“Eu não vou falar muito disso, não, porque eu lembro pouco. Mas, eu lembro de ver tudo o que era verde ficar seco, tudo o que era molhado ficar seco, tudo o que era azul ficar marrom, tudo o que tinha cor, tinha brilho, ficar pálido. A seca chega e seca tudo. Seca o coração do pai que quer levar comida pra casa e sangra a alma da mãe que quer botar comida na mesa. A seca chega pra todo mundo. Mais cedo ou mais tarde, dá secura na alma de quem não pica mula para outro lugar.” MamÁ
Livremente inspirada em situações reais, narrativas ancestrais, cotidianas e simbólicas do elenco, MamÁfrika é um drama familiar no qual as personagens representam arquétipos de pessoas comuns, com singulares instigantes, atravessadas por questões crônicas ligadas a raça, classe e gênero, em um cenário diaspórico e periférico, no Rio de Janeiro.
A peça, exibida em formato virtual, propõe um olhar sensível, atento, uma reflexão sobre alguns dilemas vivenciados por parte das pessoas pretas no Brasil. A partir da tradução audiovisual de cenas e gestos que trazem memórias afetivas, ancestrais, MamÁfrika também faz um recorte sobre os impactos subjetivos e econômicos de uma geração que migrou da região Nordeste para o Sudeste em busca de melhores condições de vida e de uma outra, descendente da anterior, a geração que teve acesso às políticas públicas voltadas para a educação e a cultura, e, de forma frustrada, não consegue se inserir no contexto formal do mercado de trabalho.
A obra artística retrata lutos, padrões sociais excludentes e a sangrenta e multifacetada batalha diária da comunidade negra pela sobrevivência e existência com plenitude, o matriarcado como dinâmica familiar predominante neste contexto. Esses aspectos são trazidos para as cenas com presença, pertencimento, embasados em alguns aspectos civilizatórios afro-brasileiros (Azoilda Trindade) como a energia vital, a corporeidade, a circularidade e a oralidade. Espiritualidade, ritual. Alguns ciclos se rompem, e outros se repetem, Oroboros. Tempo, Iroko.
Após as 12 sessões, o espetáculo contará com uma conversa mediada por parte da equipe MamÁfrika e convidados, em live, no dia 08/06, no perfil do SESC Rio – Instagram.
SINOPSE: MamÁfrika trata de um drama familiar vivido por uma mãe e dois filhos. Esta família – tradicional brasileira – tentou ascender socialmente, investindo na educação do filho mais novo, Odé, mas viu seu projeto frustrado quando ele não consegue se inserir no mercado de trabalho e decide voltar para a casa da família.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia: Gabo Barros, Marcelo Magano e Saulo Adão
Direção: Gabo Barros
Elenco: Cátia Costa, Paulo Guidelly e Marcelo Magano
Figurino e Adereços: Rona Neves
Arte e Design: Lisimba Dafarí
Edição e Finalização: André Martins e Saulo Adão
Produção Operacional: Janyne Souza
Comunicação Institucional: Julianna Cassan
Produção Administrativa: Kika Ribeiro
Still: Pedro Ivo
captação de Som: Priscila Alves
Produção de Set: Rafael Melo
Técnico de Videoconferência: Marquinho Tormenta
Assistência de direção de fotografia: Miguel Gil
Comunicação e Redes Sociais: tais Amorim
Trilha Sonora: Thayan Ribeiro
Acolhedora: Gisele Mota e Clarice Miranda
Assessoria Jurídica:Sabrina Simões
Produção Administrativa: Vértebra – Gerenciamento de Projetos Artísticos
Consultoria Contábil: IBC
Assessoria de Imprensa: Alessandra Costa
SERVIÇOS
MamÁfrika
De 04 a 27 de junho de 2021
De sexta a domingo, sempre às 20h
Classificação: 14 anos.
Instagram: @mamafrika2021
Espetáculo MamÁfrika – 2021 – Sympla
-Alessandra Costa-
Assessoria de Imprensa e Comunicação
Mamafrika Paulo Guidelly – Foto de Capa: Pedro Ivo
Portal AL 2.0.2.1