Por Danilo Costa
Coordenador Executivo do Grupo Cultural AfroReggae; analista de sistemas por formação, especialista em Gestão do Sistema Único de Assistência Social, com MBA em Administração de Empresas pela FGV, com ampla experiência no terceiro setor e na administração pública, atuou na Prefeitura de Nova Iguaçu, no Senado Federal e nos Governos de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás por meio da Unesco.
O AfroReggae completou no início do ano, 31 anos de intensa transformação na vida de milhares de pessoas. Eu cheguei em 2013 com profundo respeito pelo que já havia sido construído e também tive minha vida impactada. Quem atravessa qualquer espaço onde o AfroReggae está é tomado por um sentimento de que o mundo pode ser diferente. Expandindo nossas ações e alcançando países na África, Ásia e Europa. Seguindo a metodologia de intercâmbio e formação de multiplicadores, deixamos um legado de conhecimento e experimentação por onde passamos e sempre aprendendo muito com quem nos encontramos. As histórias são feitas por quem as vive e jamais impostas. O que sempre quisemos foi ouvir e contar histórias de mudança, transformação e mobilidade social.
Nunca foi um objetivo disseminar unidades do AfroReggae pelo país ou transformar a marca em uma franquia, conforme sempre dito por José Júnior, fundador, presidente do Conselho Deliberativo, bem como nosso maior doador. O que sempre tivemos foi a responsabilidade de espalhar nossos valores onde quer que fôssemos. E para concretizar essa missão, era preciso criar meios pelos quais esses valores pudessem reverberar. Essa inspiração marcou desde o Jornal AfroReggae, no início de tudo, até a criação da produtora AfroReggae Audiovisual SA, responsável por séries de sucesso como “Arcanjo Renegado”, “A Divisão” e “Betinho, no Fio da Navalha”.
Somos um espaço onde pulsa a diversidade e onde negros, moradores de favelas, de áreas periféricas e de outros grupos estigmatizados tem voz e são prioridade. Nossa gênese é da favela. Nossa prática é das quebradas. Nosso sonho é a igualdade. E essas escolhas foram naturais, pois dentro de nós corre um desejo incontrolável de ser, fazer e ver a diferença. A representatividade social tão discutida em tempos atuais já estava no nosso DNA em 1993, em Vigário Geral. Era preciso agir para dar espaço aos esquecidos, abandonados, aos julgados, muitas vezes, apenas pela cor de sua pele. Um exemplo é o “Segunda Chance”, uma agência de empregos voltada para a inserção de egressos no mercado de trabalho, administrada por pessoas que cumpriram suas penas e hoje trabalham para que outros egressos tenham futuro e não fiquem presos no passado. Firmamos parcerias estratégicas com gigantes da indústria musical como a Universal e a Virgin para a criação da Crespo Music, uma editora e gravadora com o objetivo de oferecer oportunidades para artistas negros e de regiões periféricas gravarem em um estúdio de ponta com tecnologia Dolby Atmos, dando assim oportunidades para aqueles que não teriam. Em parceria com a IHS Tower, gigante multinacional do setor de infraestrutura de telecomunicações, estamos levando internet 4G e 5G para áreas de favela, super adensadas ou dominadas por grupos violentos. E mais uma vez inovamos com a formulação do AfroGames, o primeiro Centro de Treinamento de E-Sports em uma favela no mundo que treina e-atletas, construindo times profissionais em diversas modalidades de jogos eletrônicos. Nossos alunos têm a oportunidade de se profissionalizar no desenvolvimento e design de jogos, inserindo jovens negros e de favelas no próspero mercado dos games, que movimenta milhões de dólares por ano.
Atualmente estamos montando o Programa Léa Garcia de Formação de Atores, proporcionando a formação de jovens para atuação na TV, no cinema e streaming e assim visamos promover o aumento da diversidade nas telas. Em outra frente, ainda no audiovisual, mas de forma mais técnica, construímos o Epicentro do Kaô, projetado para formação em áreas como Operador de Câmera, Técnico de Áudio e Editor de Vídeo. A parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro permitiu a revitalização do Centro Cultural Waly Salomão em Vigário Geral e da Arena AfroGames no Cantagalo, mostrando que avanço e comprometimento podem andar lado a lado. As oficinas de ballet e percussão em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Globo continuam a ser importantes espaços de acesso e experimentação artística para crianças e adolescentes. Tivemos altos e baixos, e estamos de pé, pois caímos sem medo de levantar. E vamos seguir essa jornada especial em levantar pessoas que acabam não acreditando que podem caminhar num mundo ainda muito ligado ao racismo, à homofobia, à misoginia. Expressamos nosso profundo respeito aos nossos financiadores, amigos e colaboradores, inclusive à Gol, que nos permite voar por todo o Brasil para a aproximação com nossos parceiros. É impossível citar o nome de todos que colaboraram com o AfroReggae, mas tenho convicção de que onde estiverem estão semeando mudança e apoiando nossos valores.
E, para celebrar esses 31 anos, estamos relançando com a Ambev o poderoso “Conexões Urbanas”, que voltará a levar shows, lazer e entretenimento para os mais diversos locais da cidade e do estado em 2024. A vida é um direito de todos/as e é nisso que acreditamos. É isso que praticamos!
Assessoria de Imprensa: -Rozangela Silva-
Grupo de percussão – Foto de Capa: Fabrica
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