A Casa de Luzia apresenta o projeto Festival Cultural Samba Luzia, uma homenagem ao bairro da Lapa, localidade central na formação da identidade do samba, com a finalidade de resgatar a memória histórica e cultural do bairro, deixado a esmo pelas autoridades locais durante os últimos anos. O Festival será gratuito e totalmente on-line, de 16 a 20 de novembro pelo canal do YouTube (https://abre.ai/dvnp) e terá shows, oficinas e o “Show Documentário intitulado “MalAndro da Lapa”, além da reabertura da casa, fechada durante a pandemia, no dia 19 (único dia presencial dentro do projeto).
O evento foi idealizado pela produtora cultural Cynthia Schirm, sócia-fundadora da Casa de Luzia, a partir de um olhar crítico pelo entorno da Casa, que já celebrou importantes encontros culturais e palco de rodas de choro e de bambas da música. O projeto é financiado pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, através do Edital FOMENTA FESTIVAL.
O Festival Cultural Samba Luzia inicia (16/11 às 20h) com a palestra “Diversidade do Samba”, com Fábio Guedes Nin, violonista e Mestre em Musicologia Histórica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que falará das migrações e movimentos que desaguaram num gênero de alcance nacional e internacional. E, na sequência, começa o pocket show com repertório de samba das décadas de 1910/1920, em que as músicas serão interpretadas pelo grupo formado por Fábio Nim, Alexandre Bittencourt, Lucas Videla, e Cynthia Schirm. O show de abertura fará uma homenagem a importantes personagens na popularização do samba carioca como Pixinguinha, Donga e João da Baiana, considerados a Santíssima Trindade do Samba. No repertório, “Benguelê”, “Yaô”, “Patrão Prenda seu Gado”.
No segundo dia (17/11 às 19h), será exibido a Oficina Batucando com Mangueirinha, onde o mestre falará sobre a arte do batuque; uma conversa através dos instrumentos percussivos. Mangueirinha ensinará percussão com objetos que temos em casa, transformando-os em instrumentos musicais – a ideia é chegar o mais próximo de timbres, texturas sonoras e formas geométricas – e com isso trabalhar a percepção, coordenação motora, equilíbrio e concentração. Os objetos para iniciar o batuque serão baldes, tampas de panelas, tampinhas de garrafa, chocalhos de garrafa pet, caixas de papelão, colher de pau, entre outros.
O Festival segue, e no terceiro dia (18/11 às 19h) a cantora Helô Tenório dará um minicurso que abordará o samba carioca com ênfase no canto: as técnicas utilizadas pelos cantores dos anos 30/40. O curso abordará as técnicas vocais utilizadas na década de ouro da música brasileira, aplicadas em estilos musicais como o maxixe, o chorinho, a marcha e o samba, utilizado a rítmica, as acentuações e a construção dos fraseados.
O penúltimo dia será em grande estilo (19/11 às 20h): a reabertura da casa após longo período fechada por conta da pandemia, de forma presencial, o pré-lançamento do show/documentário “MalAndro da Lapa” exibido no telão. A peça audiovisual narra a trajetória simultânea de “construção” de um Malandro agregado a uma Lapa que deixou sua marca na história, e que influenciou a cultura do Rio de Janeiro e do Brasil. Como resistiram e continuam a resistir, lado a lado. 12 sambas antológicos das décadas de 1930/1940 são parte das respostas a essas e muitas outras perguntas. No repertório: ‘Na batucada da vida’, de Ary Barroso, ‘História da Lapa’, de Wilson Batista, ‘A volta do boêmio’, de Adelino Moreira e Nelson Gonçalves, ‘Adeus Batucada’, de Martins Sinval, entre outras.
“MalAndro da Lapa” tem roteiro e direção de Maíra Lana e W. B. Lemos, de Maíra Lana, com apoio da Pesquisa iconográfica de Amanda Heloísa, e com a direção musical de Fábio Nin, e participação do ator Rozan, e na execução musical conta com Helô Tenório e Lucas Machado nos vocais, Fábio Nim no violão sete cordas, Rodrigo Scofield na bateria, Alexandre Bittencourt na flauta, e Pedro Holanda no cavaquinho e vocal e participação especial de Rozan no vocal. O Show Documentário: “MalAndro da Lapa” finaliza o projeto com exibição no dia 20 (dia da Consciência Negra), às 14h, pelo YouTube. Importante dizer que Maíra alterou propositalmente a grafia da palavra MalAndro do título para questionar o estereótipo de bem e mal, separando “Mal” de “Andro” (homem), em que a palavra é associada comumente à “malandragem do mal”.
Para Cynthia, o Festival Cultural Samba Luzia pretende atingir a comunidade local e frequentadores com o intuito de aproximar esse público da história e bagagem cultural da região. “Essa aproximação é essencial para despertar a consciência de preservação e responsabilidade com a localidade. Todos são colaboradores ativos que desenvolvem e disseminam a identidade da região, e do Rio de Janeiro como a capital mundial do Samba”, conclui. E observando o seu entorno, com tantos problemas a serem resolvidos, mazelas sociais, moradores de rua, desleixo das autoridades na manutenção urbana, ao mesmo tempo a produtora vislumbra a possibilidade de melhoria do seu entorno, onde está situada a Casa de Luzia.
O Festival foi desenvolvido a partir das vivencias pessoais e do funcionamento da Casa de Luzia neste local, dia após dia foi observado a necessidade de ações consistentes na localidade do estabelecimento e seu entorno. “O tema foi pensado considerando a identidade da região, que historicamente está relacionada à cultura do samba carioca e seus protagonistas. A programação foi desenvolvida pensando justamente em criar uma ambientação conectada a aspectos educativos, sociais, históricos e de entretenimento do tema, além de se projetar como ação precursora desse contexto”, diz.
Em Tempo: Como desdobramento do projeto, serão realizadas versões presenciais em datas a serem estipuladas pela produção.
Sobre a Casa de Luzia
“Casa de Luzia” é um espaço cultural da cidade do Rio. Seu nome, inspirado no fóssil humano mais antigo encontrado na América Latina, simboliza resistência e ancestralidade, conceitos que representam a proposta da casa. Assim como Luzia, a primeira brasileira que se recusa a desaparecer em meio aos escombros do descaso público com os o patrimônio histórico que ocasiona a tragédia do incêndio no Museu Nacional, o espaço irrompe como sopro de vida do entorno. Música, ensino, performance, cultura e diversidade são temas transversais propostos pela Casa de Luzia, que oferece espaço e visibilidade ao artista independente, levando experiências de diversas vertentes artísticas ao público que busca conhecer os detalhes da arte brasileira. Com cardápio diversificado, a casa oferece pratos inspirados na mestiçagem das culinárias de cultura caipira, caiçara, tropeira e quilombola, dando ênfase a tradições de resistência, com um toque contemporâneo.
Serviço:
Casa de Luzia Bar e Galeria
Festival Cultural Samba Luzia – de 16 a 20 de novembro
Dia 16 às 20h > Show de lançamento do Festival com a Palestra “Diversidade do Samba” com Fábio Guedes Nin e Pocket Show em homenagem aos precursores do Samba, pelo YouTube https://abre.ai/dvnp
Dia 17 às 19h > Oficina Batucando com Mangueirinha, pelo YouTube https://abre.ai/dvnp
Dia 18 às 19h > Mini-curso com Helô Tenório sobre técnicas utilizados pelos cantores dos anos 30/40, pelo YouTube https://abre.ai/dvnp
Dia 19 às 21h > Reabertura da Casa de Luzia: Pré lançamento do Show-Documentário: “MalAndro da Lapa” exibido em telão. https://www.sympla.com.br/cabare-da-luzia__1405940
Dia 20 às 14h > Lançamento do Show-Documentário “MalAndro da Lapa”, pelo Youtube https://abre.ai/dvnp
Classificação: Livre
Entrada Grátis
Endereço: Rua Evaristo da Veiga, 149 – Centro/Lapa-RJ (esquina com Rua Joaquim Silva)
Telefone: (21) 99267-9108
-Alexandre Aquino-
Assessoria de Imprensa
Casa de Luzia Bar e Galeria – Foto de Capa: Divulgação
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