Espetáculo que reúne a família do artista no palco, após temporada de sucesso em Minas Gerais, chega ao circuito carioca para lembrar a trajetória do cantor, compositor, ator, dançarino e percussionista, falecido em 2013
.
A brilhante trajetória do multifacetado Marco Antonio Ribas, mais conhecido por Marku Ribas (1947-2013), mineiro de Pirapora, será contada no espetáculo “Marku Musical”, que chega ao Rio de Janeiro em janeiro de 2025, para temporada no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB Rio). A vida e a obra, e toda a sua intensidade, a extensa produção que marcou o estilo característico do artista ousado e inovador no cenário da música brasileira que misturou o soul, o samba, o samba rock, jazz, funk, reisado, batuque e ritmos africanos dando mais ritmo e riqueza cultural de sons. O espetáculo fica em cartaz no CCBB RJ de 8 de janeiro a 2 de fevereiro do próximo ano, com patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
No palco, Marku estará sendo celebrado e muito bem representado pelas filhas do cantor, Lira Ribas e Júlia Ribas, que assinam, respectivamente, a direção, em parceria com Ricardo Alves Jr., e a direção musical, em parceria com Marcelo Dai. Elas também estarão no palco, ao lado da mãe e esposa de Marku, Fatão Ribas. O elenco conta, ainda, com o músico e ator Mário Broder, o músico nigeriano Ìdòwú Akínrúlí e Gabriel Mendes. O texto do espetáculo parte de uma autobiografia inédita do artista e de memórias trazidas durante os ensaios pelos familiares. Mario Broder, cantor, compositor, multi-instrumentista carioca, dará vida ao artista nas temporadas do Rio e São Paulo.
“Estou em estado de celebração, pois representar Marku neste trabalho tão rico de referências é um muito significativo. Desde cedo, ele sabia exatamente quem ele era, a sua vocação de grande artista, aquilo que muitos demoram uma vida inteira para encontrar ou morrem procurando. E eu me vejo dessa maneira. Me reconhecendo e buscando me aperfeiçoar. Sem falar no processo de preparação, estar próximo da família, ter acesso a registros únicos, objetos, etc. Tantas coisas que ainda nem foram reveladas sobre o Marku é extraordinário e, ao mesmo tempo, emocionante. Ouvir histórias de família, poder tocar o violão que pertenceu a ele…São partes do processo que a gente leva para a vida toda”. Celebra Mario Broder, ator que dará vida ao saudoso artista no musical.
O espetáculo revisita as lutas, graças e dilemas de um dos músicos mais importantes e influentes do Brasil, inovador e que sempre buscou resgatar referências ancestrais para valorizar a cultura mesclada pela diáspora de matriz africana. Além de reverenciar a trajetória de Marku. Utilizando elementos ficcionais e documentais, o espetáculo entrelaça teatro, música e cinema, baseado na autobiografia de Marku não publicada, em memórias familiares e em apreciações estéticas de seu legado e percorre a trajetória do artista em suas experiências em outros países, especialmente no Caribe, na América Central, e no continente africano.
“É uma obra que trabalha com uma linguagem que vai do teatro documental ao gênero musical, e uma encenação que mistura imagens captadas ao vivo, teatro e, claro, números musicais. “Estou feliz com o convite da família Ribas para dirigir ‘Marku Musical’. Marku é um dos grandes nomes da música popular brasileira”, diz o diretor Ricardo Alves.
A produção realizará um bate-papo sobre o processo criativo e a vida e obra de Marku Ribas. Além disso, haverá 04 sessões com intérprete de libras.
.
Marku, um musical em família
O projeto “Marku Musical” propõe, uma reflexão sobre as culturas originárias e ribeirinhas dos interiores do Brasil e a troca cultural de matriz africana baseado em anotações deixadas pelo próprio Marku e um rico acervo de imagens e documentos que possibilitam levar para o teatro, a sua visão, seu olhar sobre as concepções de tradição, autoria e criatividade negra diante dos estereótipos impostos pelas indústrias fonográficas e de entretenimento. Lira Ribas, filha de Marku e diretora do espetáculo, fala do quanto é significativo para ela e sua família revisitarem essas memórias:
“É muito tocante para a gente, enquanto família, e uma família de artistas, após 10 anos da passagem de Marku, fazer um trabalho e falar sobre a força do homem preto africano trazia consigo e a força de um homem preto brasileiro que morou na Martinica e visitou a África, evidenciando essa trajetória e suas raízes em seu trabalho e percorrer um processo com a estreia de um espetáculo sobre a vida e a criação dele. E mais do que isso, é muito significativo também esses artistas estarem no palco juntas. Eu, a minha irmã Júlia e a minha mãe, Fatão, com a direção de Ricardo Alves Júnior, grande parceiro de muitos trabalhos comigo”, destaca Lira Ribas.
Lira, aliás, relembra que o processo de pesquisa começou com a autobiografia de Marku, que chama “Marku por Marco Antônio”, que é uma autobiografia que foi escrita há alguns anos, antes do artista falecer, e que ele deixou inacabada. “As memórias dele, o que ele sentia e vivia, seus questionamentos, tudo foi aproveitado desse material que ele mesmo produziu, escreveu e utilizamos com fidelidade até o momento em que ele conhece a minha mãe, no momento que ele casa e tal, e depois dessa parte tinham fragmentos, partes que ele colocava de memórias, mas não numa ordem cronológica. Fomos revirar todo o acervo, que a gente, enquanto família, tem na nossa própria casa, uma salinha que a gente reservou para guardar o material dele.
A diretora do musical recorda que o pesquisador pernambucano Rafael Queiroz foi até Belo Horizonte e fez um levantamento do material sobre Marku, produziu um verdadeiro dossiê para mostrar muitas coisas que seriam relevantes e importantes a serem utilizadas na construção do espetáculo.
“A partir desse material de pesquisa do Rafael, no acervo da família, mais a autobiografia e as memórias, tanto da família quanto de amigos, começamos a estabelecer uma ordem cronológica. Até como filha, é muito interessante eu pensar que foi a primeira vez que eu vi a vida do meu pai. É uma outra perspectiva, enxergar de fora”, diz Lira.
Para Lira Ribas, “é importante, é um revisitar, a gente vai vivenciando várias coisas, algumas situações que eu não vivi, que eu sabia por memória e tal. Mas, um dia, nós, elenco e direção, sentamos e fizemos um levantamento dessa história toda do Marku e todas as etapas e camadas. Conseguimos levantar coisas que a gente achava que seria interessante, como dramaturgia. E é isso, esse curioso foi a primeira vez que consegui ver a vida do meu pai, que é o personagem contado do início ao fim, e ver a grandiosidade, de fato, do trabalho dele como artista, mas também como pessoa, entender o quão família ele era, assim como que a vida dele é pautada em cima da paixão e amor pelo trabalho dele e pela família”.
“É muita coisa para se contar num espetáculo, nem a própria autobiografia dele comporta, consegue absorver tudo que ele deve ter vivido e entregado, mas a gente tentou entender dramaturgicamente o que era interessante das pessoas saberem como uma contação de história mesmo. São muitas datas, muitos nomes, episódios, tudo é muito interessante na vida dele. O público vai ter a chance de poder conhecer mais sobre Marku Ribas como as vivências dele em cada local que ele passou, viveu, produziu… Como a sua Pirapora (MG) cidade natal dele, as viagens internacionais para Martinica e New Orleans; a ida dele à França, África, que é essa terra-mãe onde que ele busca toda a sua ancestralidade, falar sobre a família, sobre os ancestrais, as pessoas antes dele, os avós, a avó indígena que também estabelece muito o que ele deveria ser depois, enquanto artista, então dessa forma a gente foi entendendo que seria interessante de contar, e pautado principalmente nesse afeto que ele tinha com a família, que era esse porto seguro”, informa Lira.
“Antes de ser uma apresentação, ‘Marku Musical’ é uma celebração, por meio de um espetáculo, da vida e obra deste artista que, por minha sorte, é meu pai. E estamos num processo muito bonito e de reconhecimento desse homem, de passar a olhar suas histórias, seus momentos em vida e como isso influenciou tanto nessa obra. Uma obra maravilhosa que é a carreira dele, a música dele, a arte dele”, complementa Lira.
Sobre o que o público pode guardar do espetáculo, Lira acredita que possa ser a confirmação do artista empenhado em querer inovar e buscar as origens da sua arte. “Acho que todo mundo que já assistiu a peça, ou que irá assistir, nos traz uma coisa que fica muito forte para a gente que é a sensação de que quem já o conhecia fica impressionado mesmo conhecendo a obra, como que o Marku tinha sempre mais algo para mostrar e para contar curiosidades que muita gente que é fã dele não sabia. E quem nunca ouviu falar, já chegou para mim e falou assim, “nossa, sabe você ter saudade de alguém que você não conhece? Eu tô com saudade do Marku”. Outros falam “meu Deus, como é que eu nunca ouvi falar desse artista, que incrível que ele é” . É o legado dele, pautado dentro das duas linhas no teatro, uma que é a profissional, que é esse artista autêntico, a busca dele pela verdade artística dele, o guiava”. A busca pela essência e melhora dele culturalmente até dos rompimentos que ele faz com gravadoras, com o sistema, em busca da autenticidade artística, da verdade dele. Isso eu acho que é o que mais fica dele, dessa autenticidade mesmo. E da força dele entender quem ele era, da ancestralidade dele afro indígena, e de uma época que isso não era dito, que hoje a gente está mais em pauta esse assunto, mas antigamente poucos artistas tinham tanto essa verdade para falar de uma forma tão original.
E completa dizendo que “a outra é a família, é esse legado de Marku, não essa família tradicional, formal, mas da família afeto mesmo, da responsabilidade paterna, a gente põe isso muito em pauta em um lugar onde o Brasil é um país com essa ausência parental, desses pais que abandonam, principalmente um homem negro que teve um pai e se torna um pai mais presente ainda, porque já não é só um pai da família, o provedor, mas se torna um país presente, ativo, afetivo, que compartilhava as funções juntamente com a minha mãe, então acho que o espetáculo traz esse lugar do afeto, de entender a importância e de humanizar esse homem preto, colocar enquanto afeto, porque ele também pode ser um bom pai, pode amar e vivenciar, amar e ser amado, isso acho que é importante e que se fala na peça também por se tratar também de um homem negro.
Outra filha de Marku e que também está no projeto, assinando a direção musical e compondo o elenco do espetáculo, Júlia Ribas destaca a relevância profunda, histórica, cultural, social, cívica, familiar, e hereditária de trazer a existência de Marku através de um musical dirigido por Ricardo Alves e pela irmã Lira Ribas.
“É uma alegria e um aprendizado sobre vida e obra de Marku Ribas, o nosso Marco Antônio Ribas. Uma parte dela revelada através de uma explosão artística, com a sensibilidade, a poesia, a maturidade, a historicidade de uma vida tão importante e tão pontual nesse mundo, como a vida e obra de Marku e sobre a sua importância cultural, social, cívica, familiar, e hereditária. Fundamental para esse momento é ter minha mãe, Fatão, presente em cena, possibilitando esse leque de trabalho entre nós três: mulher, esposa e filhas, numa linguagem ainda tão viva quanto a vida e obra dele, quase 11 anos depois. Sinto que vai poder alcançar outros ouvintes, outros ouvidos e trazer a memória de Marku” ressalta Júlia.
.
Biografias
Lira Ribas – Direção de elenco
Lira Ribas é atriz, diretora e figurinista, atuante no teatro e no cinema. Atuou e dirigiu diversas peças em Belo Horizonte, onde ganhou o Prêmio Sinparc-MG como Melhor Diretora, com o espetáculo “E Peça que nos Perdoe”, em 2013, e atuou em vários filmes mineiros, dentre eles “Estado Itinerante”, pelo qual recebeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Brasília, em 2016, e “Luna”, de Cris Azzi, um dos filmes selecionados para o Festival de Brasília 2018. Na função de figurinista, também foi indicada ao Prêmio Sinparc-MG diversas vezes. Já atuou com o grupo Espanca no espetáculo “Dente de Leão”, e participou do filme “O Natal de Rita”, dirigido por Ricardo Alves Jr., pela Globo Filmes. Além de dirigir no teatro, Lira Ribas também dirigiu shows em Belo Horizonte, entre eles o do cantor Marcelo Veronez e da atriz Mariana Arruda. Também atua como mestre de cerimônia, como no Festival Fênix, Noite no Museu Memorial da Vale, Mostra CineBH e Tributo a Marku Ribas. Fundadora e produtora de dois blocos de carnaval de Belo Horizonte, o Corte Devassa e o Magnólia, é atuante no carnaval de rua da cidade e em seus desdobramentos durante o ano.
.
Ricardo Alves JR. – Direção
Ricardo Alves Jr. é diretor de cinema, de teatro e também produtor. É fundador da produtora Entre Filmes. Seus trabalhos se caracterizam pela hibridez de linguagens em busca de construções de atmosferas e universos particulares. Seus filmes foram exibidos em diversos festivais internacionais (Berlinale Short, Forum Expanded, Semana da Crítica do Festival de Cannes, Locarno, Rotterdão, Oberhausen, Havana). “Elon não Acredita na Morte” é seu primeiro longa-metragem e teve estreia nacional no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Em 2022 lançou o documentário “Quem tem Medo?” exibido nos festivais: Tudo é Verdade, DocLisboa e DocMéxico. No teatro dirigiu 7 espetáculos, entre eles “Cine Splendid”, projeto contemplado pelo fundo Iberescena, sendo apresentado no festival MIRADA e no Sesc Ipiranga, em SP. Em 2018, dirigiu “Eclipse Solar “, espetáculo de formatura do CEFART. Seu último trabalho no teatro é o espetáculo “Tragédia” com o grupo Quatrolos Cinco, indicado ao 6º Prêmio Copasa/Sinparc de Artes Cênicas: Melhor espetáculo; Melhor texto inédito; Melhor ator e Melhor atriz. Também realizou temporada no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, e foi selecionado para a mostra oficial do Festival de Teatro de Curitiba 2023.
.
Júlia Ribas – Direção Musical e elenco
Júlia Ribas, cantora, compositora e educadora, teve grande reconhecimento nacional e internacional, sobretudo após o lançamento de seu primeiro disco “Brasiliando”, gravado pela 1° edição do “Natura Musical” (2005). Após turnê musical na Alemanha e Áustria, viagens à África e ao Haiti, cultivando parcerias sociais e culturais, Júlia lança o disco “Voz, Violão, Essência” (2013). Mais consciente e madura, remarca e pontua um tempo de reorganização do repertório musical ainda mais forte e latente, com revisitação às obras do pai Marku Ribas, idealizando o “Festival Minas Canta Marku” e também lança o EP “De Volta Pra Casa” (2019). Em sensível encontro com suas poesias e composições autorais, Júlia Ribas ressignifica e expõe sua feminilidade detentora de legados e com o rompimento de um silêncio, assumindo sua postura markuniana, sertaneja, barranqueira, musical e universal, e, ainda, autoral, expondo em 2021 o EP “Tempo”. Numa simbiose entre suas revisitações e o novo formato de “estado de palco”, em meio à pandemia, transforma todo seu trabalho em uma verdadeira celebração à música e à vida, e ecoa então, através da Lei Aldir Blanc, o álbum “Lágrima Seca”.
.
Marcelo Dai – Direção Musical
Nascido em Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, Marcelo Dai, cantor e multi-instrumentista, começou sua importante vivência artística em um projeto social chamado Corpo Cidadão, aos 7 anos de idade. O que antes era majoritariamente apenas um local seguro no qual ele ficava enquanto a mãe trabalhava, logo tornaria o que transformaria sua vida por completo. Por ser aluno da ONG, Marcelo recebeu uma bolsa integral e iniciou seus estudos de bateria aos 17 anos de idade na FEA – Fundação de Educação Artística, renomada escola de música brasileira, onde estudou com o percussionista da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, Aluizio Brant. Foi também aluno de bateristas como Esdra “Neném” Ferreira, Márcio Bahia e Arthur Rezende. Enquanto seus talentos lhe traziam oportunidades de performances desde cedo, Marcelo decidiu aperfeiçoar e ampliar sua carreira. Atualmente está terminando um bacharelado em Música Popular na UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, sob a tutela do grande baterista André “Limão” Queiroz, com foco nas técnicas de Blues, Jazz, Funk, Samba, Soul e Música Latina. Com versatilidade e proficiência em seu instrumento, Marcelo vem assumindo cada vez mais espaços em cenas musicais no Brasil e internacionalmente. Realizou notáveis apresentações no exterior, atuando em inúmeros festivais em três continentes. Em 2018, ganhou o prêmio “BDMG Jovem Instrumentista”, pelo qual recebeu 30 horas de aula com o exímio baterista Márcio Bahia. Mais recentemente, Murat Diril Cymbals convidou-o a participar da NAMM 2019 e logo, participou também da NAMM 2020, realizadas na Califórnia, EUA.
.
Allan da Rosa – Dramaturgo
Allan Da Rosa é poeta, cronista, contista, escritor, dramaturgo e editor. Autor de “Da Cabula” (que recebeu o Prêmio Nacional de Dramaturgia Negra 2007), “Vão”, “Reza de Mãe”, além dos infanto-juvenis “Zagaia” e “Zumbi Assombra Quem?” (finalista do Jabuti 2018, em sua categoria). Em coautoria, publicou “Morada, Mukondo Lírico” (Prêmio Funarte de Arte Negra 2014) e “A Calimba e a Flauta: Versos Úmidos e Tesos”. Também escreveu “Pedagoginga, Autonomia e Mocambagem” (uma nova tiragem está prevista para este mês). Um dos nomes expressivos da literatura periférica, é idealizador de Edições Toró, que visava a publicação de livros de autores da literatura periférica, e “Nas Ruas da Literatura”, na Rádio USP, para discutir a obra de grandes nomes da literatura africana, brasileira e latinoamericana. Doutorando pela USP, já palestrou, recitou, oficinou e debateu em rodas, feiras, universidades, bibliotecas e centros comunitários de muitos estados do Brasil e também por Cuba, Moçambique, EUA, Colômbia, Bolívia e Argentina, dentre outras paragens.
.
Rafael Queiroz – Pesquisa Dramatúrgica
Rafael Queiroz é doutor e mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e possui graduação em Comunicação Social – Rádio, TV e Internet pela mesma instituição. Escreveu e pesquisou sobre música e comunicação, abordando temas como mídia, consumo, materialidade, cenas e circuitos culturais. Foi bolsista pesquisador da Fundarpe (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco), na Coordenadoria de Música. Escreveu para as revistas Outros Críticos e MI (Música Independente), entre matérias, resenhas, entrevistas e ensaios, ainda desenvolvendo um trabalho como DJ, tendo integrado o projeto coletivo de discotecagem de música africana e afrodiaspórica, Estrela Negra. A partir do doutorado, começa a pesquisar a música do Atlântico Negro, sua produção, distribuição e consumo relacionados a processos identitários e questões raciais, num compêndio estético e político. Sua pesquisa gerou a tese “Fogo nos Racistas! Epistemologias negras para ler, ver e ouvir a música afrodiaspórica”, em que trabalha com o pensamento de autorxs negrxs e os utiliza para analisar produtos midiáticos oriundos de artistas africanos e afrodiaspóricos. Reafirmando a importância da música negra enquanto lugar imprescindível para se entender vários processos comunicacionais, sociais, culturais e políticos, e como uma das principais articuladoras da cultura expressiva negra, também a utiliza como forma de combater racismos, epistemícidios e formas hegemônicas de saberes ainda presentes dentro do âmbito acadêmico.
.
Mario Broder – Elenco
Broder cresceu no bairro Jabour, Região de Bangu na Zoa Oeste carioca e teve a chance de conviver com Hermeto Pascoal: “que trazia toda a MPB para o bairro”. O que contribui para a sua formação musical de Mário Broder. Fez parte do Grupo Funk ‘N Lata, com o qual viajou em turnês se apresentando fora do estado fluminense, vivenciar o impacto da música brasileira em outras culturas. Possui no currículo experiências artísticas e musicais que lhe permitiram diversificar seu talento. Como ator, Mário participou do filme sobre a vida de Noel, interpretando Wilson Batista autor da música Lenço do pescoço, famosa pela polêmica entre Wilson e Noel. No momento é vocalista do Grupo Farofa Carioca. Broder trabalha muito com a influência do Soul, do samba rock, das melodias ritmadas e batidas fortes que vem do samba, dos instrumentos musicais africanos, sua música é para dançar e sentir.
.
Ìdòwù Akìnrúlì – Elenco
Nigeriano, pertencente ao povo Yourùbá, dedica-se à realização de ações de promoção das artes e cultura Yourùbá no Brasil. Trabalha com artistas da Nigéria e África em geral, com foco na tradição e expressões contemporâneas da música e da dança, principalmente. Vencedor do prêmio de melhor trilha sonora no Festival Cineserra e Festival de Cinema de Santa Cruz do Sul pelo documentário “Fè Mye Talè”. Também recebeu o prêmio de dança Açorianos: Trilha Sonora de Difusão e Formação em Dança; e foi vencedor da 3ª Edição do Prêmio Nacional de Expressões Culturais. Além disso, nos últimos anos, desde 2018, tem sido um dos mestres convidados para ministrar aulas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), através do programa Encontros de Saberes, sobre a Cultura Yorùbá. Em 2018 e 2023, promoveu o Intercâmbio Cultural entre Nigéria e Brasil, fazendo parte da comissão organizadora da visita do rei Ooni Oba Adéyeyè Enitàn Oguúnwusi, maior autoridade do povo Yorùbá, a Salvador, Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Também atuou como facilitador durante a visita do escritor nigeriano Wolw Soyinka, Prêmio Nobel de Literatura, em 2017. Atualmente, é coordenador da empresa ÌLÚ AKIN Produções, idealizador e produtor do projeto Ontologias Outras, Grupo ÌBEJÌ, Ò sé è túra Adrica’njazz, Festival ÌPÀDÉ e FELA DAY POA (Evento em tributo a Fela Kuti).
.
Fatão Ribas – Elenco
Maria de Fatima Diniz Bastos Ribas, conhecida como Fatão, nasceu em 12 de abril de 1955 e foi casada com Marku Ribas durante 35 anos, ficando viúva em 2013. Fatão é assistente social e exerceu por 43 anos a profissão, sendo um nome de referência na área de urbanização de vilas e favelas na cidade de Belo Horizonte. Durante todo o período de casamento, Fatão sempre esteve presente nas decisões e na história de carreira de Marku, tendo acompanhado de perto seus processos criativos. Após o falecimento do artista, ela continua seu processo, empenhada em manter a obra dele viva, por meio do acervo da família, a gerência da parte burocrática do material artístico e do legado de Marku, juntamente com suas duas filhas, Júlia e Lira Ribas. A presença de Fatão nos palcos de “MARKU MUSICAL” reforça a noção de documentário para o trabalho e traz possibilidades de trazê-lo para o palco através da presença de sua família.
.
Sobre o CCBB RJ
Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro marca o início do investimento do Banco do Brasil em cultura. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, é um marco da revitalização do centro histórico da cidade do Rio de Janeiro. São 35 anos ampliando a conexão dos brasileiros com a cultura com uma programação relevante, diversa e regular nas áreas de artes visuais, artes cênicas, cinema, música e ideias. Quando a cultura gera conexão ela inspira, sensibiliza, gera repertório, promove o pensamento crítico e tem o poder de impactar vidas. A cultura transforma o Brasil e os brasileiros e o CCBB promove o acesso às produções culturais nacionais e internacionais de maneira simples, inclusiva, com identificação e representatividade que celebram a pluralidade das manifestações culturais e a inovação que a sociedade manifesta. Acessível, contemporâneo, acolhedor, surpreendente: pra tudo que você imaginar.
.
Serviço
Marku Musical
Temporada: 8 de janeiro a 2 de fevereiro de 2025
Dias e horários: Quarta à sábado às 19h e domingo às 18h
Valor do ingresso: R$ 30 (inteira) e R$15 (meia)
Estudantes, maiores de 65 anos e Clientes Ourocard pagam meia entrada.
Ingressos adquiridos na bilheteria do CCBB ou antecipadamente pelo site bb.com.br/cultura
Classificação: 12 anos
Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro I
Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro
Informações: 21 3808-2020 | ccbbrio@bb.com.br
Funcionamento do CCBB Rio: de quarta a domingo, das 9h às 20h (fecha às terças).
Mais informações em bb.com.br/cultura
.
Siga o CCBB RJ nas redes sociais:
x.com/ccbb_rj/ | facebook.com/ccbb.rj | instagram.com/ccbbrj | tiktok.com/ccbbcultura
.
-Alessandra Costa-
Assessoria de Imprensa e Comunicação
MARKU Musical – Foto de Capa: Pablo Bernardo
@ Portal AL 2.0.2.5