O imaginário humano sempre foi permeado de mitos e lendas dando forma a fabulações que construíram o entendimento da humanidade sobre fatos e lugares. O delírio sempre foi parceiro dos viajantes, principalmente, por potencializar os seus imaginários, e assim, transformar o real em extraordinário. Desta forma, simples relatos se tornaram histórias que, por longos períodos, foram a única forma de revelar lugares desconhecidos ao redor do mundo.
Foi assim, fascinado pelo poder de inventar, que Julio Verne transportou leitores em viagens extraordinárias. Em uma destas aventuras delirantes, a mente inventiva do francês cria uma jangada – título de um de seus livros – para navegar a gigantesca extensão do Rio Amazonas. A bordo deste louco maquinário, o G.R.E.S. Unidos do Porto da Pedra, lhe convida a embarcar neste “delírio-enredo”, que apresentará as figuras que deram forma ao imaginário amazônico.
A floresta, a hileia, a mata que se ergueu feito labirinto verde. As vezes paraíso perdido, outras inferno ardente e febril. A Amazônia sempre foi objeto de cobiça pela utopia de um novo mundo imaculado. Deslumbrante, exótico, misterioso. Este fascínio pela floresta deu forma a ilusões que viraram contos, e estes, se cristalizaram no imaginário popular através dos contadores de histórias.
O pavilhão vermelho e branco de São Gonçalo, encantado com “aura de guerreiro e alma de artista”, e inspirado pelo poder inventivo e criativo de Júlio Verne, celebra no Carnaval de 2023 os contadores de história da Amazônia. Figuras simples dos beiradões ou escritores. Reconhecidos ou anônimos. Mestres que repassam através das gerações o encantamento com as palavras que se eternizam na sabedoria popular e na arte cabocla entre festas, luzes e pajelanças.
É assim que essa história começa!
Os mistérios da floresta vão nos guiar.
Eis a “Invenção da Amazônia”,
A jangada vai partir!
Mauro Quintaes
Diego Araújo
-Gres Unidos do Porto da Pedra-
Foto de Capa: Divulgação
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