Vespa Luz
Publicitário – Consultor de Marketing Político, há mais de 37 no segmento
Claudio Castro amava Bolsonaro que amava Crivella que amava Romário que amava Garotinho que amava Lula que amava Alckmin que amava Freixo que amava Molon que amava André Ceciliano que amava Rodrigo Neves que amava Ciro que amava Lupi que amava Cabo Daciolo que amava Ivanir dos Santos que amava o povo que não amava ninguém.
Bom, em síntese, é mais ou menos isso, porque em matéria de qualquer coisa, nada como talvez.
O grande estrategista eleitoral, com quem tive o prazer de trabalhar, Chico Santa Rita, sempre se referia à política do Rio de Janeiro como digna de um estudo psiquiátrico.
Aqui, partidos, historicamente ideológicos, fazem qualquer negócio pelo poder e pelo dinheiro. Quem sonharia em ver esse moderno prato da cozinha experimental: risoto de Chuchu com Lula? E mais, o Chuchu devidamente colhido com um boné do MST. Você viu, na caminhada em Salvador, a cara pindamonhangabense do moço, no meio da multidão, como se a qualquer momento fossem lhe passar a mão na bunda? Confesso que fiquei constrangido com aquela cena.
Como me constrange ver Freixo irmãozinho de partido de Alckmin. Ou Rodrigo Neves, um petista histórico, que negou a sigla, por estratégia eleitoral, pulando primeiro para o PV que andou alugando a sigla para muito passageiro de viagem curta, e depois para o PDT, adversário histórico que o bateu em 2012, com Jorge Roberto da Silveira na corrida à prefeitura de Niterói, sendo, depois, cooptado por cargos e infraestrutura. Rodrigo já posou do lado dos pré-candidatos ao Senado Ivanir dos Santos, Cabo Daciolo e agora, negando Ciro que não decola, abraça Lula e, com ele, André Ceciliano, além é claro de Eduardo Paes e Felipe Santa Cruz, que vieram engrossar esse cenário de luta totalmente intestinal, onde vale tudo, menos ideologia e coerência política.
A briga por espaço do PT com o PSB já se acirrou em Pernambuco e, parece, não vai ter um belo desfecho no Rio de Janeiro. Tudo contribui para a reeleição do governador que comandou a Polícia Militar nas três das cinco maiores chacinas do Estado. O mesmo governador que encheu o caixa de dinheiro, com a privatização da CEDAE e nomeou cerca de 20 mil cargos “secretos” que já causaram milhões de reais em sangramento dos cofres públicos. Processo, aparentemente, travado pela Justiça. Ficando a pergunta: teremos o sexto governador consecutivo do RJ preso também?
Freixo e Paes (Santa Cruz) já provaram, em eleições anteriores, que não têm votos fora da Capital. Enquanto, ao que parece, Cláudio Castro costurou muito bem as prefeituras do interior. O que o faz, de um ilustre desconhecido, o favorito nas pesquisas, com um governo de bastidores, sem holofotes e muita costura obscura.
Como mais um dos penúltimos capítulos dessa paródia de série mexicana, Lupi sabendo que vai ter de engolir o senador do “sapo barbudo”, tenta acalmar os ânimos dentro do partido num verdadeiro clima de desespero que beira a esquizofrenia, propondo um “mandato compartilhado”, onde o cabeça de chapa ficaria quatro anos, renunciando e passando o bastão para o primeiro suplente. Resta a pergunta: como conciliar pautas tão diferentes, como a da “Oração no Monte, com Glória a Deux” por um lado e a “Liberdade Religiosa com Estado Laico” do outro. Lembrando ainda que a) não dispomos de lei sobre a possibilidade de candidaturas e mandatos coletivos; b) de forma oficiosa, tais métodos políticos já são uma realidade. Mas consideram que: c) Parlamentar: é o político eleito, que assume o mandato eletivo legislativo – ele é o detentor do mandato. E d) Coparlamentar: é o cidadão membro do grupo, com direito a voz e voto.
Capistrano de Abreu dizia que o “brasileiro sente imensa vontade de trair na boca da urna”. Júlio César primeiro, e Brizola depois, afirmaram: “a política adora uma traição, mas abomina os traidores”. E Ulysses Guimarães completava: “em política, até a raiva é combinada”. Quem é capaz de acreditar que o cabeça de chapa realmente renunciará para ceder lugar a alguém com uma ideologia totalmente contrária a sua?
Isso é o Rio de Janeiro. Cuja capital já foi Distrito Federal e Estado da Guanabara. E que hoje, vive um imenso abismo entre a cidade que leva o nome do estado e seu interior, desde a baixada e o Grande Rio, até as características mais conservadoras a sul, a norte e a oeste do estado.
Um cenário onde os cidadãos e os serviços públicos têm andado a passos de caranguejos, cada vez mais para trás. Envergonhando muitos de nós cariocas e fluminenses.
-Rozangela Silva-
Assessoria de Imprensa
Vespa Luz – Foto de Capa: Divulgação
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