Qualquer tipo de conflito pode prejudicar a economia global, uma vez que eles podem comprometer a execução de acordos comerciais que envolvem os países conflitantes. No caso da Rússia e da Ucrânia, países que detém petróleo, gases e minerais diversos, os efeitos poderão acentuar a já vivida crise mundial decorrente da pandemia.
O analista econômico e CEO da Vallus Capital, Caio Mastrodomenico explica como este conflito implica nas relações comerciais e na economia dos países que estão ou não envolvidos nesse embate. “Para investidores, todo o tempo de guerra é também de incertezas, então é importante que tenham cautela ao alocar ou realocar os investimentos em ativos relacionados diretamente a esse conflito, como petróleo e minerais”, ele explica.
Desde a última semana, o mundo vem passando por algumas dúvidas de como as coisas irão proceder. Economicamente, a guerra não teve um impacto tão grande como o que é previsto para os próximos meses.
Segundo o especialista, as sanções anunciadas pelos Estados Unidos e países membros da OTAN, embora sejam objetivas, ainda demonstram pouco ou nenhum efeito. No entanto, caso sejam mantidas por algum tempo, podem abrir espaço para que o mercado global e países emergentes, como o Brasil, sejam maiores no fornecimento de commodities.
“A Rússia é muito forte na produção de petróleo, minerais e minérios, enquanto o Brasil não é autossuficiente em nenhuma dessas áreas. Ainda assim, com as sanções aplicadas ao país, é possível que uma via se abra para a venda de alguns desses produtos e de insumos agrícolas, mas dificilmente qualquer país substituiria a Rússia”, aponta.
Uma das decisões mais impactantes para a Rússia nesse período foi o bloqueio ao sistema de pagamentos Swift, que oferece rapidez e menor custo no que se refere a transações financeiras interbancárias internacionais. Essa também é uma situação que atinge as relações comerciais do país com todo o mundo.
Mas o conflito ainda pode ser bastante prejudicial para todos os países. O valor do barril de petróleo teve aumento significativo e trata-se de uma commodity muito importante, visto que esse encarecimento acaba gerando efeito cascata em todo o setor de produção, influenciando o preço final de diversos produtos, além dos índices de inflação em todos os países.
No entanto, existem também outros efeitos que já estão ocorrendo, como a suspensão de novas compras e contratos de fosfato e enxofre, itens fundamentais para as lavouras, como as milho e cana de açúcar no Brasil. “A longo prazo sentiremos a escassez de minerais russos empregados nas lavouras brasileiras e isso impactará de maneira negativa o nosso PIB futuro. Produtos como chips e condutores, já escassos, também podem ter uma perda pela falta de metais nobres russos”, Caio explica.
O analista também comenta que no momento existe um grande alarme e provavelmente por essa razão as indústrias multinacionais suspenderam cotações e fechamento de novos contratos, mas essa tensão tende a ser normalizada, porque a economia não pára e a produção também não.
“Certamente essa questão deve comprometer a nossa expectativa, por hora, de produção, além de refletir no aspecto financeiro de aumento na produção final, visto que o valor de diversos insumos já disparou no mercado internacional”, finaliza.
Caio Mastrodomenico é analista político e econômico e CEO da Vallus Capital
Sobre a Vallus Capital
A Fintech de Antecipação de Recebíveis foi criada pelo empresário Caio Mastrodomenico no ano de 2019, com o intuito de auxiliar empresas a manterem uma boa organização financeira de seus negócios, através de uma nova modalidade de crédito, a antecipação de vendas a prazo. Atualmente, a empresa possui um crescimento de 1.300%. Além disso, conta com mais de 100 clientes e antecipa títulos de até R$500.000,00 para pequenas e médias empresas.
-Carolina Lara Comunicação-
Caio Mastrodomenico – Foto de Capa: Divulgação
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