Desde o dia 3 de abril, o Museu de Belas Artes de Boston – MFA, lançou a exposição “Writing the Future: Basquiat and the HIP-HOP Generation”, no Instagram. A mostra deveria estrear fisicamente no museu este mês, no entanto, com o advento do COVID-19, toda a estratégia foi modificada, atendendo às orientações das autoridades de saúde…
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A mostra aborda toda a genialidade do artista urbano “Jean-Michel Basquiat” durante os anos 1980, e traça sua conexão com o Movimento Cultural HIP-HOP em trabalhos realizados por ele com outros artistas na época, incluindo Keith Haring, Lady Pink, ERO e Fab Five Freddy, que se divide em sete seções:
• Pós-graffiti;
• Retrato da Comunidade;
• Escritores;
• Música;
• Futurismos;
• Corpos;
• Ascensão.
A curadora do MFA de arte contemporânea, “Liz Munsell”, declarou durante a inauguração da exposição, ao lado do co-curador “Greg Tate” o seguinte:
“Na década de 1980, esses criadores muito jovens estavam fazendo arte em espaços públicos, que as autoridades da cidade criminalizaram e tentaram eliminar, mas eles persistiram. E depois se infiltraram no mundo da arte muito branca, insistindo em abrir espaço com suas vozes. Eles trouxeram a Cultura HIP-HOP, incluindo a arte do Graffiti, para a fama internacional, abrindo o caminho para a dominação mundial dos dias atuais do HIP-HOP.”
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O museu publicou as obras de arte de Basquiat e seus contemporâneos no Instagram, Twitter e Facebook. Com as postagens, Munsell e Tate fornecerão um contexto aprofundado. Ela declara que permitirá que a exposição alcance um público no âmbito internacional. Devido à perda de receita por meio dos ingressos, a divulgação digital se tornou uma das poucas maneiras de o museu se envolver dinamicamente com os amantes da arte, motivando-os à inspiração de doações em prol da sua causa Cultural nesse longo período de quarentena.
Segundo ela, o MFA prevê seu fechamento físico até 1º de julho e toda a programação pública está cancelada até agosto. Entretanto, durante a exposição de Basquiat, toda a equipe está comprometida em contar a história de artistas pós-Graffiti, que superaram grandes barreiras para criar mudanças no mundo.
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Nascido Jean-Michel Basquiat, em 22 de dezembro de 1960, no bairro do Brooklyn, em Nova York, é considerado um dos primeiros artistas plásticos urbanos a chamar a atenção pública com seus Graffites assinando-os com o nome [tag] “SAMO” na cidade de Nova York. Ele vendeu moletons e cartões postais com suas obras nas ruas antes de sua carreira artística decolar e ser notabilizada como o pintor autodidata neo-expressionista, de ascendência haitiana e porto-riquenha, que chegou a ter um relacionamento de namoro com a diva da música pop “Madonna”.
Em seu currículo profissional, consta a parceria de grandes trabalhos com “Andy Warhol” – reconhecido como um dos artistas mais prolíficos e populares de sua época, usando sensibilidades de vanguarda e altamente comerciais -, em meados dos anos 1980, o que trouxe ainda mais visibilidade para ambos.
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Uma das marcas registradas do seu trabalho era a figura da “coroa”, cujo simbolismo traduzia sua maneira de celebrar os “negros como realeza majestosa ou considerá-los santos”, algo que influenciou a comunidade HIP-HOP, com muito mais na segunda década dos anos 2000 através de suas fotos publicitárias, Graffitis, e artes de seus discos.Aliás, vale ressaltar que Basquiat, há muito tempo mantinha laços diretos com HIP-HOP. Em 1981, ele apareceu diante dos pick-ups no primeiro vídeo de RAP que foi ao ar na MTV, “Rapture”, de Blondie.
Também foi mencionado por Debbie Harry e Fab Five Freddy como um proeminente grafiteiro, e também como o principal curador durante os dias de construção do HIP-HOP. Em 1983, quando a MTV apresentou ao mundo o HIP-HOP através da primeira obra cinematográfica para o gênero – “Wild Style”, de Charlie Ahearn -,Fab Five Freddy havia produzido eventos que apresentavam Basquiat ao lado de artistas construtores do HIP-HOP como “Afrika Bambaataa”, colidindo os mundos das artes e da música de Nova York.
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Descrevendo a própria coroa em mais detalhes, o artista Francesco Clemente [renomado artista italiano contemporâneo, conhecido por suas pinturas oníricas baseadas em temas esotéricos de sexualidade e espiritualidade] relatou:
“A coroa de Jean-Michel tem três pontas, para suas três linhagens reais: o poeta, o músico [Rapper], o grande campeão do Boxe. Jean mediu sua habilidade contra tudo o que considerava forte, sem preconceito quanto ao seu gosto ou idade “.
Basquiat morreu de overdose de drogas em 12 de agosto de 1988, na cidade de Nova York, com apenas 27 anos e durante sua vida, um público apaixonado por arte chegou a pagar até US $ 50.000 por uma arte com sua assinatura. No entanto, em 2017, um bilionário japonês quebrou um recorde ao comprar “Untitled”, de Basquiat, uma pintura de caveira de 1982, por 110,5 milhões de dólares em um leilão da Sotheby’s…
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Em 1996, Basquiat é homenageado com um filme de drama biográfico intitulado com seu próprio no artístico. Dirigido e co-escrito por Julian Schnabel, em sua estréia na direção de longas-metragens, o filme é baseado na vida do artista pós-moderno/neo expressionista, e conta com Jeffrey Wright interpretando “Basquiat”, e David Bowie como seu amigo e mentor, “Andy Warhol”.
Para ter acesso à exposição de Basquiat via Intagram, basta acessar o link www.instagram.com/mfaboston.
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Colunista / Escritor e Pesquisador da Cultura Black: DJ Zulu TR
