz
GRES Acadêmicos do Viradouro
“Vira a cabeça, pira o coração – Loucos gênios da criação”
Lembrando os grandes loucos e gênios da nossa historia como Einstein, Da Vinci, Galileu, Chaplin e vários outros, além de personagens fictícios como Dom Quixote e Frankstein. A escola trouxe a transformação e um grande risco por algumas vezes perguntar no meio da música: “que tiro foi esse?” (evocando o sucesso da funkeira Jojo Todynho) Na voz do intérprete Zé Paulo Sierra.
O abre alas de 40 metros vinha com acrobatas e uma representação de Salvador Dalí com bigodes e língua se mexendo e a escola fez uma grande lembrança ao nosso querido carnavalesco Joazinho Trinta, responsável pelo único título de campeã da escola no grupo especial do carnaval do Rio, em 1997.
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GRES Acadêmicos da Rocinha
“Seca danada como essa ninguém viu
Vamo simbora que asa branca já partiu”
Trazendo para Avenida a história da xilogravura no Brasil e a trajetória de J. Borges, com suas inspirações nordestinas e uma harmonia nas cores e a sua grande ousadia de usar o preto e branco como base, mostrou a criatividade e a grande harmonia da escola mesmo fazendo brincadeiras com as cores.
Com todo seu luxo e um desfile impecável o destaque maior foi para a bateria com suas evoluções de trazer um ingrediente a mais, uma sanfona que fez toda diferença. Havia fantasias de cortadores de cana e colhedores de rosas, um carro alegórico representando a fuga da seca e outro com o personagem Lampião.
Aos 82 anos, o artista homenageado desfilou no último carro e se disse muito empolgado.
“Achei maravilhoso, muito bonito. E nosso carro deu uma grande força para a escola, foi muito animado”.
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GRES Acadêmicos do Cubango
“Trancando em arte o sentimento mais profundo”
Contando a história do artista plástico sergipano Arthur Bispo do Rosário, a escola deu destaque especial para seus bordados.
Trabalho esse mostrado no casal de mestre-sala e porta-bandeira que representou Romeu e Julieta – fazendo alusão a uma montagem feita por Bispo da famosa obra de Shakespeare.
Houve ainda alegoria e fantasias para lembrar seu gosto pelo jogo de xadrez e os tabuleiros que confeccionava. Já o último carro alegórico lembrou sua origem quilombola.
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GRES Inocentes de Belford Roxo
“Maju, Mage, Majuba!
Luz dos olhos de Olodumare em cada amanhecer”
Contando a historia de “Magé” escola buscou destacar elementos culturais e históricos da cidade, como a importância da mineração, herança africana e personalidades como o artista Heitor dos Prazeres e o jogador Mané Garrincha.
A influência das raízes da África foi o primeiro desses elementos a aparecer no desfile, como tema da coreografia da comissão de frente, dos figurinos do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, da ala de abertura e do carro abre-alas. Destaque para as alas e alegorias o transporte de ouro e a estrada de ferro Mauá, que representou um marco de crescimento regional. Foi lembrada ainda a folia de reis, festa tradicional em Magé.
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GRES Unidos de Padre Miguel
“Clariou cidade encantada”
Ultima escola a desfilar, o Unidos de Padre Miguel foi “O Eldorado submerso – delírio Tupi – Parintintin”, com desfile bastante colorido destacando um trecho da obra do escritor amazonense Milton Hatoum e a festa do boi de Parintins.
Com muitas tradições e histórias regionais – e as que envolvem o rio Amazonas tiveram destaque especial. A comissão de frente, por exemplo, trouxe uma história de magia com pajés, o rio e um caboclo ribeirinho.
O carro abre alas também foi inspirado no rio mais famoso da Amazônia, contando a história de uma cidade submersa e com direito a cascata d’água como adorno.
Já a ala das baianas foi batizada de “O doce canto de Yara”, lembrando a lenda da sereia do rio Amazonas.
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Foto capa: Allan Duffes e Magaiver Fernandes
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Por – Andrea Lacocca –
Jornalista / Assessora