A Caravana Nordeste Sem Fome, iniciativa do Instituto Céu Estrela Guia, com sede em SP, desviou um pouquinho o seu caminho, mas foi só um pouquinho e foi por uma causa justíssima… Explico, liderado pelo Pai Denisson D’Angiles, o sacerdote de umbanda esteve essa semana com uma liderança de extrema importância em Fortaleza, Mãe Zimá – ícone e grande liderança religiosa, premiada como mestre da cultura cearense
A carreta abarrotada de doações rumo ao Nordeste (pegou estrada essa semana), e será recebida entre segunda ou terça. O grupo de voluntários e seguidores de Pai Denisson já se encontra no Ceará, tem como objetivo levar toneladas de alimentos, cestas básicas, roupas, kit’s de higiene, ou seja, uma agenda extensa por alguns bairros. A cidade do Nordeste, assim como todo o Brasil, vem sofrendo com as consequências provocadas pela pandemia.
“Arrecadados com muito trabalho, união, doações e esforço de inúmeras pessoas. “Esse é o 1º passo na construção de pontes humanistas, que certamente contribuem para a extinção da fome e vulnerabilidade social”, declarou o paulista.
Mas ontem, o religioso foi convidado e foi recebido por Mãe Zimá – “O encontro com Mãe Zimá é uma benção dos Orixás e entidades espirituais de luz, que cruzaram nossos caminhos para que mais pessoas vulneráveis sejam ajudadas pelo Brasil”, pontua Denisson
“Ela é uma referência nacional em cura e benzimento, que abrange a vida como um todo através de lições práticas. Acredito que curando as feridas dos outros, curamos as nossas. É uma vida voltada para a prática do bem, alimentando uma comunidade carente, uma inspiração para mim”, completa o umbandista
As duas lideranças religiosas fizeram do encontro uma conexão ancestral e, claro, trocas de ideias e perspectivas humanitárias. “Coragem meu filho, as pessoas carentes pelo Brasil precisam que você tenha força em seu trabalho para que seja sanada a fome. Lute, lute”. Declarou Mãe Zimá.
Zimá Ferreira da Silva, leia-se Mãe Zimá, oriunda da cidade de Pacatuba. Desde nova, percebeu afinidades com a religião de matriz africana, aos 7 anos. E foi na casa de seu avô Gastão, que Zimá herdou sua corrente de guias espirituais, recebeu pela 1ª vez seu Orixá. Já adolescente, aos 14 anos, começou a frequentar o terreiro “Rei do Cangaço” de Zé Alberto, considerado um dos maiores umbandistas do Brasil, tornando-se anos depois seu Pai de Santo. Lá estava ela inserida com a responsabilidade em preservar a cultura de seus ancestrais. Depois de anos dedicados ao estudo e ensinamento religioso, fundou seu terreiro – “Ogum Megê”, em Fortaleza mesmo, no bairro São Vicente.
E esse seu empenho a levou a ser respeitada por preservar a cultura afro-descendente, através do ritual da Umbanda. Viajada, passou por países como Bolívia, França, Itália, Alemanha, Suíça, Bruxelas, África e recentemente Cuba, onde foi estudar os aspectos místicos.
Com uma vida inteira dedicada a Umbanda, Mãe Zimá gosta de ressaltar que tem um compromisso – “Enquanto eu puder segurar um trabalho pela linha certa, a linha do bem, vou até o fim. Se acaso eu achar que um trabalho não está indo pela linha certa, eu viro para o outro lado. Mas, o que eu gosto mesmo é: fazer o bem e a caridade”, pontuou a sacerdotisa
Que esse encontro traga frutos e sirva de exemplo para outros. Pai Denisson está empenhado em levar para outros Estados.
-Rozangela Silva-
Assessoria de Imprensa
Denisson D’ Angiles com Mãe Zimá – Foto de Capa: Divulgação
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