Com o enredo “Samba de Quilombo: A resistência pela Raiz”, o Império da Tijuca prestará homenagem ao GRANES Quilombo. Fundada em 1975, a agremiação foi idealizada pelo cantor e compositor Candeia como manifesto artístico negro em meio a um contexto de transformações visuais e de insatisfação latente por parte de compositores de diversas escolas com os rumos das agremiações e seus desfiles.
A Quilombo questionava o processo, definido por Candeia, como “embranquecimento” do samba, com a presença cada vez maior e mais influente de acadêmicos não oriundos das comunidades onde as agremiações se encontravam. Refutava, também, o caráter comercial que o carnaval adquiria, articulando-se com o poder público e tendo a participação mais significativa de mecenas nas agremiações.
Composta por importantes baluartes do carnaval carioca como Paulinho da Viola, Nei Lopes, Wilson Moreira, Darcy do Jongo, Martinho da Vila, Luiz Carlos da Vila, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Elton Medeiros, entre outros sambistas, a Quilombo tinha como princípios ser o espaço de reunião de sambistas e valorização das tradições do samba, não competindo entre as escolas “oficiais”, sem subvenção e desfilando com enredo de temáticas obrigatoriamente negras pelo subúrbio e/ou após blocos como o Cacique de Ramos.
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Sendo também o local de prática e valorização das artes ancestrais e folclóricas, promovendo a realização de manifestações culturais, ritos religiosos e fortalecendo o discurso do papel do negro brasileiro na sociedade através de debates por filmes, poemas e textos, o Império da Tijuca vê sua trajetória de enredos culturais confundir-se com um propósito muito similar ao seu desde a sua fundação. Reunindo sambistas e pensadores da cultura negra no Brasil, a escola do Morro da Formiga espera levar, em 2021 , mais uma apresentação emocionante e recheada de conteúdo para muitos que não conheciam a história da Quilombo.
“A missão cultural da escola de samba é levar entretenimento e conteúdo para o público que nos prestigia na Marquês de Sapucaí. Quando nosso carnavalesco ( Guilherme Estevão) nos apresentou o tema, sentimos total afinidade com a identidade da escola. Teremos um ano atípico por conta desta pandemia e acredito que o Carnaval será, de verdade, um grande estímulo para a cultura e para a economia. Mostrar nossas raízes e uma história da década de 1970 que é tão atual, só nos leva a crer que Candeia previa o que seria a nossa festa na atualidade. Exaltemos o samba, a cultura e o negro” diz Antônio Teles, o Tê, presidente da escola da Tijuca.
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Confira a logomarca e a sinopse do enredo idealizado por Guilherme Estevão, quem assina seu segundo projeto artístico no Império da Tijuca. A escola divulgará o calendário da disputa, com formato adaptado para o período de isolamento social, oportunamente.
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-Amanda Cunha-
ASCOM G.R.E.S.E Império da Tijuca