Tradições centenárias, saberes e fazeres carregados de ancestralidade estão escondidos no interior do estado do Rio de Janeiro. Para dar visibilidade e transmitir esse conhecimento para as novas gerações, foi criada a Escola de Patrimônio Imaterial do Rio. O projeto conta com patrocínio da Petrobras e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
A Escola funciona em ambientes já existentes, onde atuam grupos culturais centenários de cinco cidades: Ciranda Caiçara de Tarituba (Paraty), Sítio Santa Luzia Quilombo Machadinha (Quissamã), Centro de Tradições Afro Onixêgum (Guapimirim), Companhia de Aruanda (Madureira – RJ) e Grupo Zé Mussum (Magé).
As atividades começaram em março e vão durar por dois anos, com oficinas gratuitas para pessoas de qualquer idade, trabalhando temáticas ligadas ao patrimônio imaterial fluminense, como as rodas de ciranda, jongo, capoeira, samba, festas populares tradicionais, apresentações artísticas e aulas de empreendedorismo.
“Essas tradições são matrizes da cultura fluminense e brasileira, fundamentais para a construção artística do nosso país. São saberes carregados de ancestralidade, passando pela música, dança, culinária e tantos outros segmentos. Estes verdadeiros tesouros invisibilizados precisam ser valorizados e carregados para as próximas gerações”, afirma a Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Danielle Barros.
Durante o tempo de atuação, o projeto proporciona aos grupos culturais centenários uma rica estrutura, para garantir que os saberes sejam repassados de forma efetiva durante as oficinas. Desta forma, preservando o ciclo de ensinamento e aprendizagem dos patrimônios imateriais herdados dos ancestrais, garantindo a sua salvaguarda.
Para saber mais sobre a Escola de Patrimônio, datas e locais das oficinas, basta seguir a página do instagram: @patrimonioimaterialdorio.
Conheça os 5 locais
Ciranda Caiçara de Tarituba – Paraty
Tarituba é um pequeno distrito de Paraty que pode ser descrito como paraíso. Além de suas duas praias e casarios em torno de poucas ruas, o que mais impacta é a sua gente e a sua cultura. A população é formada, em sua maioria, por descendentes de portugueses e indígenas que preservam saberes e fazeres centenários herdados de seus ancestrais.
No dia a dia da cultura caiçara há a excelência na marcenaria, que atende inclusive a ciranda e a pesca na produção de percussão e no esculpir de toras de madeira para fazer canoas, sem emendas. Há também a gastronomia, que mistura os resultados da pesca com os das roças e há a ciranda, um dos carros-chefes da cultura popular local.
Grupo Zé Mussum – Magé
A linhagem cultural ancestral do grupo construiu sua história em um percurso que passa por alguns municípios do Rio de Janeiro, todos eles com patrimônios imateriais tradicionais reconhecidos como tesouros culturais.
Suas raízes foram formadas através dos saberes e fazeres tradicionais passados oralmente de geração para geração, com grande influência das rodas de capoeira e de jongo.
Sítio Santa Luzia Quilombo Machadinha – Quissamã
Nas terras da antiga Fazenda Machadinha, localizada na cidade de Quissamã, brilha o Sítio Santa Luzia Quilombo Machadinha, liderado pela mestra jongueira Dona Preta, 90 anos, e por seus netos, que integram a sétima geração de descendentes de negros escravizados na região.
No trabalho para manter viva a cultura tradicional ancestral, destacam-se especialmente o jongo e a gastronomia das senzalas, que inclui a feijoada, o doce de batata doce e a sopa de leite, também conhecida como o “verdadeiro escondidinho”.
Centro de Tradições Afro Onixêgum – Guapimirim
Em um terreno de 11 mil metros quadrados em Guapimirim acontece uma alquimia pela soma de ancestralidades culturais, encontrando sua síntese na figura do Babalorixá Dario de Ossain, líder do Centro.
No terreiro de Guapimirim, a arte e a educação são prioridades, aliadas à valorização do meio ambiente. O Centro promove a transmissão desse acúmulo de saberes culturais e acolhe toda a comunidade local.
Companhia de Aruanda – Madureira RJ
O morro que desde sempre viu nascer farta quantidade de artistas que cultuam e preservam o que veio antes, seus mais velhos, ressalva suas tradições, histórias e também cria novos laços a partir de suas bagagens ancestrais.
Todo mês, há 12 anos, a Companhia de Aruanda toca, canta e dança o jongo e o samba debaixo do Viaduto de Madureira. A herança cultural está presente em cada um dos artistas da Serrinha.
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-Ascom Cultura-
Foto de Capa: Divulgação
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