Criada em 1961, é uma das principais fontes de renda do Banco da Providência, que promove e ajuda projetos sociais beneficiando em torno de 60 comunidades carentes do Rio. A feira acontece ainda nos dias 17,18 e 19 de dezembro no Riocentro, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.
Mas esse ano, a Feira da Providência recebeu ineditamente outros grupos religiosos compondo sua grade de atrações. E ontem, em total clima de diversidade e diálogo inter-religiosos contou com representantes de vários segmentos, como Maria das Graças Nascimento (MIR-Movimento Inter-religioso do RJ), Xamanismo, Grupo Wiccano, Conselho Espírita do Estado do RJ, Fé Bahá’í, Movimento Negro Evangélico RJ e pela Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, Umbandista, MIRUA, entre outros lideranças.
A praça central, denominada, Praça do Povo, foi o palco para a diversidade, onde judeus, Hare Krishna, evangélicos, adeptos das religiões de matrizes africanas, ciganos e outros mostraram sua arte, refletindo o espírito de brasilidade e de internacionalidade, dançaram, cantaram e acima de tudo confraternizaram. O evento contou com apresentações de dança com os bailarinos Fernando Davidovich e Aloa Machado – Da Cia Judaica de Dança Phoenix, canto e performance Hare Krishna, Grupo Respeitem Meu Canto, União Cigana do Brasil – com as dançarinas Edith Amara Rodrigues da Silva e Hortência Rodrigues da Silva, além da apresentação Grupo Ás de Ouro, Orquestra de Atabaques e outros.
Orquestrado pelo Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos – Interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa – CCIR, a fim de propiciar ações concretas em prol da promoção da tolerância religiosa, do respeito e do diálogo inter-religioso, em parceria com CEAP, vem realizando, desde o ano de 2008, a “Caminhada em Defesas da Liberdade Religiosa”, que tem como cenário anual de realização a Orla de Copacabana, e o “Cantando a gente se entende” – Show inter-religioso de caráter itinerante.
“A realização da “Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa” e do “Cantando a gente se entende”, é sem sombras de dúvidas, uma quebra de paradigmas! Pois além de propor evidenciar a relevância do diálogo da tolerância, lança para o futuro a possibilidade de construções e viabilização de ações concretas em prol da tolerância e do respeito”, pontuou o sacerdote Ivanir dos Santos.
Na grade cultural, o músico Marquinhos de Oswaldo Cruz deu uma canja no “ônibus palco” da FM O Dia, na apresentação do grupo Revelação, a integração agradou em cheio, Marquinhos contou os clássicos “Meu Lugar” e “Rapadura é Doce”. E o grupo Revelação dando um show.
Culminando com o show cultural inter-religioso “Cantando a gente se entende”, ao lado do “bus palco”, onde um outro palco recebeu mais atrações: a cantora católica Zezé Luz, acompanhada no violão por Alexandre Augusto, mandou ver com “Romaria” e “Meu Prazer é Adorar a Cristo”. O Grupo Awurê entrou em seguida, arrasou com cânticos afros e autorais. O cantor gospel Kleber Lucas, em ritmo frenético com shows pelo Brasil (chegou na madrugada de ontem do Amazonas, aportou na feira e já partiria no dia seguinte para o Acre, na sequência teria agenda em Manaus), entrou no palco, atacou com os clássicos “Aos pés da cruz” e “Deus cuida de mim”, entre outras. Interessante a quantidade de pessoas que estavam trabalhando na feira e visitantes que pararam para gravar dos seus celulares a atuação do pastor gospel, alguns até se emocionaram.
A balconista Andréia Silva, que trabalhava na ala de gastronomia, estava eufórica ao ver de perto o Kleber Lucas: “Um sonho ver, que voz linda, amei ver de perto. Vi um monte de gente cantando, nunca vou esquecer”, declarou emocionada a jovem de 24 anos.
“Essa construção é linda, costumo dizer que quando o Prof. Ivanir me convida, eu entendo que sou convocado, estamos aqui para ouvir e ser ouvidos, respeitar e ser respeitado, foi um prazer participar dessa atividade, não é nenhum esforço, é uma obrigação”, disse Kleber Lucas.
A feira conta com 300 expositores, entre eles um stand da CCIR, bem distribuídos nos 20 mil metros quadrados. O Pavilhão foi dividido em setores: Brasil e Mundo. E cada setor ganhou subdivisões (Sudeste, Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte) e os continentes (Europa, Ásia, África e América). Com cada um valorizando a riqueza cultural, as tradições, os costumes, as matérias-primas e os produtos típicos destas representações geográficas e origens. A proposta é ser uma janela para o mundo. E cumpriu bem o seu papel, decor bacana, gastronomia, lojas atrativas e uma variedade de produtos. Uma feira de cara nova, evento multicultural, repaginado e repleto de atrações e novidades.
-Rozangela Silva-
Assessoria de Imprensa
Feira da Providência – Foto de Capa: Henrique Esteves
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