O ativista do HIP-HOP “KRS-One” realizou uma palestra no Salão Redwood da The University Union, em Sacramabolicionistafórnia, no dia 8 de fevereiro, discutindo sob o ponto de vista do HIP-HOP temas ligados à raça, colonialismo e sistema de educação pública:
“De acordo com a história européia, a História Negra nunca existiu”, inicia KRS-One em sua palestra. “Ainda temos de estudar a história negra real. Espero que você não pense que ‘Fredrick Douglass’ [nascido em fevereiro de 1818, no Condado de Talbot, em Maryland, foi um abolicionista, estadista e escritor afro-americano, chamado de “O Sábio de Anacostia” ou “O Leão de Anacostia”. Foi um dos mais eminentes afro-americanos de seu tempo, e um dos mais influentes na história dos Estados Unidos, sobretudo durante o período da “Guerra de Secessão” e a consequente “Abolição da Escravatura”, pressionada por ele ao então presidente “Abraham Lincoln”] e ‘Nat Turner’ [nascido em 2 de outubro de 1800, no Condado de Southampto, na Virginia, foi um escravo americano que liderou uma rebelião de escravos e negros em sua cidade natal, em 21 de agosto de 1831, que resultou na morte de 55 a 65 brancos] sejam apenas os únicos. A verdadeira História Negra não pode ser ensinada nos EUA”, afirma KRS-One.
KRS-One passou antão a explicar que a História Negra antecede à história Norte-americana e que as apresentações desta nas escolas dos EUA começam de maneira depreciativa com a escravidão:
“A ideia de ter uma História Negra para nos definir é imprecisa. Não há história linear. Isso é uma ilusão”
disse ele
KRS-One atesta que as pessoas podem aprender sobre o passado muito mais fácil agora do que em tempos atrás, devido à tecnologia, o que pode ser vantajoso para os jovens que buscam descobrir suas raízes. Disse ainda que as aulas sobre o tema geralmente se concentram em figuras históricas individuais, em vez de uma maior abrangência de fatos como as forças sociais, entre outros importantes detalhes propiciadores de interação na produção dos conjuntos de circunstâncias motivadoras do real saber. E um exemplo usado pelo ativista foi a ferrovia subterrânea:
” ‘Harriet Tubman’ [nascida “Araminta Ross”; no Condado de Dorchester, em Maryland, em 1822, foi uma afro-americana abolicionista, humanitária, olheira armada e espiã do Exército dos Estados Unidos durante a Guerra Civil Americana. Nascida durante a escravidão, Tubman escapou e, posteriormente, realizou aproximadamente treze missões para resgatar cerca de setenta famílias e amigos escravizados, usando a rede de ativistas abolicionistas e casas seguras conhecidas como “Underground Railroads”. Mais tarde, ela ajudou o abolicionista “John Brown” a recrutar homens para a sua invasão em Harpers Ferry, e na era do pós-guerra foi uma participante ativa na luta pelo voto feminino] teria economizado mais escravos se percebesse o quanto eles eram vítimas da opressão sistêmica”, considera KRS-One.
Outro tópico abordado por KRS-One foi a “relação entre os sexos”, sobre a qual ele disse que as diferenças entre os gêneros são importantes e que as mulheres devem ser estimadas mais altamente do que os homens:
“As mulheres tendem a querer entrar em concorrência com os homens, mas não foram feitas dessa maneira”, disse ele. “O motivo de ser um homem é o de proteger a Rainha. E não percebemos isso porque fomos colonializados assim”.
Por fim, a última mensagem que KRS-One deu ao público presente era que o “racismo não deveria existir”. Segundo ele, temos de conhecer profundamente a história para compreender sobre outras culturas:
“Todo mundo aqui é um estrangeiro ilegal. Tudo o que falam sobre as pessoas que vêm do México? Isso é para idiotas. Nada dessa terra é nossa”, esclarece.
Lawrence Krishna Parker, mais conhecido pelo nome artístico “KRS-One”, nasceu em 20 de agosto de 1965, é MC-Rapper, produtor musical, Grafiteiro e pesquisador sobre a História do HIP-HOP e Afro-americana. Durante a sua carreira, ficou conhecido principalmente pelos seus pseudônimos “Kris Parker”, “The Blastmaster”, “The Teacha” e “The Philosopher”. Em 2008, recebeu o prêmio “Lifetime Achievement Award”, pelo seu ativismo em iniciativas humanitárias como a “Stop the Violence Movement”.
É classificado também como um dos pioneiros da Cultura HIP-HOP. É autor da famosa frase “Suicide, it’s a suicide” (Suicídio, é um suicídio). No campo literário, publicou as obras “The Science of Rap” (auto-publicado, 1996), “Break the Chain KRS-ONE Ruminations” (Welcome Rain Publishers, 25 de Julho de 2003), “The Gospel of Hip Hop: The First Instrument” (2009). Como MC-Rapper, criou em 1985 o grupo “Boogie Down Productions” (BDP), juntamente com o “DJ Scott LaRock”, assassinado em 1987 enquanto tentava conter uma briga de rua e ajudar a estimular a cruzada anti-conflitos no bairro promovida pelo próprio KRS-One. Em sua considerável existência, o BPD colecionou os álbuns “Criminal Minded” (1987), “By All Means Necessary” (1988), “Ghetto Music: The Blueprint of Hip Hop ” (1989), “Edutainment” (1990), “Live Hardcore Worldwide” (1991) e “Sex and Violence” (1992). Em 1993 ele se desliga do BDP e inicia sua carreira single lançando os albuns “Return of the Boom Bap” (1993), “KRS-One” (1995), “I Got Next ” (1997), “A Retrospective” (2000), “The Sneak Attack” (2001), “Strickly for Da Breakdancers & Emceez” (2001), “Spiritual Minded” (2002), “The Mix Tape” (2002), “Kristyles” (2003), “D.I.G.I.T.A.L. ” (2003), “Keep Right (2004), “Life” (2006), “Adventures in Emceein” (2008), “Maximum Strength” (2008), “Number One K” (2009).
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Sem perder seu lado ativista, em 1996 ele criou o “Temple of HIP-HOP, uma espécie de ministério do saber, arquivo, escola e sociedade [MASS], com o objetivo de manter e promover a real Cultura HIP-HOP. O Temple of HIP-HOP, igualmente à Universal Zulu Nation [considerada a Primeira Escola de HIP-HOP, fundada no Bronx por Afrika Bambaataa em 1973] sustenta a visão sobre a qual o HIP-HOP é um verdadeiro movimento político e cultural, assim como foi aceito pelas Organização das Nações Unidas – ONU, em 2001, após o reconhecimento da “Declaração de Paz do HIP-HOP”…
Paz e Respeito!!
Clica no play!
Por: DJ “Zulu” TR.
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