O Império da Tijuca retorna à Marquês de Sapucaí neste sábado, 19 de março, para realizar o ensaio técnico oficial, organizado pela Liga-RJ. Para marcar a volta ao Sambódromo, o Primeiro Império do Samba vai levar algumas novidades, entre elas, a ala coreografada “Samba de Caboclo”.
Comandada por G’leu Cambria, “Samba de Caboclo” promete ser um dos pontos altos do desfile do Império da Tijuca. A ala representa uma importante dança da cultura negra, intimamente ligada às raízes principais do samba, que envolve movimentações, gestos e trajes das entidades da mata, como os caboclos, nas religiões de matriz africana. Devido a grande influência religiosa e cultural, esses movimentos eram praticados no Quilombo. Apesar de ser considerada extremamente tradicional, essa dança é pouco difundida, por isso é apontada como o grande destaque da agremiação na avenida. A ala está inserida no setor das artes negras populares que o Quilombo executava em seu terreiro.
G’leu Cambria, é mãe, mulher preta, dançarina, coreógrafa e diretora de movimento de Dança Afro Brasileira. É da religião do Candomblé, nação Angola, e destaca o quanto a espiritualidade influencia sua arte:
“Trago em meu corpo ensinamentos ancestrais, que estão na sua quarta geração com a minha avó, a N’engua de N’Inquici, Mãe Ilza Mukalê. Seguimos preservando a nossa cultura, as nossas raízes e a nossa Ancestralidade, e através do meu mergulho e encontro com o sagrado, ensino a gestualidade e movimentos das danças dos orixás, buscando junto com a força do coletivo, a conscientização e energização corporal, que vibra e transcende, sendo guiado pelo ritmo, canto e toque sagrado de uma Percussão ao vivo, composta por músicos profissionais e Ogãns de terreiro”, afirma G’leu.
Neste sábado, o Império da Tijuca vai encerrar a noite de ensaios técnicos no Sambódromo, e, na noite de 21 de abril será a sétima escola a desfilar, com o enredo “Samba de Quilombo – A Resistência pela Raiz” , de autoria do carnavalesco Guilherme Estevão.