O encontro não poderia ser mais frutífero, dois veteranos no combate de injustiças sociais e atuantes com soluções para as populações marginalizadas, submetidas ao desprezo do Estado. A conversa aconteceu no Flamengo, na Zona Sul do Rio.
Para Ivanir, a ideia é por uma construção efetiva, um programa de governo com lideranças negras, principalmente com uma visão periférica. “Vamos preparar um documento orgânico, composto com negros e negras em várias áreas, trazendo suas narrativas negras. A sociedade precisa entender que nós não queremos representantes que falem por nós, queremos construir juntos”, ponderou Ivanir dos Santos – Conselheiro Estratégico do CEAP / Centro de Articulação de Populações Marginalizadas.
Provocação devidamente aceita por Jailson – “Um programa que trabalhe a questão racial e periférica, que é impossível separar, eu acho que é um desafio construir uma agenda preta e periférica, assim como a violência letal”, afirmou Jailson de Souza – Sociólogo, fundador do Observatório de Favelas e diretor e fundador do Instituto Maria e João Aleixo. Para este doutor, nascido em Brás de Pina – “A beleza das favelas permanece escondida sob uma camada grossa de preconceito. É importante fazer com que aquela população se sinta potente e capaz de realizar transformações”.
Jailson aproveitou e presenteou o babalawô com seu recente livro “A favela reinventa a cidade” (em conjunto com os autores Jorge Luiz Barbosa e Mário Pires Simão). Leitura essencial para compreender como esse tipo de habitação foi criada, sendo aperfeiçoada ao longo de séculos, em um claro entendimento sobre a distinção territorial de direitos, que privilegia moradores de uma área em detrimento de outras.
Ivanir lançou ainda a ideia, e, prontamente corroborada por Jailson, para a criação de uma delegação com o foco no exterior para uma agenda. Tanto para o sociólogo, com Pós Doutorado pelo John Jay College of Criminal Justice – City University of New York, quanto para o prof. Ivanir – Pós Doutor em História Comparada (PPGHC/UFRJ), tendo o prêmio International Religious Freedom (IRF), entregue pelo State Department’s Office of International Religious Freedom, em Washington (USA), recebido em 2019, pela importância na luta contra a intolerância a praticantes de religiões de matriz africana no Brasil. E eles acham de suma importância ampliar tudo que tange os Direitos Humanos no Brasil.
-Rozangela Silva-
Assessoria de Imprensa
Babalawô Ivanir dos Santos e Jailson de Souza – Foto de Capa / Divulgação
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