A criançada de Pilares levará para a Passarela do Samba as lendas da região amazônica com o enredo “Amarú Mayú – Um Inocente passeio amazônico na Sapucaí”, que está sendo desenvolvido pela dupla Jefferson Roca e Marcus Paulo. Confira a sinopse:
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Tem muito nhe-nhe-nhem por aí. Recheado de lendas e histórias. Tem quem diz que é verdade. Tem quem diz que não. E entre o dito e o não-dito, vou contar aqui o que fiquei sabendo numa dessas andanças pela região amazônica. Eu, um caprichoso e INOCENTE carioca, bisneto de um indígena fui por esse Brasil viajar e ouvindo histórias, me deparei com essa lenda que agora conto pra vocês:
O povo Apurinã dizia que os primeiros habitantes da Região Amazônica chegaram sobre uma grande COBRA MARROM que, deixando um rastro gigante, originou esse grandioso rio, tema do nosso enredo. Essa serpente mística e suntuosa ao deixar seu rastro por onde passou fez surgir dali os seres, as plantas e toda a exuberância em cores da grandiosa floresta amazônica. “AMARÚ MAYÚ – O RASTRO DA COBRA GIGANTE”.
E desse rio cheio de lendas, vem o sol e vem a lua. Guaraci e Jaci que, enfrentando um dilema, na densa selva amazônica, um amor impossível surgiu. Dois jovens apaixonados, à prata e o dourado sucumbiram. O calor do sol incendiaria a terra e as lágrimas da lua a afogariam e, estas, rejeitadas pelo mar revolto, esculpiram vales e serras.
Nessa viagem rio adentro mitos e lendas surgiram. A beleza da floresta caprichosamente encantou. Histórias que passam de geração a geração e eu, um carioca caprichoso, bonito, simpático e charmoso, nessa viagem especial, preparei meu Carnaval.
A onça pintada avisa que a sucuri veio visitar pirarucu, mas o macaco-guariba, conhecido por seu grito alto e, esperto como quê, pulando de galho em galho, para sobre uma Samaumeira, avistando algo e, a plenos pulmões, uiva: Quem vai querer o tucumã? O x-caboquinho tá gostoso pra danar!
Esse rio me contagia. Rio de lenda e magia. Fauna e flora irradiam. Dos Andes, descendo azul inicia, colorindo todo o mar. Pelo deserto do altiplano, no início da floresta “esverdeia”, amarela na mata peruana e corta a Amazônia como um imenso tapete cor de chocolate!
Animais exóticos e espécies em extinção a preservar. Se liga no Mico-leão dourado. Símbolo do nosso Brasil!
Multiplicidade de cores, danças e rituais. Pulmão do mundo! SOS salve nosso lar!
Sapo-cururu, cobra cascavel, jararaca e tracajá. A sucuri não vai pegar!
Tucunaré com suas cores fortes e manchas pelo corpo passeia pelos lagos e beira dos rios. Aruanã, o peixe moço prateado que ao se tornar adulto ganha um brilho azulado. O Pintado descansa à noite no remanso a sonhar. Na culinária é um sabor de viajar! Mas tome muito cuidado com o Candiru, o peixe-vampiro sempre à espreita de um desavisado no mar.
Voa Uirapuru-verdadeiro, meu símbolo maior. E traz consigo o Tucanaçu (o tucano-toco). Chama a Coruja das Torres e avisa ao Sanhaçu-da-Amazônia, essa ave de azul clara, azul de um inocente caprichoso, a Pipira azul do Maranhão, que hoje vai ter SERAFINA! Chama o marcador que a “batição” vai começar!
Oh, meu Boi-bumbá! Vamos dançar Marabaixo, Marujada, Siriri, Suça e Carimbó! Nesta andança não vai faltar borogodó!
Viajando pelos encantos amazônicos temos Seriema, Jacu, Urubu! Traíra, lambari, baiacu!
Preservar é preciso! Cuidar é necessário! Conscientizar é amar a Amazônia. Manter viva a riqueza cultural desta terra caprichosa e feliz.
E nesse passear o boto cor de rosa anuncia que o encontro dos rios traz à lembrança a lenda nheengatu. Do Rio Negro, os povos vieram do litoral do Rio de Janeiro até a Amazonas em uma cobra negra. É milenar, é caprichoso, é inocente. AMARÚ MAYÚ passeia e serpenteia e desemboca no meu Rio de Janeiro para mostrar as nossas danças e histórias. Magia de lá, lendas de cá, e eu, gentil e caprichoso, agradeço a bromélia presenteada e convido o povo amazonense a participar da união dos povos numa festa azul e branco na Sapucaí. A Pororoca é a explosão caprichosa no Carnaval Inocentemente brasileiro.
Jefferson Rocha e Marcus Paulo – agosto de 2024
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