A calçada portuguesa ou mosaico português ou ainda pedra portuguesa é o nome consagrado de um determinado tipo de revestimento de piso utilizado especialmente na pavimentação de passeios, de espaços públicos ou privados.
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De início, a pedra portuguesa foi usada como lastro dos navios que partiam de Portugal desde o século XV em busca de sonhos, especiarias e descobertas, para garantir a estabilidade da navegação. Depois, já em meados do século XIX, tomou a forma de calcetamento de praças e passeios públicos. O primeiro uso teria sido no Castelo de São Jorge, em Lisboa. Pedras com formato irregular, geralmente em calcário branco e negro, usadas para formar padrões decorativos ou mosaicos pelo contraste entre as duas cores. Logo se percebeu a harmonia estética desse jogo de cores, o preto e o branco, mais tradicionais, embora depois tivessem ficado populares também o vermelho , o azul, o cinza e o amarelo. Na sequência do sucesso no Castelo de São Jorge veio a Praça do Rossio, também em Lisboa. Movimentos sinuosos do calcário branco e preto formavam ondas, o Mar Largo, a prestar culto e homenagem aos descobrimentos e a seus heróis.
A calçada portuguesa rapidamente se espalhou em Portugal e pelas “colônias”, subjacente a um ideal de moda e de bom gosto, tendo-se apurado o sentido artístico, que foi aliado a um conceito de funcionalidade, originando autênticas obras-primas nas zonas pedestres. Daqui, bastou somente mais um passo, para que esta arte ultrapassasse fronteiras, sendo solicitados mestres
calceteiros portugueses para executar e ensinar estes trabalhos no estrangeiro.
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Em certas regiões brasileiras é possível encontrar pedras em azul e verde. A sua aplicação pode ser apreciada em projetos como o do Largo de São Sebastião, construído em Manaus no ano de 1901, o famoso calçadão da Praia de Copacabana , no passeio e no e interior da Galeria do Conjunto Nacional na Av. Paulista e no Parque da Independência no Ipiranga bem como ainda no chamado “Centro Velho” da cidade de São Paulo. Mas a pedra portuguesa não é só um revestimento. Para logo se viu a oportunidade da pedra de calçada portuguesa na arte, no design, na publicidade. Na poesia…
“Quando as calçadas alcançaram as estrelas e as pedras
conquistaram os oceanos, formaram-se estes majestosos
caminhos…” (Ernesto Matos)
E imortalizadas na voz de Amália Rodrigues:
“Vai de corações ao alto nasce a lua
E a marcha segue contente
As perinhas de basalto cá da rua
Nem sentem passar a gente.”
(Lá vai Lisboa – Norberto Araújo e Raul Ferrão)
A mandala em pedras brancas e pretas é uma linda homenagem da cidade de Nápoles a John Lennon, e da cidade de Nova Iorque que a hospeda no chão perto do Central Park, tendo ao centro a inscrição “IMAGINE”… Em 1986 , foi criada uma escola para calceteiros (a Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa), situada na Quinta do Conde dos Arcos e atualmente a calçada portuguesa é candidata à Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, cuja candidatura foi apresentada pela cidade de Lisboa em Outubro de 2016 e está em fase de análise na UNESCO.
Tendo em vista a evidência que a calçada portuguesa tem como símbolo nacional de grande valor patrimonial, encontrado também em diversas cidades brasileiras, a Casa de Portugal convidou a fotógrafa luso-brasileira Catarina Machado para fazer uma recolha de imagens com a finalidade de constituir um acervo para compor uma exposição fotográfica itinerante no decorrer de 2019.
As fotos foram recolhidas em Outubro de 2018 e após a seleção a exposição será constituída por 20 peças (formato 39×55 cm), sendo 18 imagens que focalizam a calçada em diversas localidades portuguesas e 2 captadas na cidade de São Paulo; uma no Parque da Independência no Ipiranga e a segunda na Galeria do Conjunto Nacional na Av. Paulista.
Considerando a recente parceria entre a Casa de Portugal e o Conjunto Nacional, localizado no único quarteirão da Avenida Paulista em que sobreviveu a calçada portuguesa, a exposição “Calçada Portuguesa” ficará aberta ao público entre 5 e 25 de Fevereiro na Galeria do Conjunto Nacional, Nacional seguindo depois um calendário itinerante por várias associações luso-brasileiras em diversos estados brasileiros com o apoio dos respectivos Consulados de Portugal locais. Esta iniciativa é uma promoção conjunta da Casa de Portugal e do Conjunto Nacional com o apoio da Associação Paulista Viva e do Consulado Geral de Portugal em São Paulo, registrando-se o patrocínio da TAP, da Caixa Geral de Depósitos, e da EDP (patrocinadores da Casa) e do Grupo Fátima Hotels e Hotel Mundial Lisboa, parceiros que apoiaram a recolha das imagens em Portugal.
A fotógrafa Catarina Machado nasceu em São Paulo em 1998 e desde muito pequena demonstrou suas aptidões para a fotografia capturando paisagens em suas viagens. Foi aluna do Colégio Guilherme Dumont Villares no Morumbi, concluiu o curso de Fotografia do Centro Universitário Belas Artes e atualmente é aluna do IIF – Instituto Internacional de Fotografia. Ela foi autora da exposição “Bancos – Contemplar e Integrar” que já esteve patente ao público na Galeria da Casa de Portugal e do Conjunto Nacional e que em breve estará disponível em várias estações do Metrô de São Paulo.
Nesta exposição, Catarina fotografou calçadas durante 25 dias em várias localidades de Portugal (praças, ruas e parques) nos mais variados enquadramentos. A fotógrafa revela que, “desde que a calçada portuguesa é candidata ao título de patrimônio mundial da humanidade pela UNESCO,
despertou em mim um olhar mais criterioso e ao mesmo tempo poético sobre o assunto. Descobri que em várias cidades do mundo há belos exemplares de calçada portuguesa e quis aproveitar a minha viagem a Portugal para focalizar esse tema nas suas mais variáveis aplicações. Como esta exposição se insere no calendário cultural da Casa de Portugal e do Conjunto Nacional na Av. Paulista, decidi incluir também duas imagens que representam muito bem a calçada portuguesa em São Paulo, uma delas no próprio Conjunto Nacional, único espaço na Paulista onde a calçada resistiu a recentes intervenções urbanas e no Parque da Independência no bairro do Ipiranga.”
O curador Belisário dos Santos Jr. é advogado, Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco da Universidade de São Paulo – USP, com curso de mestrado em Legislação Penal Especial (USP). Produtor teatral, possui ainda especialização em Direito Administrativo pela PUC/SP. Foi procurador autárquico do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, de 1972 a 1998. Integrou o Conselho Penitenciário do Estado de São Paulo, representando a OAB-SP. Foi membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. Ocupou ainda o cargo de Presidente da Associação de Advogados Latino-Americanos pela Defesa dos Direitos Humanos. Foi Secretário de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo (1995/2000) e Secretário da Administração Penitenciária do Estado (1995). Hoje é membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo. Integra o Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e da Fundação Mário Covas. É membro, representando o Brasil, da Comissão Internacional de Juristas, com sede em Genebra. É diretor do Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (CESA) e diretor da Casa de Portugal.
Fotógrafa: Catarina Machado
Curador: Belisário dos Santos Jr.
SERVIÇO:
Exposição Fotográfica “Calçada Portuguesa”
de 5 a 25 de Fevereiro – Galeria do Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2073 – Térreo
Segunda a Sexta das 07:00 às 22:00 hs
Sábados e Domingos das 10:00 às 22:00 hs
Entrada Grátis
Informações: (11) 3273-555 – karoline@casadeportugalsp.com.br
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-Renato Cipriano-
Assessoria de Imprensa