A 14ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, em tempos de pandemia, se apresenta em novo formato, se reinventando. Abriu uma série de atividades que ocorreram até outubro. Domingo(19) de sol em Copacabana, o ato simbólico contou com líderes religiosos que destruíram flores de diversas cores para pedestres. O ato começou por volta das 10h30 e seguiu até às 14h. Todos paramentados, acentuaram a importância da liberdade religiosa, o grupo prestou também solidariedade pelas perdas provocadas pela covid.
Estiverem representantes do CEBI – Centro de Estudos Bíblicos, religiões de Matrizes Africanas – Umbanda, Ifá e Candomblé, Budistas, Xamanismo, contou com presença de Carlos Doéthyro Tukano (Presidente do Conselho Estadual do Índio), Mauro Band – comunidade judaica, Adbull Karim – muçulmano, entre outros.
“Precisamos fazer da história um suporte para as nossas memórias e o alimento para as nossas resistências cotidianas. Rememorar que nos últimos 14 anos a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa vem preenchendo os espaços e os cenários de lutas em prol da tolerância, da diversidade e da equidade religiosa no Brasil. Bem como criando condições possíveis, mesmo entre as pequenas brechas do sistema estrutural da nossa sociedade, para que possamos cada vez mais almejar e promover um estado laico”, alegou o interlocutor da CCIR – Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos.
Muitos se surpreenderam com a ação, como a advogada Carolina Silva Santos, moradora de Copacabana, que caminhava quando ganhou uma roda amarela, achou a ideia simpática. “Adorei essa ação, realmente é um assunto que nos leva para reflexão, acompanho os casos que chegam pela mídia, mas entregar flores e expor esse problema dessa forma foi arrebatador”. alegou Carolina, completando que participou de algumas edições anteriores no bairro.
A Caminhada de Combate à Intolerância religiosa, costuma reunir 100 mil pessoas, acontece sempre no 3º domingo de setembro, mas devido a fase pandêmica, no ano de 2020 realizou online e para a edição de 2021, pensaram em atividades pontuais, respeitando as medidas restritivas de segurança. Contou apenas com poucos religiosos para o ato inter-religioso.
“Desde quando eu cheguei aqui no Rio, participo, é uma grande satisfação, uma alegria imensa poder lutar pela liberdade religiosa uma vez que todos nós temos e devemos, né? Podemos escolher a nossa fé livremente, sem precisar passar por constrangimento e intolerância religiosa, a intolerância religiosa não cabe no Brasil, nós somos um país laico”, pontuou o representante da Religião Budismo Primordial – Monge Hakuei Cardoso.
Andressa Oliveira – do Movimento Negro Evangélico, munida de flores na cor laranja também participou da entrega. “Essa caminhada representa que é possível sim! A gente ter o nosso credo e caminhar junto sem atrito, né?”.
A 14ª edição, tem como principal objetivo trazer temas transversais questões voltadas ao combate à intolerância religiosa. Organizado pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa – CCIR e o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas – CEAP, comporá ainda com webnário, lives e outros. O Show, parte do Projeto Cantando a Gente se Entende, será gravado dia 30 (fechado para o público) com Grupo Awure, participação especial do Pastor Gospel Kleber Lucas e de um convidado surpresa, a gravação será exibida em uma live em outubro. Lançamento de uma ação para arrecadação e distribuição de alimentos, também em pauta, para os necessitados e uma agenda (que será confirmada essa semana) em solidariedade ao Padre Omar, que foi impedido recentemente de fazer uma missa de batismo aos pés do Cristo Redentor.
A programação presencial reunirá pequenos grupos e apenas o número de pessoas necessárias para a sua realização, pensados para que não provoquem aglomeração. Basta acessar as redes do CEAP e CCIR para acompanhar a programação.
Webnário da 14ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, começou no dia 20 (segunda) de setembro e segue até o dia 30. Com temas variados como: Religiosidade, espaços políticos e representatividade / Intolerância Religiosa e racismo religioso: apontamentos, perspectivas, ações e projeções / O Islã como religião de paz, diálogo e solidariedade / Intolerância Religiosa no Campo da Educação / Mulheres na Religião / A voz da mulher Nhandewa – questões atuais dos Guaranis do Brasil Central / A Mulher no Mundo Mulçumano e no Mundo Xamânico / Religiosidade e espaços públicos: usos e práticas / Griôs na Vida e na Fé / Religiosidade e espaços públicos: usos e práticas / entre outros temas.
Contando com importantes representantes como Prof. Dr. Marcelo Alonso (PUC-Rio, CPII, Escola Alemã do Corcovado) / Jair Ribeiro (MNU Niterói) / Walter Leiras (Prefeitura do Rio) / Prof. Dr. Rafael Winter Ribeiro (UFRJ) / Profa. Larissa (CPII) / Profa. Dra. Aureanice (UERJ) / Prof. Alan Pacífico (CAP UERJ) / Pr. Júlio Celis Moreira Costa (Mestrando PPGHC/UFRJ) / Profª. Ms. Lavini Castro (Rede de professores Antirracistas) / Profº. Ms. Glauber Rocha Henrique Corrêa (SEEDUC) / Profº. Ms. Maurício Vieira (Coordenador do curso de Pedagogia da Faculdade Invest. de Ciências e Tecnologia) / Profª. Ms. Mariana Gino (PPGHC/UFRJ) / Diane Kuperman (CCIR) / Iyanifa Monique Osunyoyin (CEAP) / Rosilene Torquato de Oliveira (APNs) / Sandra Benites Guarani Nhandewa / Marian Zabad / Nanci Rosa / Alexandre Lopes Tomé / Mestre Ogãn Kotoquinho / Pai Fernando Torres / Mãe Márcia d´Oxum / Babalawo Maxwel Trindade, entre outros convidados.
A Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa vem atuando por mais de uma década, revitaliza e endossa os debates e ações em prol das liberdades, do Estado Laico e do respeito. No decorrer dos anos, o evento se consolidou no Brasil e até referenciado no exterior, como uma das ações mais pontuais em defesa da liberdade em proferir a fé.
-Rozangela Silva-
Assessoria de Imprensa
Lideranças Religiosas – Foto de Capa: Henrique Esteves
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