O ano de 2023 será regido pela Lua. As relações entre cores e planetas ajudam a eleger o traje e realizar rituais
A origem da atribuição de diferentes propriedades mágicas às cores é incerta, mas sabe-se que já constam de obras fundamentais do Hermetismo que remetem à Antiguidade. “Pela Lei da Correspondência, princípio do Hermetismo segundo o qual o que é verdadeiro no macrocosmo é também verdadeiro no microcosmo e vice-versa, as cores estão relacionadas, por exemplo, aos astros.”, explica a astróloga, psicanalista e terapeuta holística Virginia Gaia. Assim, cada planeta tem uma cor que o representa.
No Brasil, a tradição do uso de cores específicas na passagem de ano também é influenciada pelas religiões de matriz africana. A disseminação do branco nas festas de ano novo, por exemplo, vem dos rituais umbandistas e está associada a Oxalá, o maior dos orixás.
Embora a maior parte das pessoas não se dê conta disso, os objetivos para o ano relacionados às cores refletem exatamente as associações herméticas entre as cores e os astros, com exceção do branco, que é a mistura de todas as cores.
Confira abaixo os planetas, os temas que eles evocam, os signos que regem e as respectivas cores. A dica para a entrada de 2023 são os tons de prata ou azul claro, pois o ano será regido pela Lua, em meio a um grande ciclo de 36 anos de Saturno. Satélite natural da Terra, a Lua é fundamental para a manutenção da vida em nosso planeta e tem um papel indispensável na dinâmica das marés. Astrologicamente, o seu simbolismo foi associado a todos os temas femininos e à fertilidade. Como patrona das emoções e da magia, a Lua também é o astro evocado para atuar nas questões relacionadas aos assuntos psíquicos.
“Além de contemplar os tons do planeta regente do ano, também é válido apostar nas cores relacionadas ao signo solar ou ascendente de cada indivíduo.”, complementa a astróloga. Para quem quiser escolher de acordo com os objetivos do próximo ano, a dica é não somente contemplar o vestuário como também elaborar um pequeno ritual. Pode-se lambuzar com mel uma vela da cor do planeta escolhido e depois acender, mentalizando os votos e desejos para 2023.
Para quem quiser aproveitar a regência de 2023 pela Lua para atrair boas energias, pode-se acender uma vela na cor prata, lambuzada com mel e azeite, perto de um vaso decorado com ramos de trigo. Acrescenta-se a esse pequeno ritual de magia planetária um incenso aceso para simbolizar o elemento Ar, uma taça cheia para representar a Água e, por fim, alguns cristais ou moedas dedicados ao elemento Terra para trazer prosperidade.
“No momento da virada, estaremos com a Lua na fase Crescente, aos 5°14’ do firme signo de Touro”, diz Virginia. No céu, poderemos vê-la desde o pôr do Sol do sábado, dia 31, até pouco depois da 1h da madrugada do domingo, dia 1°, quando a rainha da noite ficará abaixo do horizonte visível. À meia-noite, exatamente, quando estivermos brindando o novo ano, a Lua estará se aproximando do horizonte Oeste, em meio à Constelação de Áries, alinhada a Sheratan e Mesarthim, as estrelas Beta e Gama, respectivamente, que ficam na cabeça do mítico carneiro. Reforçando a mensagem de que 2023 chega pedindo mais atenção e atitude em relação aos temas femininos, a Lua também estará na mesma longitude de Caph, a estrela Beta da Constelação de Cassiopéia.
Apesar de ser de difícil visualização no Hemisfério Sul, dada a sua proximidade do Polo Celeste Norte, a Constelação de Cassiopéia homenageia uma mítica rainha da Etiópia, que aparece em meio às estrelas sentada em um trono. De acordo com o mito, Cassiopéia é esposa de Cepheus, o rei retratado na Constelação de Cepheus, e mãe de Andrômeda, a jovem retratada na Constelação de Andrômeda. Orgulhosa da beleza de sua filha, Cassiopéia desperta a ira das nereidas, as ninfas do mar. Diante do conflito e para evitar a completa destruição de seu reino, Cassiopéia se vê obrigada a oferecer Andrômeda em sacrifício. Por sorte, o guerreiro Perseu ― também retratado na Constelação de Perseu ― consegue salvar a jovem, tendo então o casamento com Andrômeda abençoado pelo casal real. “Do ponto de vista astrológico, a estrela Caph marca o trono da rainha e é, sem dúvida, um símbolo de poder feminino”, analisa Gaia.
Dessa maneira, a sugestão é a de que os votos para 2023 também sejam acompanhados de uma breve reflexão sobre como cada um, individualmente, independente de gênero ou orientação sexual, pode se beneficiar com uma reconciliação com sua parcela feminina. “Sem dúvida, 2023 chega para dar mais espaço aos arquétipos femininos e às mulheres”, conclui a astróloga.
Sobre Virginia Gaia
Astróloga, taróloga, psicanalista e terapeuta holística, Virginia Gaia também ministra cursos e palestras para audiências variadas. Com presença constante como especialista em diversos meios de comunicação, é colaboradora fixa de conteúdo na Istoé. Estudiosa das ciências herméticas, do ocultismo, de religião e mitologia comparada há mais de 20 anos, Virginia é também sexóloga profissional e, em sua abordagem terapêutica, une conceitos das áreas de desenvolvimento da espiritualidade, da afetividade e da sexualidade para estimular o estabelecimento e a manutenção de relacionamentos melhores.
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