De 23 a 25 de julho, Academia Brasileira de Música homenageará Turíbio Santos, Edino Krieger e Almeida Prado, com apresentações do Coral Brasil Ensemble, Orquestra Sinfônica da UFRJ e Orquestra Sinfônica Nacional, e regências de Tobias Volkmann, Júlio Medaglia e Daniel Guedes
A Academia Brasileira de Música comemora os 78 anos de sua fundação com mais uma edição de Brasiliana, a série de concertos dedicada à música brasileira. Serão três concertos, nos dias 23, 24 e 25 de julho, na Sala Cecília Meireles. Fundada em 14 de julho de 1945, por Heitor Villa-Lobos, como instituição cultural sem fins lucrativos, a ABM tem como objetivo principal a divulgação da música clássica brasileira e é composta por 40 acadêmicos, personalidades de destaque no meio musical brasileiro nas áreas da composição e da educação musical, da interpretação e da musicologia.
O concerto do dia 23, domingo, às 17 horas, é integralmente dedicado ao compositor Heitor Villa-Lobos, com a apresentação do Coral Brasil Ensemble – UFRJ (regência de Maria José Chevitarese) e o Grupo de Câmara da Orquestra Sinfônica da UFRJ, sob regência de Tobias Volkmann. O destaque é para o centenário de composição do “Noneto”, obra emblemática da produção do compositor, escrita em 1923 para coro misto e grande conjunto instrumental – apresentada pela primeira em Paris em 30/05/1924. Completam o programa o “Sexteto Místico”, de 1917, e o “Quatuor” (1928).
Na segunda-feira, dia 24, às 19 horas, a Sala Cecília Meireles receberá a Orquestra Sinfônica da UFRJ, regida pelo maestro e acadêmico Júlio Medaglia – sua primeira vez à frente de um concerto na série Brasiliana. No programa, obras pouco frequentes no repertório das orquestras brasileiras. Os três movimentos de “Cinematográfica”, de César Guerra-Peixe, foram extraídos de uma trilha original para o cinema composta em 1978, transformada em peça para concerto pelo próprio compositor em 1982. A “Suíte Popular” para orquestra de câmara, de Luciano Gallet, foi composta em 1929 e traduz, em música, as teorias de Mário de Andrade expostas no “Ensaio sobre a Música Brasileira”, publicado no ano anterior. Na obra, Gallet estrutura os movimentos de danças populares a partir de temas de composições de sucesso da época, incluindo as de Ernesto Nazareth. A segunda parte do programa é dedicada ao violão, que marcará a homenagem a Turíbio Santos por seus 80 anos. Do próprio Turíbio, será executada a “Suíte de Danças Concertantes”, encerrando com o “Concerto para quatro violões”, de Ronaldo Miranda. Os intérpretes serão cinco ex-alunos de Turíbio: Celso Faria, Fábio Adour, Luiz Carlos Barbieri, Marco Lima e Maria Haro.
O último concerto da série Brasiliana, dia 25, às 19h, terá a participação da Orquestra Sinfônica Nacional, da Universidade Federal Fluminense, sob regência de Daniel Guedes, homenageando os compositores Edino Krieger, que faria 95 anos em 2023, e Almeida Prado, que completaria 80 anos. O “Pequeno Concerto para violino” foi composto por Krieger na Alemanha, em 2008, e estreado por Daniel Guedes no ano seguinte, durante a XVIII Bienal de Música Brasileira Contemporânea, na própria Sala Cecília Meireles. Também de Edino Krieger são as “Variações Elementares”, obra composta em 1964 e estreada no ano seguinte durante o III Festival Interamericano de Música de Washington.
De Almeida Prado, será ouvida “Estigmas”, para orquestra de cordas, obra composta em 1975 e estreada no mesmo ano em Genebra, na Suíça, pela Orquestra de Cordas da Academia Internacional de Música de Câmara. O programa inclui ainda o “Naufrágio de Kleônicos”, um poema sinfônico composto por Villa-Lobos em 1916, que conclui com “O Canto do Cisne Negro”, um solo de violoncelo muito executado na versão com piano.
TIM RESCALA: cerimônia de posse
No mesmo dia 25, um pouco mais cedo, às 17h, acontecerá a cerimônia de posse do Acadêmico Tim Rescala, no Espaço Guiomar Novaes, na própria Sala Cecília Meireles, com entrada gratuita e aberta ao público. Eleito em junho desse ano, o compositor e produtor musical ocupará a cadeira nº 34, que tinha como último ocupante o compositor e gestor cultural Edino Krieger (José de Araújo Vianna como Patrono, Newton Pádua como Fundador e Guerra-Peixe como 1º Sucessor). Sua obra “Bipolar” também será apresentada pela Orquestra Sinfônica Nacional no concerto de encerramento da série Brasiliana.
BRASILIANA 2023 – ACADEMIA BRASILEIRA DE MÚSICA
23, 24 e 25 de julho de 2023
Endereço: Largo da Lapa, 47
Ingressos: R$20,00 (inteira) / R$10,00 (meia-entrada)
Classificação livre
PROGRAMAS
Dia 23 de julho, domingo, às 17 horas
Coral Brasil Ensemble – UFRJ (direção de Maria José Chevitarese)
Grupo de Câmara da Orquestra Sinfônica da UFRJ
Regência de Tobias Volkmann
1- Heitor VILLA-LOBOS – Quatuor para flauta, oboé, clarineta e fagote (1928) 15′
I- Allegro non troppo
II- Lento
III- Allegro molto vivace
2- Heitor VILLA-LOBOS (1887-1959) – Sexteto Místico para flauta, oboé, sax alto, violão, celesta e harpa (1917) 8′
3- Heitor VILLA-LOBOS – Noneto para flauta, oboé, clarineta, fagote, sax alto, piano, celesta, harpa, percussão e coro misto (1923) 14′
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Dia 24 de julho, segunda-feira, às 19 horas
Orquestra Sinfônica da UFRJ
Regência de Júlio Medaglia
1- César GUERRA-PEIXE (1914-1993) – Cinematográfica (1978) 6′
I- Panorama e detalhe (Andantino maestoso)
II- Amorosamente (Larghetto)
III- Troteando na estrada (Allegretto)
2- Luciano GALLET (1893-1931) – Suíte Popular (1929)
I- Dobrado
II- Tanguinho
III- Polka
IV- Seresta
V- Maxixe
3- Turíbio SANTOS (1943) – Suíte de danças concertantes para violão
I- Forró
II- Sonhos
III- Carimbó
IV- Samba lamento
V- Valsa do amanhecer
VI- Frevo dos aflitos
Solista: Celso Faria
4- Ronaldo MIRANDA (1948) – Concerto para quatro violões (2003) 23′
I- Lento / Allegro
II- Lírico
III- Entreato
IV- Rondó
Solistas: Fábio Adour, Luis Carlos Barbieri, Marco Lima e Maria Haro
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Dia 25 de julho, terça-feira, às 19 horas
Orquestra Sinfônica Nacional da UFF
Regência de Daniel Guedes
1- Edino KRIEGER (1928-2022) – Pequeno Concerto para violino e cordas (2008) 14′
I- Recitativo e Allegro
II- Digressões sobre um sino de Baden-Baden
III- Tocata
Solista: Daniel Guedes
2- José Antônio de ALMEIDA PRADO (1943) – Estigmas para cordas (1975) 12′
I- Sudário
II- Estigmas
III- Amem
3- Edino KRIEGER – Variações elementares para orquestra de câmara (1964) 16′
I- Prólogo
II- Variação I: Diálogos
III- Variação II: Toccata
IV- Variação III: Móbiles
V- Variação IV: Ricercare
VI- Variação V: Choro
VII- Variação VI: Pequeno Coral
VIII- Variação VII: Bossa-Nova
IX- Variação VIII: Quarteto
X- Variação IX: Densidade
XI- Variação X: Jogo
XII- Epílogo
4. Tim RESCALA (1961) – Bipolar (1921) 7′
5. Heitor VILLA-LOBOS – Naufrágio de Kleônicos (1916) 13′
Acadêmicos homenageados
Alfredo Taunay, 180 anos
Arthur Napoleão, 180 anos
José Cândido da Gama Malcher, 170 anos
Ernesto Nazareth, 160 anos
João Batista Lehmann, 150 anos
Paulino Chaves, 140 anos
Savino de Benedictis, 140 anos
Mário de Andrade, 130 anos
Luciano Gallet, 130 anos
Antônio Garcia de Miranda Neto, 120 anos
Helza Camêu, 120 anos
Ayres de Andrade, 120 anos
Eurico Nogueira França, 120 anos
Cleofe Person de Mattos, 110 anos
José Maria Neves, 80 anos
Luiz Paulo Horta, 80 anos
José Antônio de Almeida Prado, 80 anos
Aylton Escobar, 80 anos
Turíbio Santos, 80 anos
Manoel Corrêa do Lago, 70 anos
Homenagem especial
Edino Kriger, 95 anos
-Cezanne Comunicação-
Orquestra Sinfonica UFR – Foto de Capa: Vitor Jorge
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