Toda a situação aconteceu por volta das 21h30, desta quarta-feira. Igor fez a primeira denúncia através de um vídeo postado no instagram – https://www.instagram.com/p/Can902Aj0ik/. E ontem, foi à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro do Rio, na tarde desta sexta-feira (4). O filho do humorista Mussum, denunciou racismo ao ser impedido de deixar o estacionamento do Park Shopping Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Igor, de 30 anos, tinha ido ao shopping para encontrar-se com sua mulher e a sogra.
Os fatos: A vítima é um homem alto, negro e pilotava uma moto de alta cilindrada – uma Honda CBR 600RR, de cor vermelha, avaliada em mais de R$ 50. Só isso já diz tudo, o suficiente para sofrer abordagem discriminatória de seguranças do estabelecimento
Tudo começou no momento que pretendia sair, assim que viu sua mulher e sogra saírem de carro, pegou sua moto no estacionamento, ao chegar na cancela foi impedido sob a alegação de que o veículo poderia ser roubado, mesmo após mostrar a habilitação e documento do veículo, ainda apresentou junto sua carteira do Conselho Regional de Odontologia, para evitar qualquer outro tipo de dúvida. Igor entrou novamente no shopping, dirigindo-se à gerência para relatar a ocorrência, mas na hora já não havia mais atendimento. E ainda assim, continuou sendo ofendido quando pretendia deixar o local. Após uns 40m, no que “parecia” esclarecido, mesmo após muita conversa, Igor contou que foi guiado por seguranças até a portaria.
O fato foi tão constrangedor que Igor percebeu tentativas de minimizar a situação partindo dos próprios seguranças que o escoltaram, de que se tratava de “procedimentos do shopping” e “norma de segurança” e que ele, teria que compreender, onde chegou a ouvir: “tinha que entender, né?”.
“Perguntei: entender o que, né, o que? Que um negro não pode pilotar uma moto como essa?”, comenta Igor, que ainda alega que os seguranças ficaram sem graça, mas que chegaram à conclusão de se o caso fosse com um homem branco em uma moto vermelha, ele dificilmente seria abordado.
“Não podemos permitir que casos de racismo continuem crescendo em nossa sociedade. É inadmissível que ainda hoje estamos presenciando casos como esses em nossa sociedade. Por isso, cada vez mais acredito que precisamos lutar e promover uma sociedade antirracista”, pontuou o Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos
O BO foi registrado como racismo do artigo 20 da Lei Caó, a lei da cidadania. A vítima estava acompanhando do advogado Gustavo Proença – Nicodemos & Nederstigt Advogados Associados
“O racismo impregna, as instituições sociais e todas as estruturas básicas da sociedade como política e economia precisam rever sua conduta”, pontua Proença
A Lei Caó – Lei nº 7.716/1989 – trata dos crimes de preconceito de raça ou de cor e recebe o nome de seu autor, o então deputado federal Carlos Alberto Caó dos Santos, que foi um advogado, jornalista, político e militante do movimento negro.
-Rozangela Silva-
Assessoria de Imprensa
Igor Palhano – Foto de Capa: Reprodução Instagram
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