O IFCs protagonizou ontem, um novo cenário acadêmico, muito diferente do que costuma acontecer. Ontem o babalaô Ivanir dos Santos, apresentou a defesa de doutorado: Marchar Não é Caminhar: Interfaces políticas e sociais das religiões de matrizes africanas no Rio de Janeiro contra os processos de Intolerância Religiosa (1950-2008), no Programa de Pós-graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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A data foi escolhida de propósito: 25 de maio / Dia da África, ou das Áfricas como pontua o religioso. Instituída em 1972, pelaOrganização das Nações Unidas (ONU) em referência a criação da Organização de Unidade Africana (OUA). Atualmente conhecida como Africana (UA), foi fundada em 25 de 1963 na Etiópia, com o objetivo de defender e emancipar os países do continente africano e, pensando em um evento que possa evidenciar e fomentar as inteirações e trocas epistemológicas entre os pesquisadores e pesquisadoras brasileiros e dos países africanos
Ineditamente, fugindo ao protocolo, a tese foi apresentada para mais de 500 ouvintes no Salão Nobre do IFCs, nunca na faculdade houve um burburinho tão grande com uma apresentação.
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Ivanir dos Santos, figura ímpar, que vem há anos no combate ao racismo e principalmente a luta contra à intolerância religiosa. Mas além de reivindicar, vem buscando diálogos com grupos de estudos e pesquisas em âmbitos internacionais, o professor Ivanir vem construindo e fomentando ações para o fortalecimento dos laços entre os intelectuais afro-brasileros, afro-americanos e africanos. A frente do ERARIR e CCIR, suas incursões pelo mundo é a prova que é ele tem voz e deixa um legado.
“A tese tem por objetivo evidenciar os processos de resistências das religiões de matrizes africanas frente á intolerância religiosa e o racismo no Brasil e, busca analisar comparativamente, os processos políticos, sociais e econômicos que fomentaram a Caminhada em defesa pela Liberdade Religiosa e Marcha para Jesus, ambas realizadas no ano de 2008”
afirma Ivanir dos Santos.
O trabalho de pesquisa de pós-graduação realizada pelo babalawô, lança luzes para outras pesquisas, em âmbitos acadêmicos, que buscam evidenciar as ações das lutas e resistências dos adeptos das religiões de matrizes africanas como sujeitos históricos e não apenas como objetos de pesquisas. Mas acima de tudo marca e fortalece as ações “enegrecer” nas universidades brasileiras, pois busca dar visibilidades para as ações de resistências da “gente comum” negra e/ou marginalizada por conta das suas opções religiosas, a de matrizes africanas.
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A banca, foi constituída pelo Professor Doutor Marcelo Marc Cord (UFF), Professor Doutor José Costa D’Assunção Barros (UFRJ), Professor Doutor André Leonardo Chevitarese (UFRJ), Professor Doutor Flávio dos Santos Gomes (UFRJ), Professor Doutor André Luís dos Santos Barroso (Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro) e Professor Doutor Wallace dos Santos de Morais (UFRJ).
O babalawô, visivelmente emocionado, lembrou de suas lutas e suas batalhas, o ponto alto ficou por conta quando ofereceu sua tese à sua mãe, que foi prostituta na Praça XI – e lembrou emocionado de uma frase (profetizada) que ouviu aos 5 anos “Meu filho vai ser Doutor”…, além de reverenciar à raça negra, mulheres, favelados, entre outros segmentos marginalizados… Foi uma comoção.
Emoções a parte, uma surpresa foi orquestrada por lideranças religiosas, começando com um café da manhã, com diversas delícias a base de frutas, pães e quitutes como canjica. Após a resposta da banca, houve apresentação do Projeto em Africanidade na Dança Educação da UFRJ, e um “Cortejo dos Orixáms Funfun”, criação do mundo pelos Yorubás, tendo Alexandre Padê cantando à capela e em outro momento, acompanhado de um ogã, que levantou a plateia.
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O evento contou com diversos líderes religiosos Fátima Damas (CEUB), Kleber Lucas, com 25 anos de ministério, líder na Igreja Batista Soul, no Rio, Neil Barreto (Igreja Batista Betânia), pesquisador Carlos Alberto Medeiros, pastora Lusmarina, escritora Helena Theodoro, entre outros. Sem sombra de dúvida, foi um dia memorável.
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– Rozangela Silva –
Assessora de imprensa