A CCIR, que tem como interlocutor o Prof. Dr. e Babalawô Ivanir dos Santos, se reúne com religiosos para pautar planejamentos e estratégias para serem entregues ao Governador do Estado do Rio de Janeiro e as Secretárias de Estado de Polícia Civil e Polícia Militar do RJ.
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O encontro contará com diversos sacerdotes, adeptos e simpatizantes do culto de matriz africana e afro brasileira (Candomblé, Umbanda e Ifá Nigeriano e Cubano). Acontecerá amanhã, dia 5 de Junho, no IFCS/UFRJ, localizado no Largo de São Francisco, nº 1 – Centro, às 16h, sala 106.
Em tempo – A CCIR vem recebendo uma série de denúncias de CRIMES DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA, principalmente na Baixada. De ataques estrategicamente realizados contra o povo do Candomblé e Umbanda.
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Essa semana o Ministério Público Federal (MPF), por meio do procurador da República Julio José Araujo Junior e o Babalawô Ivanir dos Santos, estiveram na sexta-feira passada(31) com o governador do Estado do Rio de Janeiro Wilson Witzel, para pedir providências no combate à violência nos casos de intolerância religiosa e contra adeptos e espaços (terreiros) de matriz africana na Baixada Fluminense. Entre os encaminhamentos da reunião, definiu-se a realização de um encontro com as lideranças religiosas do povo de santo e a adoção de medidas de reparação e responsabilização pelo governo em relação aos episódios. Na conversa, Ivanir destacou o histórico de ódio religioso e ressaltou a necessidade de que o Estado ouça os representantes das comunidades, de forma a mostrar sua presença e indicar a realização de medidas.
RELATÓRIO DOS CRIMES DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS – MAIO/2019.
Antes de apresentar os fatos constantes neste relatório, foi preciso analisar a conjuntura em que estão inseridos estes crimes contra a Comunidades de Matriz Africana em Duque de Caxias. Trata-se de ataques estrategicamente realizados contra o Povo do Candomblé e Umbanda, em territórios ocupados por um determinado “grupo criminoso”, e devido à complexidade das regiões afetadas não foi possível obter maiores detalhes, tampouco relatar todos os casos ocorridos nas regiões. Os relatos abaixo são apenas aqueles em que as vítimas se dispuseram a falar e estima-se que a realidade da região afetada seja ainda pior.
Este relatório foi lido e aprovado em Reunião Extraordinária convocada pelo Conselho de Defesa dos Direitos do Negro e Promoção da Igualdade Racial e Étnica de Duque de Caxias, após receber denúncia dos fatos que passaremos a relatar. São depoimentos de representantes das Religiões de Matriz Africana que foram vítimas de ataques e violência por parte de criminosos em algumas regiões do Município de Duque de Caxias e este documento destina-se às Autoridades Públicas. Ressaltando que as informações aqui reveladas são de caráter confidencial, e a simples divulgação deste material, colocará diversas pessoas em situação de risco de vida.
Contém informações de algumas vítimas dos crimes, que não quiseram revelar sua identidade por medo de sofrerem represálias por parte dos criminosos, devido à proximidade geográfica de suas casas com o local onde o tráfico exerce domínio.
– O primeiro relato, foi no bairro Vila Fraternidade, região conhecida como Barro Vermelho, é de um Babalorisá (Pai de Santo), que revelou detalhes da abordagem dos criminosos nas Unidades Territoriais (Terreiros): “Dois homens, fortemente armados, bateram na minha porta pela manhã, e disseram que, por ordens superiores, estava proibido tocar “macumba” naquela região. Fiquei desesperado e fui saber com o dono da boca, se eu poderia continuar fazendo trabalho social. O mesmo me garantiu que desde que não tivesse toque de atabaque, nem pessoas circulando vestidas de branco, o serviço social poderia continuar. Eles ainda me falaram que eu deveria pedir autorização um dia antes dessas atividades acontecerem”. Percebe-se claramente, que o poder paralelo além de dominar territorialmente aquela região, determina as regras de convívio social e comanda a circulação de pessoas na localidade.
– Dando continuidade, foi ouvida uma segunda vítima, também na Região do Barro Vermelho. A Iyalorisá (Mãe de Santo) revelou não ter sido abordada até aquele momento pelos criminosos, porém, membros do Terreiro afirmaram à sacerdotisa que os criminosos chegariam até eles a qualquer momento, tendo em vista que eles possuíam uma estratégia de abordar três terreiros por dia. Portanto, mais cedo ou mais tarde “bateriam na porta deles”. Cinco dias após este relato, a informação obtida foi que os traficantes expulsaram a sacerdotisa, e toda a comunidade religiosa daquele endereço. Estima-se que este crime afetou ao menos 20 pessoas, incluindo crianças e idosos, que residem naquele Terreiro. Analisando os atos de Violência Religiosa praticados neste caso, verifica-se que toda a Comunidade de Matriz Africana da Região, está sob ameaça dos criminosos.
– Outro depoimento foi apresentado por uma Iyalorisá que residia na Rua Gabriel Danuzio, e foi expulsa daquela região, pelos traficantes. Eles ordenaram que em uma semana, ela desocupasse o local onde funcionava o Terreiro. Alguns casos chegaram ao conhecimento do Conselho, sem maiores detalhes, apenas informando que dois sacerdotes também foram vítimas destes crimes. Sabe-se que eles não se encontram mais naquela localidade e estão residindo fora do Município de Duque de Caxias.
– Os Crimes de Intolerância Religiosa atingem outros bairros do Município de Duque de Caxias, como por exemplo, o bairro Parque Paulista, onde um Sacerdote confessou ter sofrido uma grave ameaça, por parte destes criminosos. Segue abaixo o texto encaminhado pelo Sacerdote:
No último dia 03/05/2019 sofri intolerância religiosa. Estávamos reunidos, eu os demais membros do terreiro, em rituais internos que antecediam a festividade anual da divindade da casa, que seria realizada no dia 11/05/2019. Por volta das 17h bateram no portão, três indivíduos armados com armas fogo pequenas. Eles aparentavam ter entre 15 e 17 anos e falaram com tom de ameaça: “Ninguém quer mais macumba aqui! Tem uma semana pra acabar com isso tudo!” e saíram efetuando disparos para alto. Os rituais foram interrompidos, a festa aconteceu na casa de uma amiga que gentilmente nos ofereceu sua casa que fica em local seguro.
Após a festa, regressei a minha casa que além de templo religioso é minha residência e da minha mãe de 62 anos, que está gravemente abalada com o ocorrido. Tenho evitado sair à rua, pois por duas vezes fui abordado por eles, que circulam livremente, fortemente armados, e me perguntam: “já acabou com a macumba?”. Além disso, o bairro está com barreiras nas esquinas impedindo passagem de veículos. A cada dia expandem o raio demarcado. Agora minha casa fica em uma área cercada pelas barreiras.
Suspendi também todos os atendimentos, atividades e consultas. Orientei aos membros da casa que não venham presencialmente na casa, mantendo contato apenas virtual e telefônico.
Na casa funciona também uma oficina de costura que produz roupas usadas na religião de matriz africana. Desde então não posso atender os clientes, interrompendo as vendas e encomendas. Essa atividade é principal fonte de renda, que provem o sustento da minha família e minha casa.
Moro ali desde que nasci. Meus avós maternos deram início à construção do terreiro nos anos de 1970, e após o falecimento dela, na década de 90, minha mãe deu seguimento. Somos três gerações nos dedicando a construção dessa casa. É tudo o que temos e não temos pra onde ir. Não tenho nenhuma documentação desse imóvel, se um dia existiu tal documentação foi destruída em umas das inúmeras enchentes que acometeu a localidade.
Outras duas casas no bairro sofreram abordagens semelhantes. Não posso revelar mais detalhes destes casos, neste momento.
Informado ainda que as duas localidades acima citadas são ocupadas pelo mesmo grupo criminoso, o que não é uma simples coincidência. Eles atuam concomitantemente em diversas outras localidades do Estado do Rio de Janeiro, e a forma de violência praticada é semelhante, espalhando o terror e expulsando sacerdotes de seus terreiros, provocando uma reação de medo e grave ameaça aos demais sacerdotes da redondeza.
Fica claro que a estratégia do grupo criminoso em questão é impedir a atividade religiosa de Matriz Africana, nos territórios ocupados. O que ainda não conseguimos definir é a real motivação deste crime. Existem diversas suspeitas, inclusive a ligação desta facção com outros grupos organizados que ocupam ambientes políticos, religiosos e civis, porém, não podemos acusar nenhuma organização, tendo em vista que este caso é mais que evidente uma questão policial.
Certos que enquanto não houver uma manifestação das autoridades policiais com ações contundentes de enfrentamento deste grupo criminoso, não podemos revelar a identidade das vítimas.
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-Rozangela Silva-
Assessora de Imprensa