Você sabe o que faz um museólogo? O ofício foi regulamentado em 18 de dezembro de 1984, data em que é comemorado o dia do profissional formado em Museologia. Para elucidar dúvidas e contar curiosidades do exercício de um museólogo, a servidora mais experiente da Superintendência de Museus da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (Sececrj) e chefe do setor, Lucienne Figueiredo, há 41 anos atuando em cargo público, explica as características, atribuições, prós e contras da profissão.
Lucienne, quais as principais atribuições de um museólogo?
As atribuições são diversas, como: planejar, organizar, administrar, dirigir e supervisionar os museus, as exposições de caráter educativo e cultural, os serviços educativos e atividades culturais dos museus e de instituições afins; solicitar o tombamento de bens culturais; promover estudos e pesquisas sobre acervos museológicos, entre outros.
E como é o trabalho de museólogo na Sececrj?
Na Sececrj temos a Superintendência de Museus, que tem a missão de promover políticas públicas para os museus com foco na preservação do patrimônio e da memória, valorizando a diversidade cultural e orientando em caráter técnico ações de gestão, comunicação, pesquisa, educação e acessibilidade cultural. Contamos com duas museólogas, dois historiadores, uma restauradora e dois estagiários na equipe. Há também, na estrutura do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), três museólogos que atuam no inventário de bens móveis e integrados ao patrimônio tombado.
O que te levou a escolher a profissão?
Ingressei no serviço público em 1978, no Palácio Guanabara. Logo depois fui para o Departamento de Cultura e lá, com um contato mais próximo das artes e dos equipamentos culturais do Estado, entendi que o que me atraía era o fazer dos museus, não só os acervos, mas a potência que existe nessas instituições. Fui estudar Museologia, me formei em 1990 e desde então tive a certeza que não era a Administração, que havia feito antes, mas a Museologia que me seduzia todos os dias com a pluralidade das experiências que os museus oferecem. Fiz duas pós em Administração mas o mestrado foi em Museologia e Patrimônio para referendar o trabalho que desenvolvo nos últimos anos, entendendo que esse é um compromisso profissional e afetivo com os museus.
Existem áreas que você pode escolher dentro do curso de museologia?
Normalmente, os profissionais, durante a graduação, começam a se identificar com áreas técnicas específicas, dentre elas: expografia, documentação, educação e preservação de acervos. É um campo que te proporciona diversas opções.
Quais os pontos positivos da profissão?
A diversidade dos trabalhos desenvolvidos por cada área de atuação dos museus. Um aprendizado permanente para as equipes, pois os museus são fontes difusoras de conhecimento e sobretudo de reflexões.
E os negativos?
A falta de conhecimento e aplicação da legislação vigente, além do pouco entendimento e reconhecimento da relevância do profissional museólogo nos museus, para um trabalho técnico de excelência.
Para fechar: o que alguém que está se formando agora pode esperar do mercado de trabalho?
O campo de atuação é vasto, há museus públicos, privados, centros de memória, centros de documentação, ecomuseus, ações patrimoniais em comunidades, colecionadores particulares, empresas que apostaram na criação de seus museus, e há uma carência de profissionais museólogos com o perfil para a gestão. É importante se especializar, se atualizar nas tecnologias digitais que vieram para ampliar o trabalho de difusão dos museus e seus acervos.
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-Ascom Cultura-
Lucienne em visita a Volta Redonda – Foto de Capa: Divulgação
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