Escrita em 1948, inicialmente censurada, “Anjo Negro” foi encenada, pela primeira vez, em 1952 com atores brancos pintados da cor preta para representarem o elenco preto. A peça aborda o que pouco se falava no Brasil, na época, onde o negro era sub representado, sempre como figurante ou com tom de humor. Classificada como mítica na dramaturgia Rodrigueana, que mescla Eros e Tânatos, a montagem é uma versão brasileira do mito trágico de Medeia.
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A produção, realizada durante a quarentena – com todos os membros da equipe em suas casas -, tem o formato híbrido que mescla teatro, série, cinema com cenas ao vivo, além de intervenções ao vivo. A peça-série-metragem terá três atos que serão apresentados em momentos distintos durante sua estada em cartaz. A narrativa dessa versão gira em torno de um relacionamento conturbado tendo como ponto de partida o velório de terceiro filho do casal conflituoso, Ismael e Virgínia.
A grande novidade da montagem, idealizada e dirigida por Antonio Quinet, é o sistema híbrido. Algumas cenas foram filmadas anteriormente, trazendo ineditismo e explorando o teatro experimental, com inserções e edições em tempo real. Após cada apresentação, haverá convidados começando por Amir Haddad na estreia, em 31 de outubro. A proposta de Quinet é “dissilenciar” o racismo. Essa é a primeira vez que ele monta um texto que não é seu.
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A idealização e direção é de Antônio Quinet, psicanalista, psiquiatra, doutor em filosofia, dramaturgo e encenador. Quinet é professor universitário (UVA) e diretor da Cia Inconsciente em Cena. Tem vários livros publicados no Brasil e alguns traduzidos no exterior, além de autor de peças de teatrais encenadas em diversas capitais do Brasil e algumas cidades do mundo.
Sinopse:
Uma criança negra morta é velada por rezadeiras e coveiros. É o terceiro “anjinho” que morre de forma misteriosa. Ao longo da peça, o suspense do mistério vai sendo desvelado e outros conflitos por demasiado humanos vão aparecendo em sua radicalidade trágica, como o desvelamento do que estava oculto. E, o inconsciente vem à cena.
Sobre Antonio Quinet
Formação psicanalítica realizada no ano 1980 em Paris, na École de la Cause Freudienne. Foi professor-assistente do Departamento de Psicanálise da Universidade de Paris VIII (Vincennes). Defendeu aí sua tese de doutorado em Filosofia com a orientação de Alain Badiou. Psicanalista, psiquiatra (Université Paris XIII) e doutor em Filosofia (Université Paris-VIII). Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano (Escola da Lacan). Ancien Interne des Hôpitaux de la Region Parisienne. Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria. Professor Adjunto do Doutorado e Mestrado de Psicanálise, Saúde e Sociedade da Universidade Veiga de Almeida (UVA). Docente de Formações Clínicas do Campo Lacaniano – Rio de Janeiro. Diretor da Cia. Inconsciente em Cena (vinculada à pesquisa Teatro e Psicanálise, desenvolvida na UVA). Dramaturgo e encenador das seguintes peças de teatro já encenadas várias cidades do Brasil e no exterior: A lição de Charcot, X, Y e S – abertura do teatro íntimo de Strindberg, Artorquato, Oidipous, filho de Laios, Variações Freudianas 1: o sintoma, Abram-se os histéricos!, O Ato – variações freudianas 2, Hilda & Freud – collected words. Editor da revista En-je (França) e Stylete lacaniano (Revista eletrônica da EPFCL-Brasil). Autor dos livros Teoria e clínica da psicose (5ª ed., Forense Universitária), Artorquato (Editora 7Letras). Em sua coleção própria, na Editora Zahar, publicou: As 4+1 condições da análise (16ª ed.), A descoberta do inconsciente (7ª ed.), Um olhar a mais (2ª ed.), A lição de Charcot, Psicose e laço social (5ª ed.), A Estranheza da Psicanálise: a Escola de Lacan e seus analistas; na coleção Passo a passo, na mesma editora, publicou Os outros em Lacan e na editora Atos e Divãs publicou O Inconsciente teatral. Além disso, no exterior, publicou: Las condiciones del analisis (Atuel, Argentina) e Un plus-de-regard (Editions du Champ Lacanien, França – esgotado, no prelo como livro de bolso pela Editora Erès). É coautor e organizador das coletâneas: Jacques Lacan: a psicanálise e suas conexões (Imago), Extravios do desejo – depressão e melancolia, Psicanálise e psiquiatria – controvérsias e convergências, Na mira do Outro – a paranóia e seus fenômenos (Marca d’Água Liv. e Ed.) e Sexuação e Identidades (Atos e Divãs Edições). É autor de artigos publicados em revistas e livros na Argentina, Austrália, Brasil, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia e Inglaterra. É tradutor de Lacan no Brasil, sendo responsável pelas versões dos Seminários 2 e 7 e de Televisão, além de outros artigos. Profere conferências e seminários em diversos países e em diversas cidades no Brasil.
Sobre a Cia do Inconsciente
Fundada por Antonio Quinet em 2007, a Cia. Inconsciente em Cena cria e apresenta seus espetáculos baseados em pesquisas sobre a relação do teatro com a psicanálise junto ao Mestrado e Doutorado de Psicanálise, Saúde e Sociedade da UVA, apoiado pela Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano, com o objetivo de trazer ao grande público numa linguagem teatral as descobertas da psicanálise.
Em 13 anos de existência, a Cia. Inconsciente em Cena levou para os palcos temas como a tragédia de Édipo, a histeria, o funcionamento do Inconsciente e suas manifestações, o ato falho, o suicídio, a morte, o amor, as relações humanas assim como partes da história da psicanálise e de seu fundador Sigmund Freud em ação com seus pacientes.
A Cia. Inconsciente em Cena realiza regularmente Oficinas de Teatro e Psicanálise. Este ano de 2020 realizou duas Oficinas on line de agosto a outubro com o tema “A outra” em duas turmas cujos resultados serão divulgados em na internet: “A outra é mais forte?” e ” As outras de Dora”.
As 7 peças montadas pela Cia, Hilda e Freud, Giostri Editora, 2016; Óidipous, filho de Laios (no prelo), Giostri Editora, 2015; X, Y e S – o teatro íntimo de Strindberg, Giostri Editora, 2014; O ATO – variações freudianas 2, Giostri Editora, 2013; O Sintoma – variações freudianas 1, Giostri Editora, 2013; ArTorquato, Editora 7Letras, 2006 e A lição de Charcot, Editora Jorge Zahar, 2005,
encontram-se publicadas em livro. Dentre as montagens, algumas aulas da Cia foram encenadas entre os anos de 2015 a 2018 como, “Outra cena da Bela Açougueira”; “Enlaces e desenlaces da vida sexual”, “Édipo aos pés da Esfinge” e “Óidipous, filho de Laios – a história de Édipo Rei pelo avesso”.
Serviços:
Estreia 31 de outubro – 20h
Datas das apresentações: do 1º Ato – 31/10, 06, 07, 13,14, 20. Estreia 2º Ato 21/11!. Apresentações 2º Ato – 27 e 28/11, 04,05 e 11/12. Estreia 3º Ato 12/12. Apresentações 3º Ato – 18,19, 26/12.
Classificação: 12 anos
Duração: 60 minutos
Ingressos: R$ 40,00 / R$ 20,00 / R$ 15,00 classe teatral
FICHA TÉCNICA
Autor: Nelson Rodrigues
Direção: Antonio Quinet
Elenco: Ismael – Deo Garcez / Virgínia – Joana Lima Silva / Elias – Lucas Gouvêa / Ana Maria – Lucélia Pontes /
Hortência – Anna Paula Black / Rezadeiras – Anna Paula Black e Damiana Inês / Coveiros – Francisco Salgado e Val Perré / Primas: Cíntia Moreira, Jessica Moreira, Kátia Apostólico e Rebecca Loise / Tia – Sura Berditchevsky (Participação especial)
Direção Musical, Composição, Sound Designer e Operação de Áudio – Luciano Pozino
Figurinista – Joana Lima Silva
Visagismo: Josef Chasilew
Assistente de direção – Jéssica Moreira
Supervisão de movimento – Lorena Amorelli
Luz, fotografia e operação dos vídeos – Mônica Machado
Vídeos: Cia. Inconsciente em Cena
Edição dos vídeos – José Maurício Loures e
Identidade visual e Mídias sócias – Ivam Cruz
Duetto Comunicação– Alessandra Costa e Michelli Ferreira Toledo
Secretaria Executiva: Diana Aranha
Produção executiva – Damiana Inês e Liliana Mont Serrat
Produção: Atos e Divãs Editora e Produções LTDA e Bloco Pi Produções
Realização: Cia. Inconsciente em Cena
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-Duetto Comunicação-
Alessandra Costa