Estão abertas as inscrições para o edital “100 anos de Darcy Ribeiro”, voltado a empreendedores culturais fluminenses
O centenário de nascimento do antropólogo, historiador, sociólogo, escritor e político brasileiro Darcy Ribeiro, comemorado no último dia 26 de outubro, inspirou o lançamento do edital “100 anos Darcy Ribeiro” , que prevê a distribuição de cinco prêmios no valor, cada um, de R$ 50 mil para empreendedores culturais do Estado do Rio de Janeiro. A comemoração da data também inclui a exposição “Darcy Ribeiro: dos Kadiwéu ao Quarup”, sob a curadoria do antropólogo, fotógrafo e pesquisador brasileiro Milton Guran. Em cartaz na Biblioteca Parque Estadual, só até o próximo dia 8, a mostra conta com monitores treinados e total acessibilidade: audiodescrição e legendas em Libras. Realizado pela Muriqui Cultural, em coprodução com a Zucca Produções, apoio do Oi Futuro e patrocínio da Oi com uso da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – Lei do ICMS, o edital prevê a distribuição de cinco prêmios no valor, cada um, de R$ 50 mil, totalizando R$ 250 mil distribuídos para empreendedores culturais do Estado do Rio de Janeiro. Patrocínio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura.
“Quando Luiza Carino e eu fomos provocados a propor um projeto para celebrar o centenário de Darcy Ribeiro, imediatamente pensamos nas múltiplas vertentes de um brasileiro com tantas contribuições para o país. O que deveríamos ressaltar? O antropólogo que lutava pela preservação da cultura indígena? O educador que sonhava com uma educação universal, de alta qualidade e acessível a todos? O político com tantas realizações na área da educação e da cultura? O escritor imortal que discutia questões profundas do Brasil e de outros países? Consideramos que o projeto deveria, prioritariamente, deixar essa decisão para outros realizadores, distribuindo prêmios em um edital para produtores culturais do Estado do RJ proporem projetos sobre Darcy em qualquer área e formato”, conta Júlio Zucca, coordenador de produção de todo o projeto pela Zucca Produções.
As inscrições vão até o dia 27 de novembro, e podem participar pessoas jurídicas – associações, MEI, sociedades, fundações e empresas individuais de responsabilidade limitada – com ou sem fins lucrativos, que desenvolvam atividades artístico-culturais. As propostas podem ser inscritas para gerar qualquer tipo de produto – livros, filmes, sites, álbuns musicais, vídeos, intervenções artísticas, podcasts, entre outros – ou evento cultural, como exposições, feiras, seminários, simpósios e espetáculos presenciais ao vivo. Serão aceitos também projetos de pesquisa, desde que o resultado seja disponibilizado gratuitamente ao público. O importante é que a proposta inscrita tenha ligação com a vida e/ou a obra de Darcy Ribeiro. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no site www.100anosdarcyribeiro.com.br. Em caso de dúvidas, os candidatos podem e-mail para 100anosdarcyribeiro@gmail.com.
O projeto “100 anos Darcy Ribeiro” tem como objetivos: celebrar e marcar o centenário do genial personagem da história do Brasil recente; fomentar a produção cultural do Estado do Rio, com estímulo a produtores culturais de todo o estado fluminense; estimular pesquisas e realizações culturais sobre a importante obra e a vida de Darcy Ribeiro; proporcionar uma imersão em uma das culturas indígenas mais instigantes do Brasil; e promover um ciclo de palestras e debates sobre as ideias e atuações de Darcy no campo da educação.
Além do edital e da exposição, o projeto prevê a realização de um ciclo de palestras e debates sobre as ideias e realizações de Darcy Ribeiro na área da educação, sob a coordenação e a organização da Fundação Darcy Ribeiro. Esses eventos serão realizados no Auditório Darcy Ribeiro da Biblioteca Parque Estadual, no Oi Futuro e no Núcleo Avançado em Educação – Colégio Estadual José Leite Lopes, no bairro do Andaraí, zona norte do Rio de Janeiro, entre fevereiro e março de 2023, quando os vencedores do edital apresentarão os resultados de seus projetos.
Sobre a exposição
Darcy Ribeiro começou a sua brilhante trajetória profissional de antropólogo, escritor, político e educador estudando o povo indígena Kadiwéu, em 1947, a convite do então Coronel Rondon, criador do SPI – Serviço de Proteção ao Índio. Os Kadiwéu são descendentes dos Guaicurus, os cavaleiros guerreiros do Pantanal, célebres e temidos desde o século XVIII, que ganharam fama ao lutarem na Guerra do Paraguai ao lado das tropas imperiais. Devemos a esse povo originário, que combateu bravamente o invasor paraguaio, o fato de o Mato Grosso do Sul ser brasileiro. Em reconhecimento, receberam a propriedade das terras que ocupavam, a oeste do Rio Paraguai. A exposição “Darcy Ribeiro: dos Kadiwéu ao Quarup” é, então, uma dupla homenagem a esse intelectual e humanista e ao povo que o acolheu nos seus primeiros passos profissionais.
Na mostra, a cultura, a história e a luta dos Kadiwéu são representadas por meio de projeções de imagens e de depoimentos que se fundem para criar um ambiente de imersão nessa realidade tão diversa ao mesmo tempo tão brasileira. A preciosa iconografia e os registros fotográficos e fílmicos feitos desde o século XIX até os nossos dias possibilitam que o público se familiarize com a maneira de viver desse povo e com a sua luta em defesa da terra ancestral.
Logo no foyer do teatro da Biblioteca Parque, haverá um texto de apresentação e uma linha do tempo com fotos. A exposição é dividida entre sete núcleos: A Saga do Kadiwéu (trechos do documentário “A nação que não esperou por deus”, da cineasta Lúcia Murat, lançado em 2015), Cenas da vida cotidiana, Dança, Grafismo, Guerreiros e ceramistas, os Kadiwéu de hoje, Rondon e Lévi-Strauss.
Completam a exposição uma pequena, porém exemplar, seleção de peças de cerâmica – uma das faces mais ricas da cultura Kadiwéu – e a documentação da grande festa dos povos originários em homenagem aos mortos ilustres, o Quarup do Xingu.
Sobre o homenageado
Nascido no dia 26 de outubro de 1922, em Montes Claros, Minas Gerais, Darcy Ribeiro foi um dos mais importantes pensadores brasileiros. Sociólogo, antropólogo, educador, escritor e indigenista, defensor da causa indígena e da educação pública de qualidade. Recebeu os títulos de Doutor Honoris Causa da Universidade Sorbonne, da Universidade de Copenhague, da Universidade do Uruguai e da Universidade de Brasília. Seus estudos publicados em vasta produção bibliográfica são chaves para o entendimento da cultura indígena e da formação do povo brasileiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira no 11.
Como político, foi ministro de Educação e Cultura, Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, Vice-governador do RJ, senador, secretário de Cultura e secretário de Educação, ambos do RJ. Entre suas realizações, estão a criação do Museu do Índio, a participação fundamental na criação da Universidade de Brasília (UnB), da qual foi o primeiro reitor, a criação de um amplo projeto de educação em tempo integral no Rio de Janeiro – os CIEPS –, os projetos do Sambódromo do Rio e do Memorial da América Latina em SP, a Universidade Estadual do Norte Fluminense, a fundação do Parque Nacional do Xingu e a criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (Lei 9394/96) – em vigor até hoje, da qual foi relator no Senado Federal. Darcy Ribeiro faleceu em 17 de fevereiro de 1997, em Brasília, cidade onde exercia mandato como senador da República.
O centenário de seu nascimento é uma oportunidade para celebrar sua vida e sua obra, distribuindo recursos para que empreendedores culturais do estado pesquisem e realizem produtos e eventos culturais em sua homenagem, além de realizar uma exposição e debates sobre suas ideias em diferentes pontos da cidade. A intenção é contribuir para a preservação da memória de Darcy Ribeiro junto à população do Estado do RJ.
Serviço
Edital “100 anos Darcy Ribeiro”
Inscrições gratuitas no site www.100anosdarcyribeiro.com.br
Prazo: até 27 de novembro de 2022
Resultado final: de 15 a 30 de dezembro de 2022
Exposição “Darcy Ribeiro: dos Kadiwéu ao Quarup”
Período: até 8 de novembro – terça-feira
Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 17h
Local: Biblioteca Parque Estadual
Endereço: Av. Presidente Vargas 1.261 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
Informações: (21) 2216-8501
Grátis
Monitores treinados, acessibilidade total com audiodescrição e legendas em Libras
Ficha técnica
Direção de produção: Luiza Carino
Coordenação de produção: Julio Zucca
Curadoria: Milton Guran
Pesquisa de imagens: Ana Bartolo
Cenografia: Carla Ferraz
Assistente de cenografia: Clarice Bueno
Contrarregras: Iuri Wander e Uirá Clemente
Cenotécnico: Beto de Almeida
Costureira: Nice Tramontin
Iluminação: Luiz Oliva
Designer: Renata Alzuguir
Assessoria de imprensa: Sheila Gomes
Produção de conteúdo e registro fotográfico: Mônica Ramalho
Assessor de comunicação digital: Rafa Tex
Desenhos: Benilda Vergílio Kadiwéu e Lara de Castro Oliveira
Intérprete de LIBRAS: Jadson Abraão (JDL Traduções)
Consultor de tradução de LIBRAS: Davi de Jesus (JDL Traduções)
Projeto audiovisual, edição de vídeo e tratamento de imagens: Deeplab Project
Editor: Ioanis Godoy
Equipamentos audiovisuais: Alexandre Bastos
Monitores: André Fillipe Fernandes e Wladimir Calixto
Monitora técnica: Consuelo Barros
Coordenação do edital de premiação: Jorge Lz
Coordenação das mesas de debates: Fundação Darcy Ribeiro
Coordenação Administrativo-Financeira: Muriqui Cultural e Zucca Produções
Direção artística Zucca Produções: Gisela de Castro
Assistentes de produção: Marta Alves e Catarina Dall’Orto
Catering: Bolo do Augusto
Produção: Muriqui Cultural
Coprodução: Zucca Produções
Apoio: Oi Futuro e Fundação Darcy Ribeiro
Governador do Estado do Rio de Janeiro: Claudio Castro
Secretária de Estado de Cultura e Economia Criativa: Danielle Barros
Agradecimentos: Fundação Darcy Ribeiro, Museu do Índio, Sérgio Burgi (Instituto Moreira Salles), equipe do Oi Futuro, equipe da Biblioteca Parque Estadual, Beni Kadiwéu, Vera Calheiros, Jaime Garcia Siqueira Jr., Maurício F. de Almeida (Serviço de Referência Documentais – Museu do Índio/Funai – Brasil), Luciana Heymannm.
-Falaí Assessoria-
Foto de Capa: Mônica Ramalho
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