“Ela agora só pode amar
Com a paixão contida
Da borboleta espetada na placa de isopor.
(De vez em quando uma asa estala
e sai voando pela sala
e quer quebrar o abajur.)”
(As Coisas da Casa – Arthur de Faria/Marcelo Sandmann)
Vanessa Longoni, intérprete gaúcha que despontou com os sucessos “A Mulher de Oslo” (2008) e “Canção para Voar” (2014), lança seu novo trabalho, o EP independente “Tudo Tinha Ruído”, nas plataformas digitais. O terceiro disco solo da artista pode ser conferido a partir do dia 12 de maio de 2022 (quinta-feira) nas plataformas digitais através do selo Pequeno Imprevisto. O show de lançamento acontece no dia 15 de maio, domingo, às 19h, no Teatro da Rotina Bar (Rua Simão Álvares, 697, Pinheiros) em São Paulo (SP).
Em nove faixas inéditas, a cantora e produtora cultural de formação lírica e teatral transita por caminhos musicais diversos: do bolero ao pop. O álbum traz composições de Arthur de Faria que celebram o amor e o existencialismo no estilo performático de Vanessa. A produção musical é de Otavio Carvalho.
O EP “Tudo Tinha Ruído” nasceu do show de mesmo nome – apresentado pela primeira vez em 2019 – antes do início da pandemia. O período de criação do show durou seis meses, entre pesquisa, ensaios e concepção. “Só depois disso que fui para o estúdio. Prefiro o processo assim: experimentar, vivenciar a música antes de entrar no estúdio e senti-la dentro de uma história e com pessoas assistindo”, descreve Vanessa. A gravação aconteceu em São Paulo no final daquele ano (logo depois ela se mudaria para lá), alternando entre o Rio de Janeiro – onde morou por dez anos – e os shows em Porto Alegre.
Enquanto o álbum anterior “Canção para Voar” tinha origem na necessidade da leveza, da delicadeza da voz, “Tudo Tinha Ruído” vem do desassossego e da inquietação dos tempos atuais. “Ele nasceu da fragilidade política do país de 2018 para 2019 e do rumo que as coisas tomaram a partir daí, mortes sendo naturalizadas, pessoas em suas bolhas, os feminicídios, homofobias, o desafeto…”, enumera Vanessa. O disco abre com a faixa “Passada”, composta por Arthur de Faria e Alessandra Leão, que reflete o estado de espírito da artista logo de saída. O videoclipe do single foi lançado em 29 de março.
“Eu estava muito angustiada no aeroporto, voltando para o Rio, para votar, quando o Arthur me mandou uma música e eu escutei o seguinte verso: ‘E eu? / Passo como? / E eu? / Ando como? / Passo bem às vezes, passo mal às vezes , e vomito versos’. E foi então que eu pensei: OK, hora de vomitar versos, gritos entalados, voz”, determinou.
Do universo de composições do amigo, Vanessa escolheu 12 músicas para o show. Nove delas aparecem no disco. Sobre o trabalho de Arthur, resume: “É contemporâneo, mas não deixa de ter passado. É irreverente, mas tem poesia. É como eu me sinto como artista”.
Para a cantora, cada música é seu próprio espetáculo – ela pensa nas canções como cenas. A segunda delas vem na forma de bolero, com o trágico amor (como pede o gênero) de “Primeira Canción”, celebrado entre acordes dramáticos de piano e percussão. Na melancólica “Tudo Tinha Ruído”, Vanessa recorre a lembranças da capital carioca para visualizar seu verso (ou cena): “O coração da moça que partiu sozinha no último metrô”. O duplo sentido que dá título ao álbum é embalado pela doçura da harpa de vidro em contraste com as ocasionais asperezas da letra.
E, apesar de tudo, garante Vanessa: “Eu, entre ruínas e ruídos que estava e ainda estou, acredito na (re)construção”. E essa esperança está espalhada ao longo do disco e surge em momentos como em “Breve Oração”, onde a intérprete declama entre altos e baixos um poema de Daniel Galera, e “As Coisas da Casa”, com a paixão da borboleta que quer escapar de sua prisão.
Ao fim, o EP flerta com o pop, com “Só Por Hoje”: Posso me esticar na rede/ ir dormir com sede/ e não te amar – mas só por hoje. Há ainda três vinhetas no disco, duas delas com excertos da tragédia grega “Antígona”, de Sófocles.
Faixas:
Passada – Arthur de Faria/Alessandra Leão
Primeira Canción – Arthur de Faria/Juan Rodolfo Wilcock
Vinheta 1 – Antígona sobre a terra devastada
Tudo Tinha Ruído – Arthur de Faria/Mauricio Pereira
As Coisas da Casa – Arthur de Faria/Marcelo Sandmann
Vinheta 2 – Antígona vela seus irmãos
Breve Oração – Arthur de Faria/Daniel Galera
Só por Hoje – Arthur de Faria/Gustavo Kaly
Vinheta 3 – Antígona passada
Vanessa Longoni – ‘Tudo Tinha Ruído’
EP disponível gratuitamente a partir do dia 12 de maio de 2022 (qui)
9 faixas | 24 min. | Selo Pequeno Imprevisto
Plataformas: Spotify, Apple Music, Deezer, Amazon Music e outras.
Instagram: @vanessalongoni | YouTube: /VanessaLongoni | Site oficial: vanessalongoni.com
Show de lançamento – ‘Tudo Tinha Ruído’
Dia 15 de maio de 2022 (dom), às 19h, no Teatro da Rotina (Rua Simão Álvares, 697, Pinheiros) em São Paulo (SP).
Ingressos no Sympla: R$ 30,00
Ficha técnica
Produtor Musical: Otavio Carvalho
Piano, Harpa de vidro: Tomas Oliveira
Bateria: Gongom ( Pedro Manesco)
Guitarra, Baixo: Lucas Gonçalves
Participação especial: Arthur de Faria (teclado) e Otavio Carvalho (baixo) na faixa “As Coisas da Casa”
Sobre Vanessa Longoni
Natural de Porto Alegre (RS) e radicada em São Paulo (SP), Vanessa Longoni é cantora, produtora cultural, especialista em canção popular, produção e performance. Vinda de uma formação lírica, mas com sua raiz no popular, já participou de vários grupos, óperas e espetáculos teatrais. Coleciona prêmios musicais de destaque no estado onde nasceu, entre eles: o Açorianos de Música de Melhor Intérprete, Melhor CD, Melhor Produção Musical, Melhor Show por “A Mulher de Oslo” (2008).
Em 2013, lançou “Canção para Voar”, seu segundo trabalho solo, gravado no Rio de Janeiro, com produção musical de Gastão Villeroy e Antônio Villeroy, no Teatro Solar Botafogo, com show homônimo dirigido por Daniela Carmona e Adriano Basegio. Com este álbum, foi artista Faro MPB da rádio MPB FM (RJ).
Seus trabalhos encontram-se em várias plataformas digitais como Apple Music, Deezer, Spotify e Youtube. O show “Tudo Tinha Ruído”, lançado em 2019, com nove músicas do compositor Arthur de Faria, deu origem ao EP de mesmo nome lançado em 2022 nas plataformas. Para o disco, foram selecionadas nove músicas – com produção musical de Otavio Carvalho.
Junto com o grupo Terratrônix, lançou “Realidade Paralela” (2009), indicado ao Açorianos de melhor CD. Foi uma das integrantes do espetáculo musical “Lorquianas”, no qual música, teatro, dança e poesia se misturavam para contar o universo mágico de Garcia Lorca. Integrou o Grupo Vocal Maria vai com as Outras (D’Quina pra Lua), com o qual ganhou o Prêmio Açorianos de Melhor CD com “Bailadêra”. Também foi selecionada para participar do projeto Rumos Itaú carteira Coletivo, onde trabalhou em MG, SP, RS e CE.
Lançou “Queremos uma ciclovia/Queremos um carrilbici” (2012), indicado ao Açorianos de melhor CD infantil – uma produção entre Brasil, Uruguai e Espanha. Com a cantora Lica Tito, idealizou na cidade do Rio de Janeiro o Sarau Déjà Vu, no Studio RJ, destinado a mostrar os novos artistas da cidade.
Realizou também os concertos: Mulheres da Banda, com a Banda Municipal de Porto Alegre, e Concertos do Rock, com a Orquestra de Câmara da Ulbra. A convite do Unimúsica, construiu o show “Sobre a palavra Futuro”, junto com Gisele De Santi, Gutcha Ramil e Carina Levitan.
-Isidoro B. Guggiana-
Assessoria de Imprensa
Vanessa Longoni – Foto de Capa: Guto Oliveira
@ Portal AL 2.0.2.2