Numa noite de glamour na última terça-feira, dia 28, a Tradição apresentou a sinopse do enredo “Gira, baiana. Salve as mães do Samba!”. Os compositores receberam o texto das mãos da direção de carnaval e participaram da explanação do tema com o carnavalesco Leandro Valente. Antes, porém, a presidente Raphaela Nascimento agradeceu a presença dos poetas, destacou a importância do enredo e do samba que irá representar as “mães do samba”, ou seja, as baianas, as homenageadas da agremiação no próximo desfile.
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“Quero agradecer a presença de todos em nossa noite de apresentação da sinopse do enredo para o Carnaval 2019. Estamos confiantes em realizar um concurso de samba-enredo com grandes obras de forma transparente. Vamos fazer uma grande festa para escolhermos o nosso hino oficial em homenagem as nossas queridas mães do samba. Espero que a disputa seja feita de forma amigável entre as parcerias até a grande final que será no dia 8 de novembro. Desejo boa sorte aos nossos compositores”
declarou a presidente Raphaela Nascimento. Na ocasião, foi servida uma deliciosa sopa aos poetas presentes.
O diretor da ala dos compositores, Alex Araújo, leu o regulamento e destacou algumas informações, ressaltando que nos dias 10 e 17 de setembro, a partir das 20 horas, haverá tira-dúvidas com a direção de carnaval. A entrega dos sambas está programada para o dia 29 de setembro, das 14 às 20 horas, na quadra da escola. Cada parceria deverá entregar três CDs e um pen-drive com o samba gravado, e 20 cópias impressas da letra. A taxa de inscrição será paga no ato.
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A apresentação dos sambas concorrentes ocorrerá no dia 4 de outubro, às 20 horas, quando também será comemorado o aniversário da agremiação. As eliminatórias serão realizadas, sempre às 20 horas, nas seguintes datas: 9, 16, 23 e 30 de outubro; 6 de novembro, reunião com os finalistas; e 8 de novembro, grande final. Nos dias de eliminatórias haverá o sorteio da ordem de apresentação dos sambas, às 21 horas, com a presença de um representante de cada parceria. O resultado dos sambas classificados será anunciado no mesmo dia da disputa. Em caso de empate entre duas composições, a decisão ficará sob a responsabilidade da presidente Raphaela Nascimento. Não será permitido o uso de fogos de artifícios nas eliminatórias de samba.
A quadra da Tradição está localizada na Estrada Intendente Magalhães, 160, no bairro do Campinho. A azul e branco será a quarta escola a desfilar na terça de Carnaval pela Série B, na Estrada Intendente Magalhães.
CONFIRA A SINOPSE DA TRADIÇÃO:
Enredo: “Gira, baiana. Salve as mães do samba!”
Minha mãe nasceu na Bahia.
Terra de todos os Santos e São Salvador
Vida sofrida, mas repleta de amor
Com seus quitutes alimentava quem mais precisava
Era um canto de acalanto e muita dor
Mãe negra, pobre e de bom coração
Saiu de sua terra por conta da exploração
Emigração era a única solução
Filhos de escravos não tem chance, não senhor!
Ou vai para a capital fazer faxina
Ou morre de fome sem nenhum valor
Mãe baiana no Rio de Janeiro aportou
Capital da república
Lugar de gente importante, patrão e feitor
Mas não veio só
Veio paramentada com o canto da senzala, o batuque da cozinha e o pano da Costa das yamis
Nas casas simples do centro da cidade
Mãe preta fazia seu batuque para contemplar seus orixás
Nós, netos de escravo, fazíamos samba para no rancho sambar
Antes era corso, depois cadência de rancho
Mas, a polícia não gostava não, meu senhor
Batuque era contra as leis de doutor
Gente graúda e fina que não nos aceitava
Arte excluída
Arte de gueto
Arte marginalizada
Mas, mãe preta sabia do nosso valor
E em noites de lua cheia saldava nosso fervor
Era samba de raiz e samba para preto se orgulhar
E na casa de mãe baiana, o batuque tinha seu lugar
Mas, a polícia batia
Querendo investigar
E caçava a gente
Para samba não sambar
Era então quando mãe baiana protegia todos nós
Dizia que era culto religioso
Era canto de uma só voz
Era saudação para os orixás, seu moço
Aqui não tem bagunça
A polícia ia embora
Mãe preta protetora
Salvou nossas vidas e de nossa memória
Memória de senzala
Memória de axé
Que deu origem ao batuque e partido alto, com as bênçãos do candomblé
Mãe também era tia
Tia também era mãe
Todos unidos numa só família
Em proteção de geração para geração
Mas, o tempo passou
E o samba ganhou seu lugar
Ah, seu moço
Como me orgulho em falar
Os ranchos viraram escolas de samba
E ganhamos as ruas para sambar
E não tinha como ter samba sem ter a mãe no altar
Nossa mãe do samba tinha que presente estar
Juntas, eram nossas defensoras
E agora a rua era nosso lugar
Fomos aplaudidos pelo povo
E arrastamos multidões
Nosso estandarte virou bandeira
Fundamos as agremiações
Mãe preta abençoou
E fomos fomos desfilar
Todos orgulhosos
O samba agora tinha seu lugar
O povo queria sambar
O tempo passou
A modernidade chegou
Mas, nunca deixamos de lembrar
Que mãe preta baiana é essência
Cultura popular
E que uma escola sem baiana
Não pode desfilar
Obrigado, senhor
Mãe baiana está viva
E nunca morrerá
De geração para geração elas não param de girar
E com o amor de uma grande mãe
Hoje, tem o seu lugar
A Tradição está de joelhos
Para essa história reverenciar Tú, mãezinha, és nosso enredo
Mães do samba: nosso aplausos!
Saravá!
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