Realizado ininterruptamente desde 2012, o Festival Cenáculo de Teatro, que em tempos de pandemia realizou duas edições online de solos, se reinventa mais uma vez e apresenta uma nova edição completamente reformulada. Realizado neste ano pelo Espaço de Cultura e Direitos Humanos João Cândido Marinheiro e pelo Instituto Cultural Cerne, a nona edição do festival acontecerá em formato híbrido, com espetáculos gravados para exibição online. Contemplado pelo edital Fomenta Festival, o evento tem patrocínio do Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através da Lei Aldir Blanc, e se configura em uma verdadeira maratona teatral, com 8 espetáculos ininterruptos em um único fim de semana.
A mostra, que acontecerá entre os dias 19 e 25 de abril, foi toda pensada de forma a traçar relações entre teatro e circo (através de espetáculos que flertam com ambas as linguagens), a valorizar o teatro popular e de rua, e também celebrar a própria cidade: na grade da mostra estão os espetáculos “Will Will Conta Benjamim de Oliveira”, sobre o palhaço que dá título ao Circo Escola Benjamim de Oliveira, projeto da ONG Centro de Desenvolvimento Criativo Se Essa Rua Fosse Minha em São João de Meriti; e “Turmalina 18-50”, sobre o líder da Revolta da Chibata, João Cândido, morador da cidade por quase quatro décadas.
O festival ainda reafirma seu compromisso com a educação e o desenvolvimento da cultura e do olhar crítico sobre a produção artística da região. Será constituído um júri estudantil com os membros da Trupe Malungos, grupo fixo formado por jovens alunos da escola de circo mencionada, que receberão uma oficina de análise de espetáculos teatrais para, posteriormente, atribuir prêmios como melhor atuação, melhor direção e melhor espetáculo, entre outros. Além disso, o festival promoveu parcerias também com o canal de YouTube Cadernos Cênicos, de Leandro Fazolla, e o projeto “Baixada Crítica – Escritas Afetivas”, que vão divulgar vídeos e textos com análises críticas sobre os espetáculos participantes.
Sucesso absoluto nas edições anteriores, o festival completa nove anos de existência se firmando como um grande movimento de artes cênicas na Baixada, já tendo reunido, nas edições anteriores, mais de 100 espetáculos, abrangendo um quantitativo de mais de 1000 artistas e técnicos e mais de 25.000 espectadores. Devido à pandemia, o evento acontecerá nas plataformas de YouTube e Instagram da Cia Cerne.
SERVIÇO
9º FESTIVAL CENÁCULO DE TEATRO
DATAS: 19 a 25 de abril
LOCAL: Instagram e YouTube da Cia Cerne
PROGRAMAÇÃO
19 DE ABRIL, 18h.: ARIANO, O CAVALEIRO SERTANEJO | Os Ciclomáticos Cia de Teatro
19 DE ABRIL, 21h.: WILL WILL CONTA BENJAMIM DE OLIVEIRA | Palhaço Will Will e Brigadeirinho Produções
20 DE ABRIL, 18h.: NOSSO GRANDE ESPETÁCULO | Adorável Companhia
20 DE ABRIL, 21h.: CIDADE DO SORRISO | Guapoz Produções Artísticas
21 DE ABRIL, 18h.: BOQUINHA… E ASSIM SURGIU O MUNDO | Coletivo Preto
21 DE ABRIL, 21h.: UMA MALA PARA DOIS PALHAÇOS | Inepta Cia
22 DE ABRIL, 18h.: A INCRÍVEL PELEJA DE SIMÃO E A MORTE | Cia. de Arte Popular
20 DE ABRIL, 21h.: TURMALINA 18-50 | Cia. Cerne
25 DE ABRIL: Premiação pelo Júri Estudantil
SINOPSES DOS ESPETÁCULOS
ARIANO – O CAVALEIRO SERTANEJO
Seis Cavaleiros à procura do lendário autor Ariano Suassuna invadem com música e poesia a cidade nordestina de Armorial. Eles contam e cantam sobre a lenda do cavaleiro nordestino, aquele que nasceu, amou, viveu e lutou usando suas armas mais potentes: a pena e a tinta. O cavaleiro andante, de mistérios e mitos, deixou seu legado e perpetuou suas histórias e foi intitulado: Ariano – O Cavaleiro Sertanejo.
WILL WILL CONTA BENJAMIM DE OLIVEIRA
E existe palhaço negro? Não só existe hoje, como existiu também lá no início do século XX, com aquele que é o primeiro palhaço negro brasileiro conhecido: Benjamim de Oliveira! O espetáculo rememora a vida de Benjamim a partir do olhar de Will Will, um palhaço negro dos dias atuais, que enquanto conta a história do seu ancestral, identifica semelhanças com ele e com sua trajetória.
NOSSO GRANDE ESPETÁCULO
Totó e Solamenta orgulham-se por estrelar o “Nosso Grande Espetáculo”, que reúne comicidade, música ao vivo, instrumentos excêntricos, acrobacia, equilíbrios e muito mais, numa clara referência ao circo tradicional que atualmente disputa com as mídias digitais a atenção de crianças e de seus pais. Uma performance pulsante e divertida que tem como principal característica a comunicação direta com a plateia.
CIDADE DO SORRISO
O espetáculo conta a história de Doril, um palhaço que, ao acordar, percebe que seu nariz desapareceu e junto com ele o seu sorriso. Desesperado, parte com sua parceira Flora à procura de um famoso lugar chamado Cidade do Sorriso, onde pode ser que esteja seu nariz. Amizade, amor, alegria, fé e muita confusão se misturam na aventura destes dois palhaços em busca da felicidade.
BOQUINHA… E ASSIM SURGIU O MUNDO”
Com texto de Lázaro Ramos, a peça promove o encontro do pequeno João Vicente com as diversas perspectivas de surgimento do mundo. Numa viagem pelo seu quarto e pelas anotações do seu avô, João se depara com amigos mágicos que o ajudam a fazer o dever de casa e a pensar nas múltiplas possibilidades de respostas para a indagação. A montagem cria uma atmosfera fantástica e reflete sobre o respeito às diferentes opiniões, crenças e credos, tudo de maneira leve e divertida.
UMA MALA PARA DOIS PALHAÇOS
Os palhaços Escafura e Tortobias decidem fazer um filme mudo do seu espetáculo de
variedades circenses. Mas, para obter sucesso, é preciso que tudo esteja em ordem: luz,
câmera, e, principalmente, duas malas. Porém, surpreendentemente, apenas uma mala é colocada em cena. Com esse imprevisto, os dois interrompem o roteiro original e acabam encenando outro filme/espetáculo: “Uma mala para dois palhaços.”
A INCRÍVEL PELEJA DE SIMÃO E A MORTE
“A Incrível Peleja de Simão e a Morte” é uma farsa que teve sua estreia em agosto de 2007, com referência de elementos da cultura popular, como o bumba-meu-boi, as carpideiras, a ciranda e as cantigas populares. Quatro atores e um músico contam, tocam e cantam a história de “Simão”, um anti-herói que, com muita esperteza, peleja para não “passar dessa pra melhor” e tenta a todo custo se manter mais tempo vivo na terra.
TURMALINA 18 – 50
O espetáculo refaz os caminhos percorridos pelo marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibata, como forma de celebrar sua história e combater o apagamento de sua memória. A peça relembra os abusos sofridos pelos marinheiros negros até a primeira década do século 20, exalta a Revolta da Chibata e apresenta os últimos dias de João Cândido, um herói nacional pobre e esquecido, numa rua de terra na Baixada Fluminense.
-Alessandra Costa-
Assessoria de Imprensa e Comunicação
O Cavaleiro Sertanejo – Foto de Capa: Zayra Lisboa
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