Quando as pessoas andam em círculos é o mais novo espetáculo da longeva e premiada Artesanal Cia. de Teatro. Depois da estreia no Sesc Pinheiros em 2018, agora a trupe desembarca no Rio de Janeiro para a temporada de 3 de outubro a 25 de novembro no CCBB. Há mais de 24 anos a Artesanal vem tocando em temas importantes, seja para o público adulto ou infanto-juvenil. E agora não é diferente: sob a direção de Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves, a peça é uma fábula teatral que tem como temas centrais o medo e a angústia no mundo contemporâneo e como o jovem lida com as incertezas e inseguranças que a modernidade propõe.
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Pensada dois anos antes da estreia e com aprofundamento necessário nas questões sociológicas contemporâneas e universais, o texto é a primeira parceria de Gustavo Bicalho com o jovem ator, diretor e roteirista Daniel Belmonte. A preocupação de ambos era tornar a fala dos atores o mais perto possível de uma linguagem horizontal, de jovem para jovem. “A peça apresenta o que há de mais expressivo no teatro jovem contemporâneo, com um texto ágil, instigante e inovador, que não oferece respostas prontas e propõe uma reflexão mais profunda sobre os temas apresentados”, define Gustavo Bicalho. Sobre a nova parceria, Daniel avalia a parceria como uma experiência mais do que enriquecedora: “Pulamos etapas tradicionais de uma relação, pois tão logo nos conhecemos já tivemos um filho e sinto que soubemos como dele cuidar. O filho está doente, como todos os seres que habitam nosso mundo bizarro, e é sobre isso que tentamos abordar na peça: nossas próprias doenças. Nossa pesquisa nos mostrou que nossa possibilidade de resposta se dá através de outras perguntas. Cá estão elas nessa peça”, completa.
Durante a pesquisa, escritores e diretores foram influenciados pelas obras dos dramaturgos Simon Stephens (de “Punk Rock, The Curious Incident of the Dog in the Night-Time” – sobre o livro homônimo de Mark Haddon) e Matéi Visniec (“O desaparecimento de um anão de jardim”, “O corpo da mulher como campo de batalha”). A pesquisa se valeu também das realizações das companhias La Joven Compañia (Espanha), Junges Theater Basel (Alemanha) e do National Theater (Inglaterra). Em tempo: como Daniel Belmonte na época estava estudando a obra de Edward Bond, também a utilizaram na pesquisa.
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Este é o primeiro trabalho da Artesanal com elenco de jovens atores, formado por Bruno Jablonski, Ciro Acioli, Gabriel Rochlin, Igor Orlando, Isis Pessino, Júlia Bruck, Leonardo Bianchi e Mag Pastori, alguns já com passagens pela TV. Os personagens são tratados por estereótipos e a trama acontece em uma “balada”, onde os envolvidos precisam enfrentar questões pessoais que geram tensões e ameaças constantes, ao mesmo tempo que a iminência de um atentado terrorista põe em risco a segurança de todos os jovens presentes na festa. Os personagens apresentados na peça refugiam-se na virtualização de suas próprias identidades, deixando de existir como seres reais, transformando-se em objetos que são percebidos pelos outros no seu aspecto mais simples e imaturo.
A música na peça tem lugar importante. Durante a encenação a banda Radiohead se faz presente na voz do ator Ciro Acioli, por exemplo. Gustavo Bicalho, sempre com ouvidos atentos ao que se enquadra no palco, assina a direção musical. “O título da peça vem da canção “Mad World”, composta por Roland Orzabal, do Tears for Fears, e interpretada por Gary Jules. Em um momento, é dito: ‘When people run in circles, it’s very very mad world’. Essa canção se tornou ícone com o filme Donnie Darko – dirigido por Richard Kelly em 2001 e que tem Jake Gyllenhaal em uma de suas primeiras aparições no cinema. A peça tem um pouco do clima catastrófico e melancólico do filme, que é um hit entre o público adolescente e jovem”, explica.
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Segundo Henrique Gonçalves, “a peça traça uma radiografia forte da juventude que toma remédio para ansiedade e depressão, a chamada ‘juventude prozac’, e tem receio de tudo: de tomar decisões, dos percalços corriqueiros da vida, de relacionamentos, de olho no olho. Sem mitos que o ajude (o jovem) a construir sua personalidade, ele deve lidar com a complexidade dos tempos atuais, assolado pela angústia e solidão crescentes”, completa.
Quando as pessoas andam em círculos propõe uma reflexão sobre o mundo contemporâneo, tendo como premissa a necessidade de construirmos novos mitos que nos auxiliem a atravessar tempos aparentemente obscuros e conturbados, além de preencher o desejo da “Artesanal Cia. de Teatro” em dialogar com a plateia jovem, afirmando a maturidade atingida pelo grupo em suas duas décadas de trabalho.
((( Sobre a Artesanal Cia de Teatro )))
Investindo em uma linguagem inovadora e contemporânea, a Artesanal Cia. de Teatro vem acumulando desde sua fundação, em 1995, diversas indicações, premiações e o reconhecimento pela imprensa, público e crítica especializada. O foco do trabalho da Cia. encontra-se na pesquisa de uma linguagem narrativa, que se fundamenta na convergência de diversas técnicas narrativas, como o teatro de animação (bonecos, sombras e máscaras), canto, cinema e videografismo, explorando a relação do ator – que é o principal elemento da encenação – com esses elementos.
A Artesanal vem também investindo em pesquisa para o teatro jovem-adulto, fundamentando-se em um intenso estudo da dramaturgia e das encenações que são realizadas no resto do mundo para esta faixa etária, preenchendo uma lacuna existente de trabalhos desenvolvidos com profundidade e seriedade para esta parcela do público. Seu maior diferencial está́, no entanto, em exibir um trabalho autoral, com extremo rigor estético, textos inteligentes e produções cuidadosas e bem elaboradas, que agradam ao público familiar de todas as faixas etárias.
Com 24 anos de atividade no cenário da produção teatral carioca, a Artesanal Cia. de Teatro é tanto uma referência nacional como internacional, com passagens em diversos festivais de teatro pelo Brasil, China e uma residência artística na Alemanha.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e texto: Daniel Belmonte e Gustavo Bicalho
Direção: Gustavo Bicalho e Henrique Gonçalves
Elenco: Bruno Jablonski, Ciro Acioli, Gabriel Rochlin , Igor Orlando, Isis Pessino, Júlia
Bruck, Leonardo Bianchi e Mag Pastori
Direção de produção: Henrique Gonçalves
Pesquisa musical: Gustavo Bicalho
Produção: Daniel Belmonte
Direção de movimento e preparação corporal: Paulo Mazzoni
Preparação vocal: Verônica Machado
Cenário: Karlla de Luca
Figurinos: Fernanda Sabino e Henrique Gonçalves
Fotos do projeto: João Pacca
Fotos de cena: Andrea Nestrea
Desenho de luz: Rodrigo Belay
Desenho de som: Luciano Siqueira
Realização: Artesanal Cia. de Teatro
((( SOBRE O CCBB )))
Inaugurado em 12 de outubro de 1989, o Centro Cultural Banco do Brasil celebra 30 anos de atuação com mais de 50 milhões de visitas. Instalado em um edifício histórico, projetado pelo arquiteto do Império, Francisco Joaquim Bethencourt da Silva, o CCBB é um marco da revitalização do centro histórico da cidade e mantém uma programação plural, regular, acessível e de qualidade. Mais de três mil projetos já foram oferecidos ao público nas áreas de artes visuais, cinema, teatro, dança, música e pensamento. Desde 2011, o CCBB incluiu o Brasil no ranking anual do jornal britânico The Art Newspaper, projetando o Rio entre as cidades com as mostras de arte mais visitadas do mundo. Agente fomentador da arte e da cultura brasileira, segue em compromisso permanente com a formação de plateias, incentivando o público a prestigiar o novo e promovendo, também, nomes da arte mundial.
SERVIÇO:
Espetáculo: “QUANDO AS PESSOAS ANDAM EM CÍRCULOS
Temporada: de 3 de outubro a 25 de novembro de 2019.
Dias e horários: de quinta a segunda, às 19h30
Local: CCBB Rio – Teatro II (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro).
Informações: 3808-2020.
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Capacidade: 153 lugares.
Duração: 70 min.
Classificação indicativa: 16 anos.
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