Médico Gleison Guimarães avalia estudo recente que trata dessa associação
Sabe-se que o bom funcionamento do sistema imunológico depende de muitos fatores, sendo o sono um dos mais essenciais. No período de descanso, as defesas do organismo atuam com mais força, razão pela qual alguns estudos passaram a observar a relação entre o sono saudável e a eficácia da vacinação contra a covid-19 (SARS-CoV-2).
De acordo com Gleison Guimarães, médico especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), em artigo recente publicado na “Translational Psychiatry”, os pesquisadores do ICOS apontaram que duas doses de vacinas de mRNA estão associadas a um menor risco pós-COVID. No entanto, essa proteção pode ser menor entre aqueles que dormem menos de 6 horas por noite. “Já sabíamos, com base em estudos anteriores, que a duração do sono no momento da vacinação contra infecções virais pode afetar a resposta imune. Esse estudo diz que dormir pelo menos 6 horas por noite pode representar uma medida simples para reduzir o risco pós-COVID em indivíduos totalmente vacinados”, explica.
Outros estudos já haviam demonstrado anteriormente que o sono noturno curto pode comprometer a capacidade do corpo humano de lidar com infecções virais e limitar o potencial protetor da vacinação contra o vírus da covid-19.
No caso de pessoas com o sistema imunológico comprometido ou ausente, estender a duração do sono durante a noite após a vacinação poderia não apenas ajudar a garantir uma resposta mais adequada à vacinação, como contribuir para reduzir a incidência de doenças graves. “É interessante que, para alguns indivíduos, a duração do sono pode até ter aumentado durante a pandemia de covid-19, possivelmente como resultado de uma maior flexibilidade de trabalho”, comenta o especialista.
O médico afirma que com a análise de dados como informações sobre possíveis reinfecções, horários de trabalho e comorbidades, o monitoramento do sono e o momento da vacinação poderiam fornecer informações mais conclusivas para agências de saúde pública, prestadores de cuidados de saúde, pacientes e desenvolvedores de vacinas sobre a importância desses fatores para otimizar o sistema imunológico como um todo e melhorar ainda mais a eficácia da vacina. “Nesse contexto, acreditamos que o estímulo a um sono saudável em nossas sociedades pode ser muito útil na promoção de saúde cardiovascular, endócrino metabólica e em nossa imunidade, como o exemplo de que todas essas alterações pioravam os resultados e desfechos clínicos nas infecções, e seria de fundamental importância em caso de futuras pandemias virais”, conclui.
Sobre Gleison Guimarães
É médico especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), especialista em Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e também em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Possui certificado de atuação em Medicina do Sono pela SBPT/AMB/CFM, Mestre em Clínica Médica/Pneumologia pela UFRJ, membro da American Academy of Sleep Medicine (AASM) e da European Respiratory Society (ERS). É também diretor do Instituto do Sono de Macaé (SONNO) e da Clinicar – Clínicas e Vacinas, membro efetivo do Departamento de Sono da SBPT. Atuou como coordenador de Políticas Públicas sobre Drogas no município de Macaé (2013) e pela Fundação Educacional de Macaé (Funemac), gestora da Cidade Universitária (FeMASS, UFF, UFRJ e UERJ) até 2016. Professor assistente de Pneumologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Campus Macaé. Para mais informações, acesse https://drgleisonguimaraes.com.br/ ou pelo Instagram @dr.gleisonguimaraes e no Twitter @drgleisonpneumo.
-Carolina Lara-
Assessoria de Imprensa
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