Projeto capacita mulheres negras para área gastronômica com uma série de encontros e certificação
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No mês dedicado às mulheres, o Museu do Samba, com patrocínio do banco BV, por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, lança Empreendedorismo na Gastronomia do Samba, conhecido também como ‘As Yabás do Samba’ direcionado a mulheres negras e empreendedoras. As inscrições para participar do Projeto abrem no dia 8 de março com vagas gratuitas e limitadas.
Empreendedorismo na Gastronomia do Samba consiste em uma série de oficinas dedicadas à capacitação do público feminino, cujo propósito está alinhado com a atual proposta de valorização do segmento feminino no samba, predominantemente composto por mulheres negras. Além disso, o projeto visa produzir um livro de receitas biográficas com as participantes. Entre as temáticas propostas para a capacitação estão: gestão de negócios culturais; empreendedorismo; segurança alimentar; planejamento e custos operacionais, e geração de renda. As aulas são ministradas pela fundadora do museu, Nilcemar Nogueira, ao lado das palestrantes convidadas, nutricionistas especializadas em produção de alimentos e empreendedoras como Dida Nascimento, proprietária do Didas Bar, especializado em culinária africana.
A idealizadora do projeto destaca a inspiração nas mulheres guerreiras que trabalham com a gastronomia afetiva e a ancestralidade, afirma: “Essas iniciativas apoiam mulheres negras no samba, promovendo empreendedorismo, gestão de negócios e de renda. Por isso que decidi lançar o Empreendedorismo na Gastronomia do Samba no Dia Internacional da Mulher. Essas mulheres desempenham um papel central na comunidade, sendo responsáveis por eventos, alimentos e memórias afetivas, sustentando famílias e compartilhando saberes tradicionais. Como neta de Dona Zica, uma dessas notáveis figuras, aprendi a valiosa lição de que partilhar conhecimentos tradicionais e criar oportunidades torna a vida significativa.”
Mais sobre o Empreendedorismo na Gastronomia do Samba
O objetivo do projeto é disseminar os conhecimentos tradicionais da gastronomia do samba, compartilhar histórias de vida inspiradoras e fornecer capacitação às mulheres que fazem parte desse setor crucial. O grupo-alvo inclui baianas, integrantes do departamento feminino das escolas de samba e outras mulheres ligadas às tradições culinárias do samba. Muitas delas são descendentes de personalidades fundadoras das escolas de samba, desempenhando um papel essencial na manutenção desses espaços de luta e afirmação social da comunidade negra do Rio de Janeiro.
Fundadora do Museu do Samba
Nilcemar Nogueira, descendente de Dona Zica da Mangueira, é mãe de João Victor, é uma nutricionista com experiência de 15 anos na gestão de cozinhas industriais. Ela possui uma pós-graduação em Gestão e Segurança Alimentar pela Gama Filho, doutorado em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e mestrado em Bens Culturais e Projetos Sociais pela Fundação Getúlio Vargas. Anteriormente, ocupou o cargo de Secretária Municipal de Cultura do Rio de Janeiro (2017-2019) e é a mente por trás do Museu do Samba. Nilcemar também participa dos Comitês Gestores de Salvaguarda das Baianas do Acarajé e das Matrizes do Samba no Rio de Janeiro, além de ser a criadora e integrante do Grupo Musical Matriarcas do Samba. No momento, ela coordena os projetos especiais de empoderamento feminino do Museu do Samba e é autora do livro “Dona Zica: Tempero, Amor e Arte”, que busca preservar os conhecimentos da culinária brasileira. Além disso, atua como curadora da exposição “Feminina do Samba”.
Mais sobre o Museu do Samba
A demanda por reconhecimento da memória e celebração da herança africana dá origem ao Centro Cultural Cartola, que mais tarde evolui para o Museu do Samba. Fundado por Nilcemar Nogueira, uma mulher negra com formação em nutrição, mestrado em bens culturais e doutorado em psicologia social, o museu tem suas raízes na influência de Dona Zica da Mangueira, uma destacada líder feminina do samba e habilidosa cozinheira, esposa do compositor Cartola. Na década de 60, Dona Zica e Cartola estabeleceram o ZICARTOLA, um dos primeiros espaços culturais a combinar música e a culinária tradicional do Rio de Janeiro, com destaque para a feijoada como prato principal. Apesar de seu sucesso, o Zicartola durou apenas dois anos devido à falta de habilidades empresariais por parte de seus fundadores, que possuíam apenas conhecimento prático da cultura.
O Centro Cultural Cartola, fundado em 2001 e hoje Museu do Samba, desempenhou um papel fundamental ao propor o registro – no livro Forma de Expressão – das “Matrizes do Samba do Rio de Janeiro”. Desde então, o museu tem se dedicado à preservação desse patrimônio cultural, promovendo avanços em sua disseminação e colaborando com a comunidade e o poder público para implementar as recomendações feitas pelos praticantes durante a formulação do plano de salvaguarda. No entanto, ainda observamos a necessidade de fortalecer os detentores desse conhecimento. Embora o samba seja uma das principais referências culturais do Rio de Janeiro e do Brasil, poucos brasileiros compreendem completamente seus valores e significados. O Museu do Samba está comprometido em ampliar o conhecimento sobre o samba para além de seu aspecto mais reconhecido, o Carnaval, destacando a contribuição da comunidade negra para a formação desse importante patrimônio cultural brasileiro e fortalecendo aqueles que o preservam.
Instagram Museu do Samba: https://www.instagram.com/museudosamba/
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Serviço
Empreendedorismo na Gastronomia do Samba
Datas das oficinas:
30 de março (sábado)
6 de abril (sábado)
13 de abril (sábado)
20 de abril (sábado)
Horário: 10 às 16h
Local: Museu do Samba
Endereço: R. Visc. de Niterói, 1296, Mangueira, Rio de Janeiro
Inscrição gratuita – 08/03 até 20/03: https://forms.gle/xUjmihPpNG84HTTb6
08 de março até o dia 20 de março (20 vagas)
Saiba mais: https://www.museudosamba.org.br/
-LEAD Comunicação-
Dida e Nilcemar Nogueira – Foto de Capa: Mariza Lima
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