Números alarmantes no Brasil, na América latina e Caribe exigem atenção, debate e combate, tanto no âmbito das ideias como de ações efetivas.
O cineasta equatoriano Jarsom Wayans, entrou nessa luta de corpo e alma e está produzindo um grande projeto focado em um debate visceral acerca desta temática. O diretor quer levar ao público uma exposição conjunta a um documentário que antecede uma superprodução cinematográfica colaborativa internacional evidenciando números alarmantes, atualmente conhecidos. Porém, nem tudo são flores neste processo produtivo, que tem esbarrado em dificuldades para encontrar portas que se abram para acolher esta primeira parte do projeto.
E as razões para seguir batendo de porta em porta estão na casa de milhares de pessoas. Somente em 2020 mais de 4.576 mulheres foram assassinadas na América Latina e Caribe vítimas de violência de gênero, de acordo com o relatório do Observatório da Igualdade de Gênero da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), em novembro passado.
Aterrissando nos números nacionais, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública lançou em março último, o estudo “Violência contra a mulher 2021” que traz um somatório de crimes espantosamente altos entre março de 2020 e dezembro de 2021, reflexo também, dos efeitos colaterais pandêmicos. No período foram registrados “2.451 feminicídios e 100.398 casos de estupro e estupro de vulnerável” do gênero feminino.
Como Jarsom Wayans pode contribuir com este debate urgente?!
Atravessado pelos impactos e paralisação mundial da vida social devido ao Covid-19 e após ter o seu trabalho numa produção teatral interrompido em 2020, o diretor voltou-se à leitura de escritos pessoais de sua mãe, com os quais pretendia redigir um livro. Neles, ela relatava um cotidiano violento. Isso levou Wayans a olhar mais a fundo este assunto e ele não conseguiu manter-se alheio a algo tão perturbador que são a morte e violência sofridas pelas mulheres.
Com isto, ele cria e dirige o filme “O Silêncio Tem Rosto de Mulher”, onde aborda a violência doméstica e de gênero. Precedendo, então, a esta inserção na sétima arte vem a exposição conjunta com o documentário com relatos e números reais que faz uma abertura do debate social promovido pelo projeto do cineasta.
Sinopse do filme
Ele narra a história de uma atriz negra de classe média que viveu por anos um casamento marcado por violência e abusos domésticos. Após uma severa agressão, Cláudia Nascimento foge do marido com a ajuda de uma amiga.
Ela se refugia no amor pelo palco, local este em que seu ex-companheiro escolhe para sentenciar sua vida com um grave atentado.
Ele atea fogo na personagem em pleno teatro. O que a obriga a passar por várias cirurgias e tratamentos. Da experiência nasce um livro que para nas mãos do jornalista e escritor espanhol, Lázaro Samaniego, em sua temporada na prisão por ter matado seu pai em defesa de sua mãe, também vítima de violência.
Quem é Jarsom Wayans
Com formação acadêmica em Quito, Novo México, Argentina e Brasil, ele já atuou em diversas produções cinematográficas pela América Latina. Duas delas: “Silêncio na Terra dos Sonhos”, “Melhor não falar de Sete Coisas”, além de interpretar alguns papéis no teatro brasileiro e produção de programas de TV na Argentina e Peru.
-Angel Comunicação-
Jarsom Wayans – Foto de Capa: Divulgação
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