Usando o aplicativo de relacionamentos Tinder, o golpista Simon Leviev exibia uma vida de luxo, condizente com o personagem que criou para si: um bilionário ligado ao ramo dos diamantes, que viajava o mundo a bordo de um jatinho por conta de seus inúmeros negócios. Esse “enredo” atraía a atenção das mulheres que, ao invés de um conto de fadas, acabavam entrando numa arapuca. Não havia luxo, não havia dinheiro, e muito menos amor. Tudo se resumia a um esquema de pirâmide, que chegou a arrancar mais de 10 milhões de dólares de suas vítimas.
Assistindo ao recém-lançado “O Golpista do Tinder”, em exibição na Netflix, sobre esse caso, muitas pessoas podem ser perguntar: como tantas mulheres caíram na conversa desse sujeito? Por mais “lábia” que ele tivesse, como se deixar enganar tanto?
Para quem está “de fora”, é fácil falar isso. Mas, quem está na situação, não percebe. Muitas vezes, a necessidade de encontrar “alguém”, o medo de ficar “sozinha”, a carência, fazem com que as pessoas (principalmente as mulheres) ignorem todos os sinais que denunciam a enrascada que estão entrando. E o “príncipe” nem precisa ser tão encantado assim, nem tampouco um magnata que comercializa pedras preciosas. Por muito menos que isso, elas entregam suas vidas, suas casas, seu dinheiro. Contraem dívidas. Tudo em nome de um amor de araque. E não adianta ninguém alertar, nem os programas jornalísticos exibirem casos semelhantes que acontecem corriqueiramente. Nada as convence que algo está errado.
Como psicoterapeuta, vejo entre minhas pacientes do consultório como a carência e a baixa autoestima podem deixar as pessoas suscetíveis a manipuladores e golpistas como esse do Tinder. Por isso, uma das minhas recomendações é: seja você mesma seu primeiro e maior caso de amor. Só gostando-se verdadeiramente você estará pronta para entrar num relacionamento com segurança e olhos abertos. Se te faltar isso, você será uma “presa fácil” para pessoas de má-fé. Talvez elas nem te levem milhões de dólares, mas com certeza te levarão algo muito mais precioso: o seu amor-próprio.
Vale a pena assistir “O Golpista do Tinder” para ver até onde esse tipo de relacionamento abusivo pode chegar. E, se quiser trabalhar questões como autoestima, carência etc., não se jogue desesperadamente num relacionamento. Busque antes o apoio de uma terapia.
Ficha Técnica: O Golpista do Tinder (Original Netflix).
Ano de produção: 2021.
Direção: Felicity Morris.
Classificação: 14 anos.
Gênero: documentário, crimes.
-Presença Propaganda-
Lelah Monteiro – Foto de Capa: Divulgação
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