Ataques evidenciam intolerância religiosa e reforçam a necessidade de respeito e diálogo inter-religioso
Na última semana, o líder religioso Pai Denisson D’Angiles, presidente do Instituto CEU Estrela Guia e também faz parte do Conselho Consultivo da ONU no combate à fome e racismo religioso e do COMPLIR – Comissão Municipal de Liberdade Religiosa, foi alvo de ataques e ameaças após publicar uma foto ao lado do Cardeal Dom Odilo Scherer, Arcebispo de São Paulo, durante a missa de celebração do aniversário da cidade, realizada no dia 25 de janeiro na Catedral da Sé. A imagem, que deveria simbolizar a harmonia e o diálogo inter-religioso, desencadeou uma onda de intolerância e discursos de ódio e até ameaça de morte contra o sacerdote umbandista.
A publicação gerou uma enxurrada de comentários racistas e ofensivos, evidenciando o preconceito ainda existente contra as religiões de matriz africana no Brasil. Entre as mensagens, algumas expressavam repúdio ao simples fato de um sacerdote umbandista estar em um espaço católico, enquanto outras proferiam ameaças e ataques diretos à sua integridade e ao seu direito de professar sua fé livremente.
A intolerância religiosa tem sido um problema recorrente no país, afetando especialmente as religiões de matriz africana, frequentemente alvo de perseguições e estereótipos. Apesar do princípio constitucional de liberdade religiosa, episódios como esse demonstram o quanto ainda há a ser feito para garantir o respeito e a convivência pacífica entre diferentes crenças.
Diante das ameaças e do ódio propagado nas redes sociais, Pai Denisson se manifestou com serenidade, reforçando seu compromisso com a paz e o diálogo inter-religioso:
“A intolerância religiosa é fruto da ignorância e do medo disseminado de maneira arquitetada. O diálogo entre diferentes crenças não é apenas possível, mas necessário para construirmos uma sociedade mais justa e respeitosa. Não podemos permitir que o preconceito silencie a fé e o direito de cada um de professá-la da maneira que escolher. O racismo religioso não pode ser normalizado, e sigo firme no propósito de lutar pela liberdade religiosa de todos.” – Pai Denisson D’Angiles
O episódio levanta um alerta para a necessidade de ações mais efetivas contra a intolerância religiosa, incluindo a responsabilização daqueles que disseminam o ódio e a promoção de políticas públicas que reforcem o respeito à diversidade religiosa no Brasil. O combate ao racismo religioso exige um esforço coletivo, desde a educação até a aplicação rigorosa das leis que protegem o direito à fé e à identidade cultural.
Por -Jacques Pontes-
Assessoria de Imprensa
Pai Denisson e Cardeal Dom Odilo Scherer – Foto de Capa: Divulgação / Nano Cunha
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